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I SÉRIE — NÚMERO 11

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Protestos de Deputados do PS. É que, enquanto a situação, por exemplo, do IPO (Instituto Português de Oncologia) de Lisboa se degrada

por falta de profissionais e de outros recursos, enquanto as maiores urgências do País fecham as portas,… O Sr. Ministro da Saúde (Manuel Pizarro): — Fecham as portas?! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — … rotativamente, a utentes que não venham pelo INEM (Instituto Nacional de

Emergência Médica) — de norte a sul isto acontece, e são adiadas, por exemplo, cirurgias —, numa altura em que está absolutamente exposto que o SNS está à míngua e que vai sobrevivendo na total dependência de horas extraordinárias para lá do limite legal, no meio de tudo isto, o Sr. Ministro tem feito uma de duas coisas: ou se esconde atrás do diretor executivo, que é quem vem à Assembleia da República invariavelmente responder pela política do Governo, ou então tenta sacudir a água do capote com as explicações mais bizarras.

Protestos de Deputados do PS. A Sr.ª Joana Lima (PS): — É de acordo com os requerimentos que são apresentados! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — E a última explicação absolutamente bizarra que o Sr. Ministro tentou dar à

comunicação social sobre o que se estava a passar foi a de que os problemas do SNS eram, afinal, o sucesso do SNS. Creio que não ouvíamos uma coisa tão bizarra há muitos anos. É de uma imaginação absolutamente fértil, que tenta suplantar, na verdade, aquela que é a mais dura das realidades do SNS neste momento.

Protestos da Deputada do PS Maria Antónia de Almeida Santos. Temos uma novidade, Sr. Ministro: é que os problemas, os muitos problemas que estão a degradar, neste

momento, o SNS, não são consequência do sucesso do Serviço Nacional de Saúde, são consequência do insucesso do Sr. Ministro da Saúde e do Governo do Partido Socialista. Hoje existem problemas como nunca existiram nos últimos anos por causa do falhanço das suas medidas e das medidas do seu Governo.

Hoje existem maternidades que são regularmente encerradas porque o Sr. Ministro não consegue garantir os profissionais para o seu funcionamento, e até fecha os olhos à situação do Hospital de Santa Maria, que acaba, para já, com a rescisão de sete obstetras. Portanto, entrámos na época do «encerramento planeado é bom encerramento». Já o dissemos, e voltamos a dizê-lo: não pode ser esta a lógica do Serviço Nacional de Saúde, de que um encerramento planeado é um bom encerramento.

Hoje temos urgências que já não conseguem estar abertas sete dias por semana, não por um qualquer sucesso que o Sr. Ministro tenha inventado, mas por puro e simples falhanço do Partido Socialista e do Governo, que não estão a conseguir garantir os profissionais de saúde para estes serviços. E já não vamos falar sequer da negociação, ou da suposta negociação, que está a fazer há mais de um ano com estes profissionais.

É que os profissionais, de facto, neste momento, deram um murro na mesa e dizem que não estão disponíveis para fazer mais 300, 400, 500, 600 e, em alguns casos, mais de 1000 horas extraordinárias, porque o Ministério não quer negociar seriamente as suas reivindicações, que são justíssimas, porque estamos a falar de profissionais que, em setembro, por exemplo, em Bragança, já passaram das 1500 horas extraordinárias. Isto não é possível!

Portanto, de norte a sul do País, de Bragança a Portimão, de Viana a Santarém, de Porto a Lisboa, aquilo que verificamos é que o Governo não está a responder e que o único sucesso que está a ter é o de fazer divergir muitos utentes para os serviços privados, nomeadamente no caso das maternidades.

A pergunta que fica neste debate, à qual precisamos que responda, é esta: quando é que vai passar a ser, de facto, Ministro da Saúde e responder pelos problemas graves do SNS?

Aplausos do BE. O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado João Dias.