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44 | II Série A - Número: 034 | 6 de Janeiro de 2007

Tenha-se a noção que o sucesso da oferta de uma região, de modo a tomar-se um destino turístico de eleição, radicará na qualidade da interligação entre as características específicas do território — a sua identidade —, as infra-estruturas e equipamentos que a suportam e o tipo de unidades e serviços turísticos a instalar.
Um plano permite prevenir, antes de remediar, regula e induz dinâmicas públicas e privadas, ajuda a afirmar e consolidar uma imagem, a qualificar o nível e a qualidade de vida dos residentes. O Douro, antes de ser visitável, terá de ser habitável.
O plano e a estratégia delineada têm já 10 meses. O respectivo programa de acção não avançou, para não fugir à regra… Entretanto acontece a intervenção casuística, a desintegração de acções, a deseconomia, a delapidação de recursos… A aposta de fazer do Douro uma região atractiva passará, prioritariamente, pela qualificação, formação e promoção da empregabilidade dos seus recursos humanos.
Neste domínio, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e os Institutos Politécnicos de Bragança, Viseu e Guarda assumem particular relevância no plano da criação e difusão do conhecimento, imprescindível a uma região que pretende abrir-se ao mundo.
A universidade é um pólo de dinamização regional muito importante, particularmente nas temáticas que se prendem com o aproveitamento dos recursos da região e justificam, por isso mesmo, um investimento supletivo.
O Douro Vinhateiro já beneficiou desse capital mas há, agora, que estreitar novas parcerias com outros e mais actores.
É, absolutamente, decisivo que o ensino superior se interligue, estreitamente, com o universo empresarial regional e se assuma, aos olhos dos empreendedores, como uma fonte de energia criativa.
É preciso formar e atrair quadros qualificados, multiplicar as parcerias.
Urge, também, qualificar e diversificar a rede de ensino profissionalizante, qual malha simples que sustenta a estrutura de uma parcela importante do mercado de trabalho futuro.
A aposta de fazer do Douro uma região atractiva não se compadece com mais atrasos na decisão e delongas na acção.
Não faz sentido estudar, outra vez, o que já foi estudado, planear o que há muito está previsto e planeado… Existem condições para arrancar ou dar continuidade imediata a um conjunto de projectos, obras e acções.
Basta que haja vontade política explícita de fazer avançar com uma primeira fase do referido Programa Integrado de Desenvolvimento, que, repete-se, não carece de mais elaborações.
Em termos práticos, concretizamos, por defeito, uma proposta consensuaI de iniciativas: — A requalificação integral da Linha Ferroviária do Douro; — O IP3, o IP2, o IC5, o IC26; — A implementação do Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território; — O Museu do Douro / o Museu do Côa; — A aprovação e execução do Plano de Desenvolvimento Turístico do Douro; — A construção da Escola de Hotelaria e Turismo de Lamego; — A concretização do programa das «Aldeias Vinhateiras»; — A execução do programa «Caminhos Durienses»; — A execução do Plano Zonal do Alto Douro Vinhateiro; — A execução do Plano de Sinalização do Douro Património Mundial; — A constituição de uma só Comissão Regional de Turismo do Douro; — O desenvolvimento da Rede de Cais Fluviais; — A construção do novo Hospital de Lamego; — A dinamização da Rota do Vinho do Porto; — O desenvolvimento do programa «Trás-os-Montes — Digital»-UTAD; — A criação do Centro de Estudos do Alto Douro Vinhateiro (UTAD); — A nomeação de um encarregado da Missão e de uma estrutura técnica de apoio para coordenar o acompanhamento das acções tendentes a garantir a execução da primeira fase de um Plano Integrado de Desenvolvimento do Douro e elaborar, em colaboração com os agentes regionais e da Administração Central e local, uma segunda fase, a desenvolver a médio prazo.
A aposta de fazer do Douro uma região atractiva levou-nos, num exercício de um direito de cidadania activa e responsável, a elaborar esta análise e a deixar claro um conjunto de posições e propostas.
Não se procura, como em Setembro de 2002 no III Congresso de Trás-os-Montes, lançar «Um novo olhar sobre TMAD» ou, mais, «Um grito de inconformismo»… e esperar, calmamente, que o próximo Governo concretize a lista dos projectos estruturantes, sucessivamente, adiados.
Estamos todos cansados de ler estudos e ouvir discursos laudatórios do potencial enorme da região… É preciso descer à terra e assentar os pés no mundo real das políticas e medidas activas de que o Douro tanto necessita.