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II SÉRIE-A — NÚMERO 59

tomóveis — uma unidade; clubes de vídeo — uma unidade; drogarias — uma unidade; farmácia — uma unidade; materiais de construção — duas unidades; comércio de carnes — duas unidades; empresas de transportes pesados — duas unidades; comércio imobiliário — uma unidade; correspondentes bancários — várias unidades; mediadores de seguros — várias unidades; posto-extensão do Registo Civil — uma unidade.

Conta ainda com um mercado semanal, com mais de um século de existência, e uma feira mensal (26 de cada mês).

8 — Património artístico:

8.1 — Igreja Paroquial.

É dedicada a N.1 Sr.» das Neves.

Grande templo de três naves, reedificado inteiramente no século XVII, como sucedâneo de uma anterior ermida dedicada certamente a Santa Ana, sofreu profundas alterações nos séculos xrx c xx. Ocupa uma posição central na povoação, A cantaria em granito confere-lhe uma notável majestade.

As três naves são separadas por arcadas de cinco vãos cada uma. Formam-nas altas colunas dóricas; as que se incluem nas paredes dos extremos só têm meio diâmetro.

Firmam-se em plintos singelos; os largos arcos são lisos.

O primeiro tramo é ocupado pelo coro alto, apoiado em arcos frontais, abatidos, que arrancam de mísulas cravadas nos fustes das colunas. Nas colunas que dividem os vãos 3." e 4.°, firmam-se púlpitos, iguais e fronteiros.

Na cabeceira fica só a capela-mor, de fortes paredes, para abobadamento, mostrando grandes e decorativas cimalhas adinteladas, seccionadas por mísulas. Só nesta parte se conservam as janelas antigas, grandes e de esbarro. As do corpo foram alteradas por obras modernas.

No topo de cada nave colateral cava-se um arco retabular. Nos flancos, de ambos os lados, para a parte dos ombros, há mais dois arcos, para o mesmo fim de altares.

No flanco direito, entre os arcos retabulares, crava-se na parede uma lápide, referida ao último retábulo desse flanco, junto ao ângulo:

ESTA CAPELA MANDARAM FAZER EM LOVVOR DA S(ENHO)RA DA

COMSEISAÕ O CAPITAM M(ANV)EL NVES DE PINHO CAVAL(EI)RO PROEF(ESSE)0

NA ORDEM D(E) XP9 E FAMILIAR DO S(AN)TO OFF(ICI)0 E SVA M(VLH)ER D M(ARI)A DE FTG(VEIRE)DO COM OBRIGAÇÃO DE DVAS MISAS COTIDIANAS P(AR)A O Q(VE) OBRIGARÃO SEVS BENS N A FORMA DA INSTITVICAÕ DELLA FEITA NO ANO D(E) 1698

Além do retábulo principal, na capela-mor, há mais cinco, correspondentes aos arcos das paredes. O primeiro da direita —o de N.s Sr.! da Conceição—, segundo o teor da lápide, seria o mais antigo. É da fase inicial do barroco; como barrocos são os outros, do barroco de D. Pedro II.

Das esculturas antigas, a mais importante é a do retábulo colateral direito — a Virgem com o Menino (Sr.* do Rosário). Significativo é também o Cristo Crucificado, que outrora presidia ao retábulo das Almas.

As measas dos altares são de concheado do século xvm. Os púlpitos referidos firmam-se nas colunas, sendo as largas bacias suportadas por mísulas simples. As escadas de acesso envolvem as respectivas colunas e têm guardas de ferro, com balaústres galbados.

A frontaria, que teve de ser apeada em 1930, por apresentar um certo desvio, segue, ao alto, uma vaga interpretação das linhas setecentistas. Nela se encontra um nicho, com uma imagem de pedra —a Senhora com o Menino— quatrocentista, certamente saída das oficinas de Coimbra. Ao lado, ergue-se a torre sineira, larga e sólida; o acesso, até à altura do coro, faz-se por uma escada granítica helicoidal, metida num saliente cilíndrico, que se encosta ao ângulo reentrante posterior.

No tesouro, destaca-se a Custódia, dourada, obra de categoria, com 0,88 m de altura. É de 1785. Também um cálice de prata dourada e cinzelada, da segunda metade do século xvm. E ainda as Cruzes processionais, em praia, do século xix — três, com algumas tochas de prata acompanhantes.

8.2 — Capela de S. Sebastião:

Eslá na entrada da povoação, do lado norte. Obra singela do século xvn adiantado, volta a frontaria para um terreiro, que uma fonte seiscentista completa. A porta, de lintel, friso c cornija, é encimada por nicho vazio, No vértice de empena recorta-sc a sineira simples.

8.3 — Capela de São Gregório:

Na mesma rua. Foi reconstruída em 1908. Não tem interesse de maior, a não ser o retábulo único, de pedra. A porta, já modificada, é de tipo seiscentista.

8.4 — Capela do Espírito Santo:

Na zona nascente, próxima da Igreja. Provavelmente foi já reconstruída no século xvn. Um letreiro colocado acima da entrada diz que a capela fora feita em 1616, se arruinara em 1806, sendo reedificada em 1864-1867. Há restos de um retábulo de calcário, do século xvn, a servirem de degrau na porta lateral e no nicho que se crava na frontaria, onde está uma escultura calcária da Trindade, do gótico final e popular. Também a porta, de verga, denuncia o século xvn. Mas uma lápide fúnebre, que servia de patim à porta principal, tem uma inscrição: 28 d'outo d 1521. Se a campa não veio doutro edifício, denuncia um mais antigo passado da capela.

8.5 — Capela do Fontao:

O fonlão ficava no couto de Albergaria. Larga questão do princípio do século xvn terminou por sentença que isentou a Quinta do Fontao — hoje um lugar da freguesia de Angeja— do pagamento dos direitos senhoriais à Albergaria.

A capela eslá dentro dos muros da Quinta, pertença dos herdeiros do Dr. Augusto de Castro. Com corpo e capcla--mor, tudo de dimensões dos pequenos santuários de aldeia, graciosa, com grossos pináculos de alvenaria nos cunhais. A Virgem e o Minho (do Carmo) é cm madeira, pequena, dos fins do século xvm.

8.6 — Arquitectura e outros motivos civis:

Quase desapareceram as casas antigas. Desapareceu também o Pelourinho original. Para lembrar a amiga dignidade da povoação, foi feito um, de novo.

Sobra alguma arquitectura mais antiga rodeando a Praça da República, na Rua Direita e da Pereira (Casa da Pereira), na Rua dos Pinheiros, na Rua da Fonte, na Rua da Barca. O solar do Dr. Augusto de Castro, no Fontao, está bastante degradado. Subsistem alguns painéis e fachadas de azulejo (da Fábrica da Biscaia). A fonte seiscentista do terreiro da Capela de S. Sebastião, bastante adulterada e ao abandono.