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I SÉRIE — NÚMERO 31

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Portanto, a pergunta que se coloca é como é que, com estes acontecimentos, se pode preparar o caminho para a paz.

A violência, a vingança e a repressão geram ódio e mais violência e nunca trouxeram nada de bom à humanidade. Isto é algo que a extrema-direita não compreende, mas que deve estar na cabeça de qualquer um dos democratas deste Parlamento.

A solução para a questão do território palestino é, por isso, política, não militar, e não pode passar por outra coisa que não seja o cumprimento das resoluções da ONU e do direito internacional, pressupondo a convivência entre estes dois povos e o seu direito ao estabelecimento do seu próprio Estado. Ou seja, pela efetivação da conhecida solução de dois Estados, que não é, com certeza, uma bala de prata, mas que é um passo imprescindível.

Uma das partes está feita. A existência do Estado de Israel não está nem pode ser colocada em causa e deve ser defendida. O que está por cumprir é a outra face da moeda, o reconhecimento de um Estado palestiniano livre.

O caminho que Portugal deve seguir é, por isso, o de assegurar, de forma multilateral e nas organizações em que está inserido, nomeadamente na União Europeia, que as ações têm consequências e um impacto real na procura de uma solução política para o conflito.

Portanto, Sr.as e Srs. Deputados, é fundamental trabalhar para que o reconhecimento do Estado da Palestina seja uma realidade, de forma a garantir uma repartição de território justa, para que estes dois povos possam viver lado a lado, em paz e em segurança.

Aplausos do PS. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Só tiveste seis palmas! Só seis palmas! O Sr. Presidente (Adão Silva): — Passamos agora a uma intervenção do Sr. Deputado Diogo Pacheco de

Amorim, pelo Grupo Parlamentar do Chega. O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Vamos ao essencial. O

essencial é a perceção do contexto geopolítico em que se inscreve o conflito dito «israelo-palestiniano», mas que, na realidade, é israelo-iraniano. Conflito este no qual, por sua vez, se inserem as medidas concretas propostas nos projetos hoje trazidos a debate.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — A sua discussão deverá ter em conta o presente contexto

geopolítico, o de uma aliança reunindo um arco de países que se estende da China e da Coreia do Norte até à Venezuela, passando pela Rússia, pelo Irão e, de forma incipiente, pela Turquia, na sua maior parte antigos impérios que se pretendem reconstruir como tais num mundo a caminho de se tornar multipolar. Ora, para além do muito que separa estas autocracias, e muito é, une-as a guerra ao que sobra do multissecular predomínio mundial do Ocidente e dos seus valores.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Já foi! O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — É uma guerra surda e larvar, mas que se tornou clara e aberta

em dois atuais campos de batalha, Ucrânia e Israel, com o perigo de duas novas batalhas desta guerra poderem eclodir: Taiwan, invadida pela China, e a Coreia do Sul, invadida pela Coreia do Norte.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Essa é que é essa! O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Ora, caso se abram, em simultâneo com os outros, estes dois

campos de batalha, o futuro do Ocidente, dos seus valores e das suas democracias liberais, será mais do que incerto.