I SÉRIE — NÚMERO 26
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Faço ideia! A Sr.ª Irene Costa (PS): — Desde logo, pelo alargamento do modelo B a todas as unidades de saúde familiar.
Este é um indicador que permite melhorar as condições remuneratórias não só dos médicos, mas também dos enfermeiros e dos secretários clínicos. Este é, aliás, o modelo que tem um correspondente nas unidades hospitalares, com a criação dos CRI (centros de responsabilidade integrados), que foram já regulamentados e que se encontram a aguardar os contributos das estruturas competentes, designadamente os contributos das estruturas sindicais.
Vozes do PS: — Muito bem! A Sr.ª Irene Costa (PS): — Mas, paralelamente, podemos também falar, como, aliás, já foi referido, do
recente acordo celebrado com os médicos, da criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, que abrange cerca de 24 000 profissionais, do reposicionamento remuneratório de mais de 4000 profissionais de saúde — entre farmacêuticos, técnicos superiores e técnicos de diagnóstico —, e da revalorização da carreira de 17 000 enfermeiros.
Protestos do Deputado do PCP João Dias. A verdade é que estamos no caminho da valorização do SNS. Sr. Secretário de Estado, sabemos que, apesar deste esforço de organização, requalificação e valorização
dos profissionais, continuam a existir muitos desafios ao SNS, até porque está previsto que, até 2050, haverá um défice de profissionais de saúde. A questão que lhe coloco é, qual é o caminho que temos de seguir e o que é que é preciso continuar a fazer para que, de facto, se possa manter um equilíbrio entre os profissionais que saem e os profissionais a entrar, de forma a garantir o melhor SNS para todos?
Aplausos do PS. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado André
Ventura, do Grupo Parlamentar do Chega. O Sr. André Ventura (CH): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, chega a este debate num momento
particularmente frágil, não só da governação do PS na área da saúde, como do próprio Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. André Ventura (CH): — Já não bastavam as urgências fechadas, já não bastavam as consultas por
fazer, já não bastava a falta de medicamentos; agora, temos sobre o Serviço Nacional de Saúde a suspeita gravíssima de favorecimento de entidades externas com o dinheiro dos contribuintes portugueses, com a utilização de medicamentos de mais de 4 milhões de euros.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente! O Sr. André Ventura (CH): — E no dia em que mais suspeitas há sobre o Serviço Nacional de Saúde e sobre
o seu favorecimento, o Partido Socialista chumbou, nesta Assembleia da República, um requerimento para ouvir a antiga Ministra da Saúde, Marta Temido…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — É verdade! O Sr. André Ventura (CH): — … e o ex-Secretário de Estado Lacerda Sales.