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66 | II Série A - Número: 096 | 2 de Março de 2011

Em suma, o inquérito tornou possível identificar necessidades de promoção da literacia financeira que são transversais a todos os segmentos populacionais, ainda que tenham sido obtidos resultados melhores nos inquiridos que possuem estudos universitários.
Da mesma forma, a OCDE tem feito um trabalho precursor nesta matéria e está actualmente a testar os conhecimentos de finanças de jovens e a sua capacidade para os aplicar aos seus problemas financeiros pessoais. Este estudo é o primeiro em grande escala, ao nível internacional, com o objectivo de avaliar a literacia financeira dos jovens.
Ajudar os jovens a compreender as questões financeiras é importante, porque as gerações mais jovens provavelmente serão confrontadas com produtos e serviços financeiros cada vez mais complexos. Essa geração será também mais propensa a riscos financeiros na idade adulta do que seus pais.
Na verdade, cidadãos mais informados permitem monitorizar os mercados e, através das suas decisões relativamente aos diversos produtos financeiros ajustados ao seu perfil de risco a às suas necessidades, contribuem para a maior estabilidade do sistema financeiro.
Finalmente, convém notar que segundo um estudo da University of Essex sobre a relação entre a literacia financeira e o bem-estar:

— Existe uma forte relação entre a literacia financeira e o bem-estar psicológico e também entre as mudanças verificadas na literacia financeira e o bem-estar psicológico; — Maior iliteracia financeira está associada a maior grau de stress psicológico, menor satisfação com a vida e maior probabilidade de se verificarem problemas de saúde associados a quadros clínicos de ansiedade e depressão.

Pelo exposto, a Assembleia da República, nos termos da alínea b) do artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa, delibera recomendar ao Governo que:

— Promova a educação financeira, em todas as etapas da vida, dirigida às necessidades específicas dos cidadãos, após analisado o seu nível de conhecimentos financeiros; — Promova a importância da literacia financeira, implementando a educação financeira nos currículos escolares tão cedo quanto possível; — Desenvolva projectos e apoie iniciativas de promoção da literacia financeira dos clientes bancários, sensibilizando a população para a necessidade de comparação e avaliação prévias dos produtos e serviços bancários, com base em critérios objectivos; — Sensibilize a população, no que se refere ao acesso ao crédito, para a importância da adequada avaliação dos emprçstimos com base na totalidade dos encargos que lhe estão associados e tambçm no perfil temporal das responsabilidades assumidas, em detrimento da óptica de curto prazo, que tende a realçar o valor da prestação mensal; — Dê prioridade à sensibilização da população para a importância da poupança, em detrimento do consumo, como forma de permitir a redução do endividamento das famílias e a acumulação da riqueza necessária à satisfação de objectivos de longo prazo; — Promova a criação de portais de literacia financeira.

Palácio de São Bento, 28 de Fevereiro de 2011 Os Deputados do CDS-PP: Pedro Mota Soares — Paulo Portas — Nuno Magalhães — João Rebelo — Abel Baptista — Teresa Caeiro — Hélder Amaral — João Pinho de Almeida — Telmo Correia — Artur Rêgo — Raúl de Almeida — José Manuel Rodrigues — Cecília Meireles — Michael Seufert — Assunção Cristas — João Serpa Oliva — Filipe Lobo D' Ávila — José Ribeiro e Castro — Isabel Galriça Neto — Altino Bessa — Pedro Brandão Rodrigues.

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