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I SÉRIE — NÚMERO 30

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Está no seu direito, obviamente, mas o timing escolhido — que diabo! — não poderia ser pior, pelo menos se o objetivo da IL fosse mesmo mudar alguma coisa.

O sistema eleitoral do País é um assunto que precisa de reflexão séria e ponderada, para que as forças políticas se centrem nos princípios e na qualidade das soluções, sem ficarem reféns dos potenciais ganhos e perdas eleitorais das alterações que propõem.

Aplausos do PSD.Protestos da Deputada da IL Patrícia Gilvaz. Será este debate, sobre o sistema eleitoral, necessário? A nossa resposta cristalina é: sim. Ele é necessário,

é importante e, nessa perspetiva, saudamos a IL por trazer aqui este tema. É necessário, porque os eleitores querem sentir-se próximos dos que elegem e estão a sentir-se cada vez

mais longe. É necessário, porque os eleitores sentem que a representação democrática baseada no princípio «uma

pessoa, um voto» — one man, one vote — tem hoje de ser mitigada por formas de representação do território que reconheçam que um país não é apenas um grupo de pessoas, mas é também um conjunto de territórios e povoações, mesmo que alguns desses territórios e povoações tenham cada vez menos pessoas.

É necessário, porque a estrutura geográfica em cima da qual o sistema eleitoral está montado tem de ser repensada, num tempo em que os distritos já foram abandonados pela organização espacial da Administração Pública e até pelas estatísticas que suportam a decisão pública.

É necessário, porque o equilíbrio entre representatividade e governabilidade tem de ser revisitado. E a solução, como traz aqui a Iniciativa Liberal, pode passar, de facto, pela criação de um círculo nacional de compensação, como o PSD, aliás, tem proposto consistentemente desde os anos 90.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Então, porque é que nunca foi feito?! O Sr. João Barbosa de Melo (PSD): — Mas um sistema que também não baixe ainda mais a representação

política dos territórios despovoados. Vozes doPSD: — Muito bem! O Sr. João Barbosa de Melo (PSD): — Cinquenta anos após o estabelecimento do sistema eleitoral que foi

desenhado — lembremo-lo — para escolher a Assembleia Constituinte, e que, no essencial, se mantém, há muitos sinais de que o sistema político, em geral, precisa de mudanças. E o PSD está, como sempre esteve, disponível para esse trabalho. Agora, fazê-lo em tempo de campanha eleitoral? Aqui a nossa resposta, tão clara como a anterior, é: não, não é razoável. Uma campanha eleitoral é, aliás, mesmo o único timing em que um debate importante como este não tem qualquer hipótese de ser bem-sucedido.

Vozes doPSD: — Muito bem! O Sr. João Barbosa de Melo (PSD): — É verdade que, quando a IL apresentou o projeto, a atual crise não

estava no horizonte. O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Ah!... O Sr. João Barbosa de Melo (PSD): — Mas quando escolheu discutir hoje o tema aqui já sabia que estava

a fazê-lo em tempo de campanha. Aplausos do PSD.