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31 DE AGOSTO DE 1983

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Fábrica de Ródão:

Pinho — 650 000 st;

Fábrica de Setúbal:

Eucalipto — 1 100 000 st.

2 — As fontes de abastecimento directo são a floresta, que fornece rolaria através de fornecedores, que podem ser produtores ou intermediários — industriais de corte ou de serrações —, e as serrações, que fornecem desperdícios da sua laboração própria — costanei-ras ou estilha —, neste caso restringida ao pinho.

3 — Os limites que a indústria de celulose impõe à utilização de rolaria de eucalipto referem-se à sanidade e aos diâmetros trabalháveis — normalmente entre os 5 cm e os 35 cm.

4 — Quanto ao pinho, entende-se ser indispensável conjugar os interesses da economia nacional, valorizando, quanto possível, o produto florestal através de uma mais racional distribuição pelas indústrias consumidoras — serração, aglomerados e celulose—, mediante selecção que estabeleça a afinidade necessária entre a qualidade da matéria-prima e a nobreza do produto a fabricar.

4.1 — Logo as indústrias de serração têm de seleccionar a madeira de acordo com o seu destino: madeira menos exigente, normalmente, para caixotaria, seguindo-se em grau de qualidade —rectilinearidade, sanidade, composição lenhosa, nós, veios, etc. — a madeira destinada aos fins múltiplos da construção civil e ocupando o nível de máxima exigência a madeira destinada a trabalhos de marcenaria. A distinção de usos e qualidades de madeira faz logicamente diferenciar os respectivos preços de aquisição, o que deve orientar os produtores no sentido de práticas culturais que conduzam à produção final das madeiras mais valorizadas.

4.2 — A indústria de aglomerados pode consumir qualquer tipo de madeira de pinho, limitada apenas pelos diâmetros laboráveis pelas máquinas de destro-çamento, desde que seja sã, mas, por razões de economia, deve limitar-se à aquisição de rolaria fina — proveniente das pontas de árvores destinadas à serração e das árvores finas não utilizáveis naquela indústria, que podem resultar de exemplares dominados em matas sujeitas a cortes rasos ou de desbastes feitos em cortes culturais das matas, exactamente com a finalidade de se atingirem árvores cada vez mais valiosas para corte final.

4.3 — Finalmente, a indústria de celulose, além de se inserir no campo de utilização de matéria-prima da indústria de aglomerados, pode levar mais longe a sua contribuição para a valorização integrada do produto da floresta, pois lhe é acessível a utilização de madeira já atacada por fungos —inaceitável para as outras indústrias mencionadas —, sem qualquer inconveniente para o caso de ataque primário (madeira azulada) e já com deficiência de rendimento e qualidade de produto fabricado no caso da madeira cardida.

5 — A produção de eucalipto é quase integralmente destinada à indústria de celulose, razão pela qual as técnicas silvícolas em uso se orientam para esse objectivo.

6 — Quanto à madeira de pinho, tendo em vista a diversificação de utilizações e valores, já se tem de

praticar uma silvicultura adequada, que aiiás não difere muito da habitual, que sempre teve em conta as diferenciações apontadas, apenas com as indústrias de trituração de existência recente a substituírem o uso da rolaria fina nas entivações de minas e diversos usos agrícolas, que hoje preferenciam elementos mais duráveis.

Uma análise aos produtos a extrair de uma mata de pinheiros bem conduzida desde a sua plantação até ao seu corte final conduz sensivelmente à seguinte distribuição:

Para serração, com os vários graus de utilização

e valor —60 %; Para trituração (aglomerados e celulose), incluindo

toros finos de desbastes e pontas rejeitadas pela

serração — 40 %.

Da serração ainda resultam desperdícios da ordem dos 10 % a 15 %, que são utilizáveis nas indústrias de trituração, o que significa que a distribuição final de transformação industrial da madeira de pinho se pode estabelecer na ordem dos 50 % para cada um dos sectores referidos.

Actualmente a indústria de celulose consome cerca de 20 % da produção nacional de pinho e a indústria de aglomerados consome um pouco menos, donde resulta um desequilíbrio entre a produção potencial (por tipos) e o respectivo consumo, que a breve trecho se corrigirá logo que entre em funcionamento a fábrica da SOPORCEL.

Mas na equilibrada distribuição que se deve verificar com uma exploração normal interfere a desordem criada pela catástrofe dos fogos que de há poucos anos para cá tem flagelado a zona do pinhal, a qual origina um excesso de disponibilidades em grande parte só utilizáveis na indústria de celulose por virtude da deterioração que a madeira começa a sofrer e que a torna imprópria para as outras indústrias e também com exigência de refrescamento para a indústria de celulose s fim de evitar a produção de produtos invendáveis ou s comprometerem o prestígio antes conquistado para a qualidade dos nossos fabricos, como já em indesejáveí medida nos tem acontecido.

7 — A PORTUCEL, quando no Verão de 1981, com outras empresas, foi chamada pelo Govemo e solicitada a colaborar no escoamento da madeira proveniente das matas incendiadas, aceitou, com exclusiva singularidade, essa solicitação que impunha acréscimos de esforço técnico e financeiro, este naturalmente a compensar com as respectivas indemnizações como a lei define.

E com a consciência do potencial da floresta, sem o qual uma série de indústrias do mais alto valor para a economia nacional seriam desactivadas, ofereceu a PORTUCEL toda a sua capacidade de florestação, bem provada, para colaborar no repovoamento da área afectada através de modalidades que explicitamente divulgou.

Parece ter havido mais interesse de especulação sobre toda a transparente atitude explicitada pela PORTUCEL do que desejo de resolver os reais problemas do País, uma vez que apenas se generalizou uma campanha difamatória contra a empresa, porque entretanto não teria permitido mais francos proventos a muitos que da desgraça alheia colhem os benefícios próprios.