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19 | II Série A - Número: 016S2 | 15 de Outubro de 2014

Em agosto de 2014, os depósitos do sector não monetário totalizaram 224,5 mil milhões de euros (-2,1 mil milhões de euros face ao período homólogo). Para este comportamento contribuiu a desaceleração dos depósitos das sociedades não financeiras (4,9%, que compara com 8,6% no final de 2013), enquanto os depósitos das famílias se mantiveram praticamente estáveis (em torno de um crescimento de 1,3%).
No que respeita à evolução dos custos de financiamento, os primeiros oito meses de 2014 foram marcados por uma ligeira subida das taxas concedidas a particulares no crédito à habitação, enquanto as taxas de juro dos empréstimos concedidos às sociedades não financeiras e aos particulares para consumo e outros fins registaram uma diminuição homóloga de 30 p.b. e de 7 p.b. respetivamente, situando-se em 4,1% e em 8,2% em agosto de 2014. Gráfico I.2.3. Taxas de Juro de Empréstimos em Portugal (valores médios, dim de período, em %) Gráfico I.2.4. Spread* das Taxas de Juro de Empréstimos a Sociedades não Financeiras (Em p.p.) 1 , 0
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-14 Nota: * O spread resulta da diferença entre taxa de juro de empréstimos e Euribor a 6 meses. Fontes: Banco de Portugal e BCE.
Concomitantemente à descida das taxas de juro dos saldos dos empréstimos às empresas não financeiras, as taxas de juro dos novos empréstimos também apresentaram uma evolução descendente (especialmente significativa para operações acima de 1 milhão de euros). Ainda assim, permanecem acima da média da área do euro devido à ocorrência em simultâneo de vários fatores: i) o ajustamento na economia portuguesa teve consequências na situação financeira de muitas empresas, em particular na qualidade do crédito e no aumento significativo da perceção de risco por parte dos bancos; ii) o balanço dos bancos portugueses continuou a ser afetado pelos efeitos de operações realizadas no passado, tanto do lado do ativo como do passivo, as quais contribuíram para que o custo de financiamento permanecesse elevado face à rendibilidade dos ativos geradores de juros2; iii) a diminuição acentuada dos empréstimos concedidos pelos bancos não residentes, conduzindo a uma potencial diminuição do poder negocial das empresas junto dos bancos residentes; iv) resultados da avaliação completa dos principais bancos da área do euro; v) o impacto no sector financeiro decorrente da recente intervenção do Fundo de Resolução na capitalização do banco de transição (Novo Banco) criado no quadro da medida de resolução aplicada ao BES.
Com efeito, em agosto de 2014 as taxas de juro de novos empréstimos a sociedades não financeiras em Portugal situaram-se em 5,4% para empréstimos até 1 milhão de euros e em 3,6% para empréstimos acima de 1 milhão de euros. 2 As taxas de juros dos depósitos permaneceram elevadas durante vários anos, enquanto as taxas de juro dos empréstimos concedidos antes do início da crise financeira situam-se a níveis inferiores ao custo de financiamento atual dos bancos, contribuindo negativamente para a sua atual margem financeira. Entretanto, o elevado spread aplicado aos novos empréstimos das sociedades não financeiras contribuiu, de certa forma, para atenuar a baixa rendibilidade proveniente dos empréstimos à habitação anteriormente concedidos.