I SÉRIE — NÚMERO 19
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O Sr. Ministro das Finanças: — Sr.ª Deputada, tudo isto — a realidade! — contraria o fundamental da sua intervenção…
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — São os privados! O Sr. Ministro das Finanças: — … e do ponto que quis trazer a este debate. É que nós temos uma
capacidade muito significativa de atrair, de criar, de gerar investimento no nosso País. E atrair investimento para o nosso País só é possível porque o País tem os recursos, e é o espaço de recursos, para que as empresas progridam.
Mas, quero falar também daquilo que está em marcha e que estamos a fazer. O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — E as medidas do Governo? O Sr. Ministro das Finanças: — Em primeiro lugar, temos o PRR e os investimentos nas Agendas
Mobilizadoras. Desde a criação de novos produtos e de novas técnicas ao desenvolvimento de novas tecnologias e à qualificação de unidades e de processos, tudo isto é um grande movimento que está em marcha de norte a sul do País.
Só para as empresas, o PRR reserva mais de 8 mil milhões de euros — 30 % do total do PRR. E, quando vamos ao Orçamento do Estado, temos incentivos particularmente importantes e dirigidos à fase que estamos a viver.
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Isso…! O Sr. Ministro das Finanças: — Em primeiro lugar, saliento o incentivo à capitalização das empresas.
Sabemos como, em Portugal, as empresas dependem excessivamente do financiamento por capital alheio, isto é, dos bancos. Sabemos que, numa altura em que as taxas sobem e estão altas, se torna particularmente difícil para as empresas não só acederem a esse crédito, como rentabilizarem esse crédito.
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — E as empresas do Estado? O Sr. Ministro das Finanças: — Por isso, este Orçamento põe fim, pela primeira vez, a uma distorção que
tínhamos há muito tempo no nosso sistema fiscal, que é o facto de as empresas pagarem menos quando se endividavam com o capital dos bancos, mas pagarem muito mais quando os seus sócios aportavam dinheiro às empresas.
Protestos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão. O que nós fazemos, neste momento, é um incentivo de grande importância para que a economia progrida.
Soma-se a isto o reforço dos incentivos à investigação e desenvolvimento, às valorizações salariais. Permita-me, Sr.ª Deputada, terminar este ponto com a importância da estratégia de redução da dívida
pública, porque é a redução da dívida pública que tem sustentado a credibilidade externa do País, mas, mais importante, que tem feito reduzir substancialmente os custos acrescidos que as empresas pagavam face às empresas alemãs.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Só que não! O Sr. Ministro das Finanças: — Isto é fruto de um trabalho de grande determinação e uma consequência
direta da política de redução da dívida pública. Sr. Deputado, vamos falar de habitação. Temos neste momento em curso uma grande transformação… O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Dinheiro para as empresas é que não, é isso?