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3 DE ABRIL DE 1987

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Falou também que os estaleiros estão numa fase de investimento de modo a aumentar a sua competitividade, referindo-se ao prolongamento da capacidade de docagem, prolongamento da doca n.° 1, um investimento na ordem dos 120 000 contos, e ao problema das percas de produtividade derivado da quantidade de dias com chuva por ano, visto que qualquer ganho de produtividade não compensa o que se perde com a chuva.

O engenheiro Duarte Silva referiu-se depois ao Decreto n.° 345/80 e à ajuda que tem prestado ao estaleiro, frisando que as últimas cinco construções já não necessitaram de subsídio.

Quanto à legislação do Governo, disse que será uma ajuda, mas que por si só não é suficiente, passando também por incentivos ao armamento para além do que está legislado.

O estaleiro tem tentado melhorar a produtividade e a tecnologia própria, estando já apetrechado com novas tecnologias na área do projecto e fabricação, utilizando ferramentas informáticas (sistema CAD), para o que tiveram o apoio da JNICT; este programa, que está em curso há quatro anos, permitira uma economia de tempo na ordem dos 30 % em relação ao despendido normalmente no domínio da construção.

Referiu-se também às novas tecnologias de soldadura e apoios à construção, à flexibilidade de mão-de-obra e à reestruturação do estaleiro, com uma gestão orientada para a produção, frisando que mais de 50 % do custo de um navio são materiais e equipamento, que nós temos de importar na sua grande parte, o que não acontece nos estaleiros do Norte da Europa.

Foi ainda colocada pelo deputado Carlos Ganopa uma questão relacionada com a necessidade do apetrechamento da nossa marinha de guerra de navios--patrulha para fiscalização da CEE, e sua construção em estaleiros nacionais.

O engenheiro Duarte Silva disse que existe um anteprojecto e uma comissão, com a qual tem tido contactos, referindo que interessa bastante aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo tomar parte na possível construção desses navios, porque seria um salto tecnológico para o estaleiro, uma vez que a construção de navios de guerra, nos quais são sempre utilizadas as últimas tecnologias, dá um avanço tecnológico aos Estaleiros.

Terminada a reunião, a Comissão visitou as instalações do estaleiro, nomeadamente as zonas de pré--fabricação, de montagem, as docas, a sala de oxicorte e finalmente a sala de desenho, onde estão os meios informáticos do sistema CAD, que permitem as operações de oxicorte automático, sendo sempre acompanhados por membros da administração e técnicos do estaleiro, que explicaram com detalhe como funcionam os sectores visitados.

5 — Vista ao porto de Viena do Castelo em 10 de reveiolro de 1987

Iniciada com uma reunião na sede da Junta Autónoma dos Portos do Norte, com a presença do Sr. Governador Civil do Distrito de Viana do Castelo, do Sr. Presidente da Câmara de Viana do Castelo, dos Srs. Deputados da Comissão Parlamentar de Equipamento Social e Ambiente e dos Srs. Deputados con-

vidados eleitos pelo círculo de Viana do Castelo, o director do porto de Viana do Castelo, Sr. Engenheiro Monteiro de Morais, fez uma desenvolvida exposição sobre o papel desempenhado no passado pelo porto de Viana do Castelo, as suas realidades actuais e as perspectivas e necessidades de futuro.

Em breves referências ao porto de Viana do Castelo, antes das obras de ampliação, ficou sabido que o tráfego gerado pelo porto de Viana do Castelo quase se confinava só ao distrito, até mesmo ao concelho de Viana do Castelo: em 1977 movimentou somente 129 0001, em descarga de bacalhau e carregamento de papel. Este reduzido movimento era devido às más condições de acesso ao porto —fundos e assoreamento— e exiguidade de terraplenos e cais acostável.

Com as obras de ampliação iniciadas em 1976, financiadas pelo OGE e já com mais de 3 milhões de contos gastos, na fase actual as principais limitações do porto estão sanadas.

Construído o molhe exterior de abrigo, resolvido, ainda que não completamente, o problema do assoreamento, aberto o canal de acesso ao cais comercia) (margem sul) em condições aceitáveis (70 m de largura, 6,5 m de fundos), apesar de o não ser como primitivamente fora planeado (150 m de largura, 8m de fundos), construído o cais comercial na margem sul, com extensão de 500 m e equipado com quatro guindastes eléctricos de via para 61—121 e um guin-daste-automóvel para 491, construída também uma doca de recreio fluvial a montante da ponte sobre o Lima, estão criadas as condições para, sob o ponto de vista marítimo, o porto poder ser dinamizado comercialmente.

E os indicadores actuais, quer no tocante à implia-ção do hinterland, quer no que se refere ao movimento de mercadorias e de navios, são animadores.

Em 1986 o movimento de mercadorias esteve próximo das 300 0001 — importação de toros de madeira e peixe congelado e, ainda, apesar de pouco significativamente, alumínio e arame de aço e exportação (mais de 90 % do movimento global) de papel para Espanha, França, Itália e Inglaterra, de madeira serrada para a Europa Central e de quartzo e feldspato para o Norte da Europa.

O movimento de navios vai aumentando ano a ano — 260 era 1984, 360 em 1985 e em 1986 (um pouco menos) 310.

A barra, o canal e o cais têm possibilidades, em perfeitas condições de segurança, de movimento de navios até 150 m de comprimento e 28 pés de calado.

A área de influência do porto de Viana do Castelo alargou-se já para além do próprio distrito, invadiu zonas a sul do Douro, tradicionais do porto de Leixões, mercadorias do continente para os Açores partem de Viana do Castelo, e o movimento marítimo gerado pela indústria têxtil é um dos objectivos de atracção, até agora dificultados pelo estrangulamento da ponte de Barcelos. A situação actual do porto de Viana do Castelo permite-lhe a vocação fundamental de apoio aos Estaleiros Navais e à exportação do produto da PORTUCEL.

Não têm sido sentidos os reflexos nem o surgimento de novas indústrias, naturalmente devido aos condicionamentos resultantes de estrangulamento ou falta de acessos rodo e ferroviários.