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II SÉRIE-A — NÚMERO 2

cimentos elevados acompanhados pelo aprofundamento dos défices das balanças de transacções correntes (Brasil, Polónia, República Checa).

Outro dos riscos, para o qual alertou em Junho o BIS, tem que ver com a intensidade e o modo como se está a gerar liquidez na economia mundial, sendo de referir a redução da importância do vasto mercado interbancário tradicional— com os seus controlos prudenciais e regulatórios —que há dois anos representava 59% do total do financiamento líquido a nível mundial e representa actualmente pouco mais de 20%.

Em contrapartida assistiu-se à «explosão» dos financiamentos interbancários colateralizados por títulos, alguns dos quais de alta qualidade, como sejam os títulos da dívida pública de vários países desenvolvidos, em paralelo com títulos de qualidade mais incerta, como os emitidos por algumas das «economias emergentes».

O BIS está preocupado não só com a qualidade desta «pirâmide de crédito», como com a sua dimensão, dado que o crédito com base em colaterais transmite uma imagem de segurança ao emprestador, o qual pode ser induzido a uma má avaliação dos riscos, ampliando o crédito em excesso e alimentando processos especulativos.

E num ambiente de ampla liquidez e de intensa concorrência mundial pode vir a haver tendência para o aumento das situações de deficiente avaliação do risco, com consequências posteriores graves no sector financeiro.

EVOLUÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL

19%

1997

1998

Projecções

1. Produto (variação em volume)

     

Economia Mundial

4.1

4.3

4.3

Países Industrializados

2.4

2.9

2.6

EUA

2.8

3.7

2.6

Canadá

1.5

3.7

3.5

Japão

.3.5

2.0

2.6

Unido Europeia

1.7

2.5

2.8

Alemanha

1.4

2.3

2.8

Espanha

2.2

3.1

3.4

França

1.5

2.2

2.8

Itália

0.7

1.2

.2.1

Reino Unido

2.3

3.3

2.6

Países cm Desenvolvimento

6.5

6.2

6.2

Ásia

8.2

7.6

7.4

Países em Transição

0.1

IH

4.1

2. Comércio Mundial (variação volume)

6.3

7.7

6.8

3. Taxa de Desemprego (% da população activa)

     

Países Industrializados

6.9

6.7

6.6

EUA

5.4

5.1

5.3

Japão

.3.3

3.4

3.2

União Europeia

11.4

11.1

1(1.7

Alemanha

10.3

11.3

11.2

França

12.4

12.6

12.3

4. Preços no Consumidor (variação)

     

Países Industrializados

2.2

2.1

2.1

EUA

2.9

2.4

2.8

União Europeia

2.5

1.9

2.2

Fonic: FMI • World Economic Outlook. Washington. September 1997.

1.2. ENQUADRAMENTO EUROPEU

UMA RETOMA DIFÍCIL NAS ECONOMIAS EUROPEIAS CONTINENTAIS

Como se referiu, a expansão do produto a nível da economia mundial deverá atingir um ritmo confortável em 1997

e 1998. Esta evolução ficará a dever-se a um contexto mundial globalmente favorável, com o crescimento sustentado com inflação moderada nos EUA e no Reino Unido; o eventual reforço da retoma no Japão e no Canadá; o alastramento da retoma na Europa Continental, não obstante a fraqueza persistente na procura interna dc várias economias; o crescimento robusto no conjunto dos países cm desenvolvimento com destaque para a China e alguns países da América Latina, apesar de um abrandamento do crescimento nas economias do Sudeste Asiático na sequência das crises cambiais e financeiras que atingiram alguns deles e, ainda, as melhores perspectivas para a Rússia e países da Europa de Leste.

Estando, pois, a economia mundial em período de crescimento relativamente rápido, o quarto ano desde o início dos anos 70 não deixa de surpreender o reduzido dinamismo das principais economias europeias continentais — Alemanha, França e Itália —quando o enquadramento externo permitiu um rápido crescimento das exportações, nomeadamente para mercados mais dinâmicos do que os europeus, tendo o comércio externo representado melhorias entre 1992 e 1997 equivalentes a acréscimos do PNB, que atingiram os 1,5% na Alemanha, 2,5% na França e 5,5% na Itália.

A evolução cambial das principais moedas foi favorável, corrigindo os excessos (nos dois senudos) ocorridos durante a crise cambial da Primavera de 1995, assistindo-se, assim, à valorização das moedas das economias em fase expansiva do ciclo e à depreciação das moedas de economias a braços com problemas de retoma, como aconteceu com a Alemanha e o Japão.

O reduzido dinamismo das economias europeias continentais pode ser atribuído à conjugação de vários factores:

• O impacte da consolidação fiscal desencadeada desde 1992, face à insustentabilidade dos desequilíbrios orçamentais então atingidos a qual, a médio e longo prazos, terá resultados positivos mas, no curto prazo, não deixou de contribuir para o abrandamento do crescimento económico;

• A eventual insuficiência do estímulo da política monetária num contexto de inflação controlada face ao esforço de consolidação fiscal com as propot-ções do que foi realizado;

• A permanência de factores de rigidez nos mercados de trabalho e dos produtos, que dificultaram a absorção do elevado nível de desemprego estrutura) (com as consequências inerentes ao nível da procura interna e das pressões sobre os orçamentos) e travaram a concorrência e a dinamização da procura;

• O insuficiente dinamismo dos sectores de actividade que se estão a revelar como futuros motores de crescimento c inovação nas economias desenvolvidas, sendo de destacar as claras insuficiências da Europa nas actividades associadas às tecnologias da informação, comunicação e entretenimento.

AS QUESTÕES RELEVANTES EM 1998 —A PASSAGEM À 3.a FASE DA UEM

Na União Europeia o ano de 1998 será decisivamente marcado pelo estabelecimento das condições necessárias ao início da Terceira Fase da UEM em 1 de Janeiro de 1999, num contexto que sendo de retoma não será, com toda a probabilidade, de forte crescimento.

A decisão a tomar no primeiro semestre de 199% sobre

o conjunto de Estados membros que integrará desde o iní-