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2 DE NOVEMBRO DE 2023

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Porque, se for fazer a mesma coisa, o que sabemos é que não vai cumprir aquilo que anuncia. E, se quer

que tenhamos alguma fé de que este Governo vai cumprir, alguma vez, aquilo que diz, tem de nos dizer o que é que vai fazer de diferente. Porque, se fizer igual, Sr. Ministro, é mais uma promessa oca para encher os olhos dos portugueses, mas quem vai sofrer é a economia portuguesa.

Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento em nome do Bloco de Esquerda, tem a palavra a

Sr.ª Deputada Mariana Mortágua. A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, o debate tem estado tão

centrado no imposto que subiu, que ninguém deu pelo imposto que sumiu. O mesmo Governo que tem tentado convencer-nos de que a penalização fiscal dos carros antigos é

prioridade ambiental acabou de fazer sumir um imposto sobre os lucros excessivos da Galp. Tanta determinação neste Governo para aumentar o IUC (imposto único de circulação automóvel) dos

carros velhos, tão pouca para defender mínimos de justiça fiscal e, já agora, também de justiça ambiental. É que os lucros da Galp são mesmo excessivos! Protestos da Deputada do CH Rita Matias. Foram anunciados ontem mais 18 %, nos primeiros nove meses do ano. São 718 milhões de euros, em

nove meses. E não é só a Galp. O Pingo Doce anunciou aumentos de lucros de 33 %, 500 milhões de euros. É uma estranha crise, esta, em que os grandes grupos económicos continuam a enriquecer, à medida que

o salário vai sendo consumido pelo aumento dos preços da alimentação, pelo aumento dos preços dos combustíveis, pelo aumento dos preços da habitação, precisamente naqueles setores em que os lucros vão aumentando.

E, na banca, é o mais escandaloso, é o mais escandaloso de tudo. Ontem, foram anunciados lucros na banca, também. BPI (Banco Português de Investimento): mais 35 %.

Santander: mais 61 %. BCP (Banco Comercial Português): mais 382 %. Em conjunto, estes três bancos lucraram, nos primeiros nove meses do ano, 1426 milhões de euros.

E o Sr. Ministro sabe de onde vêm estes lucros. O Sr. Ministro sabe que estes lucros são feitos dos juros do crédito à habitação, das prestações que não param de aumentar. Estes lucros são puxados pela mesma corda que asfixia quem não consegue pagar a casa com o salário que ganha e não chega para a prestação, não chega para a renda, as mesmas pessoas a quem o Governo diz para congelarem os juros agora, para pagarem mais dívida amanhã, e tudo para não tocar nos 1500 milhões de lucro da banca, nos primeiros nove meses deste ano.

Quero perguntar-lhe se vai mesmo fingir que não vê os lucros da banca. Vai mesmo fingir que não é nada consigo que os bancos continuam a lucrar com as prestações do crédito à habitação? Vai mesmo permitir que a banca continue a apresentar lucros astronómicos, com a aflição de pessoas que não conseguem chegar ao fim do mês e pagar a prestação da sua casa ao banco?

Aplausos do BE. O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento em nome da Iniciativa Liberal, tem a palavra o

Sr. Deputado João Cotrim Figueiredo. O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo,

Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Ministro das Finanças, não sei se estou influenciado pela data, mas há aqui uma série de mistérios que queria aproveitar, nesta ocasião, para tentar esclarecer.

Ao primeiro mistério vou chamar o «mistério da cambalhota»,…