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II SÉRIE-A — NÚMERO 19
•• elaboração da, Lei Quadro das Áreas Protegidas, ,
••acções de florestação e" de prevenção e combate aos fogos
florestais;' * 1 ' ' 1 .' '. '
• no tocante à politica do ar, assumirá especial relevância o controlo das emissões de poluentes;
•no que se refere à politica', da água.: será.' necessária ' uma actuação global e integrada, visando homogeneizar a sua disponibilidade e promover a regularização das bacias
hidrográficas. Neste contexto: . ,
•• prosseguirão' os investimentos .em obras' hidráulicas que terão efeitos' imediatos' no que respeita' à qualidade da água. sobretudo nas ¿pocas de estiagem, bem como na garantia de 1 fontes 'estáveis para o abastecimento às
populações;' ' '••'.-
•• lomar-se-ão medidas viradas para a garantia de níveis médios de qualidade nos principais cursos de água, por forma a possibilitar politicas eficazes de protecção dos rios;
•• preparar-se-á uma nova Lei da Água, um Código de Usos da Água e institucionalizar-se-á o Instituto Nacional da Água.
A participação dos cidadãos e de todos os agentes sociais e a educação e a formação das populações deverão ser asseguradas por forma a generalizar uma cultura e uma prática de defesa do ambiente. Em particular, torna-se importante sensibilizar os jovens para a problemática ambiental, estimulando o associativismo vindo para a sensibilização, formação e intervenção das novas gerações na defesa da qualidade do ambiente. Importa assim promover um verdadeiro Pacto Ambiental, enquadrado no ámbito do Plano Nacional da Politica do Ambiente, no quadro de uma repartição e assunção de responsabilidades entre Administração e sociedade civil.
Uma aposta na qualidade do quotidiano
60. O quotidiano dos cidadãos constitui um elemento essencial da sua qualidade de vida. Neste sentido merecem particular atenção a organização do espaço, a qualidade da vida urbana, a ocupação dos tempos livres, a segurança dos cidadãos e a defesa do consumidor, dada a situação actual e a evolução previsível face às experiências de países mais desenvolvidos:
• a organização do espaço, porque o ordenamento do território
é um instrumento estruturante de um modelo de desenvolvimento espacialmente equilibrado e constitui um meio eficaz para impedir o aparecimento de problemas
ambientai <:
• a qualidade de vida urbana, porque pane significativa da
população vive nas grandes cidades, com problemas específicos de ordenamento, de equipamento social, de poluição e tratamento de detritos, de inserção social, etc;
• a organização de actividades de ocupação de tempos livres,
designadamente através da promoção da formação desportiva dos jovens como parte da sua educação global, porque o reforço do papel activo do desporto permitirá combater o absentismo e o insucesso escolar, além de que será um importante meio de prevenção de comportamentos desviantes em que avulta o consumo de drogas:
•a segurança, quer porque grande parte das tensões que resultam da vida nas grandes cidades tende a expressar-se em formas diversas de violência urbana ou vandalismo, quer porque a concentração urbana acentuou a vulnerabilidade do Homem face aos desastres naturais;
• a defesa do consumidor porque o cidadão está envolvido
num processo em que os bens que consome são fornecidos por outrem, e as decisões de consumo são cada vez menos dependentes das suas experiências e cada vez mais induzidas por outros factores, como a publicidade, sendo importante assegurar que estes são predominantemente utilizados para elevar qualitativamente os seus padrões de consumo.
61. Constituem instrumentos privilegiados na área do ordenamento do território os planos municipais e os planos regionais, particularmente os referentes a zonas do pais onde se verifica maior dinamismo demográfico ou onde se concentram valores elevados do património natural e cultural. Sto assim
medidas indispensáveis para a política de ordenamento do território:
• o reforço das cidades de média dimensão, pata garantir
uma rede urbana equilibrada — quer no perfil, quer na distribuição espacial;
• a coordenação de esforços nas áreas metropolitanas de
Lisboa e Porto por forma a diminuir a expansão desordenada, conter a expansão sistemática e reduzir as deseconomias resultantes da concentração.
62. As áreas urbanas enfrentam actualmente um vasto conjunto de problemas relacionados com a qualidade de vida, com o bem-estar social e com a própria eficácia da sua dimensão económica, sobretudo nas grandes cidades, problemas que tendem a agudizar-se progressivamente, comprometendo seriamente a vertente social do desenvolvimento.
São múltiplas as causas que afectam actualmente as estruturas urbanas:
• as grandes mutações económicas que se processam a um
ritmo extremamente rápido, lançando algumas actividades tradicionais para situações de crise que podem marginalizar a população e provocar a degradação do tecido urbano;
• os grandes movimentos das populações e o previsível
acréscimo do afluxo de imigrantes, que contribuem para elevar muito rapidamente a pressão da procura sobre a habitação, os equipamentos e as infraestruiuras;
• o aparecimento de sinais preocupantes de rejeição social e
xenofobia, implicando a marginalização de vastos segmentos da população urbana;
• a persistência de deficiências estruturais na organização
urbana, devido a práticas urbanísticas inadequadas ou à escassez de recursos financeiros e técnicos para fazer face às múltiplas carências nos diferentes domínios das infraestruiuras;
• o aumento exponencial dos factores de poluição nas grandes
aglomerações (principalmente a nível da qualidade do ar e do : ruído) devido ao elevado afluxo demográfico das últimas décadas e ao acréscimo das taxas de motorização.
A melhoria da eficiência e da qualidade de vida nos centros urbanos apresenta-se como um imperativo social e de competitividade à escala europeia. Nestes termos, considera-se de particular importância:
• promover o seu reequipamento no domínio das
infraestruturas básicas, sociais e económicas;
• incentivar a execução de programas de reordenamento e
recuperação de zonas degradadas e desenvolver programas de reabilitação dos centros urbanos, de valorização do património e de melhoria da qualidade arquitectónica e da imagem urbana;
• melhorar as condições de circulação nos centros urbanos.
nomeadamente 'modernizando os sistemas de transporte e de comunicações e estabelecendo os mecanismos que permitam reduzir os factores de anarquia na circulação e parqueamento automóvel:
• promover a coesão social nas cidades, actuando sobre os
factores que conduzem à marginalidade social e à criminalidade, afectando a segurança das populações, nomeadamente inserindo as novas gerações no tecido social, através dum esforço dos instrumentos da política de juventude, particularmente vocacionados para os grupos de elevado risco;
• desenvolver acções que possibilitem às comunidades locais o
desenvolvimento de iniciativas culturais e o fomento da criatividade artística, nomeadamente promovendo, em colaboração entre a Administração Central e as Autarquias, a criação de uma rede nacional que permita dotar o país com equipamentos culturais capazes de tornarem possível a itinerância de espectáculos de vários tipos;
•desenvolver acções que promovam uma maior Identificação territorial das populações com o seu espaço de vida em meio urbano, estimulando formas de ocupação social dos tempos livres e a participação colectiva na gestão e defesa das suas condições de vida;