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II SÉRIE — NÚMERO 32

timentos foi da ordem dos 10 milhões de contos (23% do total investido).

Para além deste esforço de investimento, muitos dos novos projectos revelaram uma fraca rentabilidade, provocando prejuízos substanciais (o valor acumulado era de 12,6 milhões de contos em finais de 1983), absorvendo os fundos gerados pelas actividades rentáveis da empresa e originando um enorme nível de endividamento face aos fornecedores e à banca.

O peso daquelas unidades não rentáveis na deterioração da situação da QUIMIGAL pode apreciar-se confrontando o seu contributo para as vendas e emprego, que é de 15%, com a sua responsabilidade pelo passivo total, que é de 65%.

Encontram-se nessas condições os seguintes projectos:

a) Purificação e paletização de cinzas de pirite (Kowa-Seiko). — Este projecto articulava-se com o Plano Siderúrgico Nacional e com o Programa de Aproveitamento Integrado das Pirites, cujo abandono fez cair os pressupostos em que se baseava;

b) Metalurgia dos não ferrosos. — Complementar do anterior, visando a produção de cobre, zinco, chumbo e metais preciosos;

c) Fábrica de fibra de vidro. — Constitui uma unidade isolada do complexo de relações inte-rindustriais da empresa. É complementar da produção de resinas de poliéster;

d) Fábrica de amoníaco. — Exigiu investimentos da ordem dos 15 milhões de contos, parcialmente financiamentos pelo Banco Mundial. Produz amoníaco a partir do fuelóleo ou dos resíduos da destilação do petróleo, visando substituir a produção da Petroquímica e Gás de Portugal, E. P.;

é) Fábrica de anilina. — Trata-se também de uma unidade isolada de matriz tecnológica da empresa, produzindo para um só cliente, a ISOPOR, e utilizando como matéria-prima principal o benzeno, produzido pela PETROGAL, no Porto. É uma das principais fontes dos prejuízos da empresa.

Às dificuldades intrínsecas destes projectos — deterioração dos mercados, alteração da estrutura de custos, mau dimensionamento das unidades — juntaram-se as derivadas de uma insuficiente cobertura por capitais próprios, em virtude do fraco autofinanciamento e das baixas dotações de capitais próprios para cobertura dos investimentos.

3 — A análise da evolução da empresa, do ponto de vista económico-financeiro, revela a sua progressiva deterioração.

Assim:

a) O grau de autonomia (situação líquida/activo), que era de 38% em 1977, baixa para 20% em 1982 e para 5% em 1983, estimando-se que tenha subido ligeiramente em 1984;

b) A cobertura do imobilizado por capitais permanentes, que superava os 100% em 1977, baixa para 90% em 1982 e para 60% em 1983. Prevê-se também uma melhoria em 1984 (82%). Por isso, o fundo de maneio, ainda positivo em 1977, atinge o valor negativo de cerca

de 5 milhões de contos em 1982 e de 23 milhões em 1983. A melhoria esperada para 1984 mantém-no ainda no nível dos 13 milhões de contos negativos;

c) Os outros indicadores de liquidez mostram uma evolução paralela. O grau de liquidez (Am/Pcp) atinge em 1983 o valor de 30%, cerca de metade do valor médio do sector (1980 a 1982);

d) A produtividade do trabalho (VAB/emprego) cresce, em termos nominais, a uma taxa de 27% de 1977 a 1983, contra 20% do crescimento dos encargos médios por trabalhador, fazendo baixar de 65 % para 47 % a percentagem das despesas com o pessoa) no VAB;

(?) A rentabilidade do activo baixa, entretanto, de 4% (1977) para 2% e —4% em 1982 e 1983.

Evolução da estrutura financeira e das necessidades de financiamento

Para efeitos de análise, corrigiram-se os balanços da empresa para os anos de 1983 e 1984 (v. anexo t). tendo em consideração as reservas constantes do parecer do IGF sobre as contas dos respectivos exercícios.

A sua leitura patenteia que o desequilíbrio financeiro estrutural da QUIMIGAL é evidente, caracterizando--se pelos seguintes indicadores:

Insuficiência notória de capitais próprios face ao activo total da empresa. Aqueles apenas cobrem 3% deste;

Elevada dependência em relação a capitais alheios, particularmente ao nível dos empréstimos externos, com os inerentes encargos financeiros, que só no exercício atingiram o montante de 20 653 milhares de contos;

Fundo de maneio negativo em 3075 milhares de contos, mesmo tendo em consideração o excessivo valor das disponibilidades evidenciadas em balanço, que de forma alguma traduzem as dificuldades de tesouraria vividas pela empresa ao longo do ano.

Não obstante esta caracterização, no exercício em análise a situação financeira da QUIMIGAL registou algumas melhorias, produzidas, no essencial, pelos seguintes factores:

Elevado apoio financeiro por parte do Estado ao nível das dotações de capital atribuídas, quer para investimentos (620 milhares de contos), quer para saneamento financiamento (12 380). A dotação atribuída no final de 1984 (10 000 milhares de contos) destinou-se, no fundo, a regularizar adiantamentos feitos pela Direcção--Geral do Tesouro ao longo do ano para pagamento de prestações de empréstimos externos que se foram vencendo;

Renegociação da dívida com algumas instituições financeiras, o que, de certa forma, contribuiu para a consolidação da mesma;

Reavaliação do activo imobilizado corpóreo ao abrigo do Decreto-Lei n.° 399-G/84, que permitiu a constituição de uma reserva no montante de 5333 milhares de contos.