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12 DE OUTUBRO DE 2023

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Como referiu hoje mesmo a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, «não pode haver justificação para o ato de terror do Hamas. Isso não tem nada a ver com as legítimas aspirações do povo palestiniano. O horror que o Hamas desencadeou trará mais sofrimento aos palestinianos inocentes. Apenas o Hamas é responsável pelas suas ações».

Israel e a autoridade representativa dos palestinianos são uma coisa; o Hamas, a Jihad Islâmica ou o Hezbollah são outra. O Hamas não representa os palestinianos inocentes que lutam pelo seu futuro, antes, usa-os como escudos humanos no seu ódio e na sua posição intransigente de eliminação do Estado de Israel e de erradicação do povo judeu.

O Hamas não quer dois Estados, não quer a autodeterminação de dois povos, quer apenas um Estado, sem Israel e sem judeus.

No passado, houve também quem defendesse estas ideias, mas o mundo civilizado foi capaz de derrotar os antissemitas.

Não é sério debater um problema complexo, difícil e doloroso, que já causou a morte a milhares de pessoas nas últimas décadas, atribuindo a um dos lados todos os erros, todas as culpas e todas as falhas em cumprir resoluções, partilhas e planos.

Tal como não é sério ou revela, no mínimo, uma enorme falta de humanismo e empatia desvalorizar a barbárie e o terror do Hamas com adversativas simplistas, ou, então, estamos apenas e só perante uma questão de antissionismo e antissemitismo primários.

Em Portugal, o consenso é alargado de que devemos estar do lado de quem sofreu estes ataques terroristas: Israel.

No PSD, não temos dúvidas nesta questão, temos de estar do lado de quem é alvo de ataques terroristas, numa posição que é comum aos nossos aliados no mundo civilizado, na União Europeia e na NATO.

Por isso, nunca concordaremos ou nos aliaremos com quem justifica ou desculpa o terrorismo apenas pelo seu ódio de estimação aos seus alvos favoritos: hoje Israel, amanhã os Estados Unidos, no dia a seguir a NATO.

Confiamos também que o Partido Socialista, o partido de Mário Soares e de José Medeiros Ferreira, que no I Governo Constitucional da nossa democracia estabeleceu relações diplomáticas de Portugal com o Estado de Israel a 12 de maio de 1977, nunca abandone o campo do consenso nacional democrático, pró-europeu, pró-atlântico e pró-ocidental. E que alguns socialistas vejam bem com quem se aliaram ou com quem ainda podem fazer planos para se aliar no futuro.

Nós não temos dúvidas: estaremos sempre do lado do mundo decente, contra o terror e a barbárie. Hoje, esse mundo civilizado e decente está com o Estado de Israel.

Aplausos do PSDe de Deputados da IL. O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado tem seis pedidos de esclarecimento, aos quais responderá em dois

blocos de três. Para o primeiro pedido de esclarecimento, tem a palavra, em nome do Bloco de Esquerda, a Sr.ª Deputada

Joana Mortágua. A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Alexandre Poço, em primeiro lugar, o Bloco

de Esquerda e eu, Joana Mortágua, condenamos os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis e condenamos a utilização de reféns e de ataques a civis como crime de guerra.

Sr. Presidente, é testemunha desta condenação, para que não se repitam mentiras nesta Câmara a esse propósito.

Em segundo lugar, pergunto-lhe se considera, como António Guterres, que os mesmos princípios que nos levam a condenar esses ataques contra civis, que são o direito internacional e o respeito pelos direitos humanos, devem levar à condenação da punição coletiva, crime de guerra esse que é o que acontecerá caso exista um cerco total a Gaza, como aquele que Israel ameaça fazer e está a fazer.

Em terceiro lugar, pergunto-lhe se acha que o direito humanitário tem alguma cláusula de exceção que diga que ele não deve ser aplicado em Gaza e que, portanto, aos três milhões de pessoas, metade delas crianças civis, que estão em Gaza, não se devem aplicar os princípios e as leis do direito humanitário, e se, portanto, a