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16 DE OUTUBRO DE 1997

12-(29)

A diminuição sustentada do défice global associada à amortização antecipada da dívida pública proporcionada pelas receitas das privatizações, bem como a redução do diferencial das taxas de juro internas e externas, determinarão a continuação da trajectória descendente do rácio da dívida pública relativamente ao PIB para 62.5%, criando condições para que, no ano 2000, aquele rácio se venha a situar já abaixo do limite de 60% previsto no Tratado.

De acordo com o previsto no Programa de Privatizações para 1998/99, estima-se uma receita média anual na ordem dos 400 milhões de contos, destacando-se, em 1998, as operações de privatização de grandes empresas industriais e de empresas ligadas ao sector dos transportes e infra-estruturas.

Num contexto de estabilidade cambial e de ausência de choques exógenos admite-se que a taxa de inflação se mantenha em desaceleração, podendo vir a situar-se em 2%, valor idêntico à média da UE. O maior contributo para o abrandamento dos preços deverá pertencer aos bens não transaccionáveis, tendo em conta que as perspectivas de moderação salarial proporcionarão um aumento também moderado dos Custos do Trabalho por Unidade Produzida e não alimentarão tensões inflacionistas.

A credibilidade da política de consolidação orçamental e a trajectória da inflação favorecerão a estabilidade cambial e a convergência das taxas de juro, em particular das de curto prazo, onde o diferencial é mais expressivo.

CENÁRIO MACROECONÓMICO PARA 1998

 

1996

1997

1998

1. Componentes da Despesa e PIB

     

(taxa de evolução em volume)

     

Consumo Privado

2.4

2.6

2.8

Consumo Público

18

1.6

1.0

FBCF

7.8

9.5

8.0

Procura Interna

3.3

4.1

3.7

Exportações (incluindo Turismo)

8.5

8.2

10.0

Procura Global

4.5

5.0

5.1

/mpormçOes (incluindo Turismo)

7.8

9.0

8.7

PIBpm (a preços do ano anterior)

3.2

3.5

3.8

2. Contribuios para a Variação do PIB

     

Procura Interna (excluindo Var. Existencias)

3.7

4.3

3.9

Variação de Existências

•0.2

0.(1

0.0

Comercio Externo

-0.3

-0.8

-0.1

3. Deflactores

     

tío Consumo Privado

3.1

2.2

2.0

tío Consumo Público

7.4

5.5

4.1

do PIB

2.8

2.8

2.5

4. Critérios de Convergencia

     

Diferencial Crescimento em relação à UE

1.5

1.1

1.0

Diferencial de inflação cm relação aos 3

2.0

0.8

0.4

países de referencia

     

Saldo Global SPA (% do PIB)

-3.2

•2.9

-2.5

Dívida Pública do PIB)

65.6

63.2

62.5

5. Emprego

     

Taxa de Crescimento do Emprego

0.7

1.4

1.1

II. DESAFIOS PARA A SOCIEDADE E ECONOMIA PORTUGUESAS — TRANSFORMAÇÕES ESTRUTURAIS

A economia e a sociedade portuguesas estão confrontadas com os seguintes desafios:

• responder aos constrangimentos e oportunidades do processo de globalização da economia mundial, no quadro das opções europeias para os defrontar, entre as quais se incluem a dinamização do Mercado

Único, a criação da Moeda Única, a coordenação das Políticas Económicas, o Alargamento da UE e a revisão do conteúdo de algumas Políticas Comuns, a Política Comercial Comum e a estratégia concertada de penetração em novos mercados, a Política na área de Investigação e Desenvolvimento, etc;

• concentrar esforços na formação do capital humano, factor ainda mais decisivo para a afirmação das economias na globalização e para a melhoria das condições de vida dos indivíduos, quando se reforça a importância do conhecimento, da inovação e da criatividade no posicionamento competitivo das economias;

• preparar a sociedade para utilizar e tirar o maior partido das oportunidades abertas com o desenvolvimento exponencial das Tecnologias da Informação e da Comunicação, em várias áreas, desde o Ensino e Formação, aos serviços de Saúde, à reorganização do modo de funcionamento das Empresas, à melhoria das relações dos cidadãos com os serviços públicos, até à exploração de novas formas de desenvolvimento do território, tornadas possíveis pelo uso extensivo daquelas tecnologias;

• reforçar a coesão social, nomeadamente reduzindo os fenómenos da pobreza e exclusão social, por forma a acrescer a qualidade de vida da generalidade dos portugueses e a favorecer a capacidade de inserção das gerações futuras nas novas dinâmicas de desenvolvimento.

Neste contexto, e em 1998, irão merecer particular destaque na acção governativa as seguintes grandes preocupações:

• a participação desde o início na 3.a Fase da UEM — objectivo que se encontra actualmente ao alcance do País — e a preparação dos agentes privados para a introdução do EURO;

• o prosseguimento da consolidação das Finanças Públicas e a reforma da Fiscalidade, por forma a assegurar a sustentabilidade dessa participação, a permitir a canalização de maior volume de poupanças para o sector empresarial e a assegurar maior equidade na distribuição da carga fiscal;

• a reforma dos sistemas de protecção e desenvolvimento social, nomeadamente nas áreas da Segurança Social e da Saúde, numa lógica combinada de reforço da eficácia social e da eficiência económica desses sistemas e associando um reforço da responsabilidade individual na prevenção dos riscos a uma diferenciação positiva das políticas sociais na protecção;

• a continuação do esforço de redução das assimetrias com os parceiros europeus no que respeita à dotação de infra-estruturas chave para o desenvolvimento e a qualidade de vida, num contexto de grande rigor orçamental, exigindo a redefinição do espaço do Estado e dos agentes privados na oferta de bens públicos infra-estruturais, sem pôr em causa a universalidade de acesso a esses bens;

• a concentração de esforços na melhoria da qualidade do Ensino e na articulação Educação/Formação Profissional/Emprego, por forma a que o investimento na valorização de recursos humanos tenha menos desperdícios e permita obter resultados mais pronunciados em termos de aperfeiçoamento individual e de competitividade da economia;