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I SÉRIE — NÚMERO 34

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O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, muito obrigado pelas questões, porque permitem, mais uma vez, clarificar vários aspetos que são relevantes, começando pela primeira palavra que utilizou: não se trata de legalizar uma atividade, trata-se de regulamentar uma atividade que hoje é realizada.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — É verdade! O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — É realizada em Portugal, em Bruxelas, em Washington, em Madrid, em

Berlim, em Paris, e é realizada sem a devida transparência, sem a devida possibilidade de escrutínio, que é isso que esta iniciativa acautela.

Aplausos de Deputados do PS. E o que a iniciativa acautela não é só traduzido nas propostas que aqui estão, porque as associações que

se dedicam ao acompanhamento destas matérias da transparência, todas elas, há largos anos, recomendam aos Parlamentos que procedam à regulamentação desta atividade, que criem fórmulas para que se possa controlar quem é que, no processo de uma decisão, contactou com os decisores públicos.

E, portanto, o que falta são de facto normas, para que esta realidade deixe de estar opaca, como está em algumas jurisdições, em alguns Estados-Membros, e que passe a beneficiar do mesmo regime com o qual, aliás, todos os partidos que têm assento neste Parlamento e que têm acesso ao Parlamento Europeu, convivem e com o qual não têm dificuldade, porque sabem que para contactarem o representante de uma ONG (organização não-governamental), de um sindicato ou de qualquer representante de um interesse, têm de o registar e ele tem de estar previamente registado. É algo com o qual trabalham sem dificuldade e que conhecem.

Portanto, os objetivos políticos deste agendamento são, desde logo, recuperar uma iniciativa de 2015! Mais uma vez, não se trata de algo que nasceu hoje, na semana passada, ou há dois meses, nesta Câmara. Trata-se de algo que, há muito tempo, este Parlamento tem vindo a decidir.

Mas, acima de tudo, o que queremos garantir é que este tema, pela sua importância para a democracia, não fica refém de populistas.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Exatamente! O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — E é precisamente o inverso do que o Sr. Deputado está a dizer, porque

é o trabalho realizado ao longo de várias Legislaturas, e recolhendo contributos da sociedade civil, que garante que o que se procura aqui fazer não é ir ao sabor de um qualquer vento que sopra para aproveitar uma boleia, para tentar fazer um número político como aquele a que aqui assistimos em dezembro, mas verdadeiramente dar uma oportunidade a todos os partidos e todos aqueles que vieram a jogo neste dia de hoje — o PSD, a Iniciativa Liberal e o PAN, penso que partilham deste objetivo — de fazer isto com seriedade e com a devida ponderação que para isto é necessária.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Numa semana? O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — E indo à sua última pergunta: como é que se faz este procedimento

legislativo? Mais uma vez, isto não nasceu na semana passada, não nasceu no mês passado. Todos estes processos foram objeto de, talvez, o maior número de contributos recebidos em duas rondas, desde logo no trabalho da XIII Legislatura, porque não só houve um pedido de parecer inicial, como o texto final foi novamente objeto de parecer por todos aqueles que estavam representados na concertação social, por entidades representativas dos vários setores que contribuíram e participaram. Participaram na Legislatura anterior e mesmo nesta: o processo começou com o projeto apresentado pelo…

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Pelo PAN!