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3 DE FEVEREIRO DE 2016 29

Os Deputados do Grupo Parlamentar do PSD: Berta Cabral — António Ventura — Sara Madruga da Costa

— Paulo Neves — Rubina Berardo — Carlos Abreu Amorim.

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PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 131/XIII (1.ª)

RECOMENDA AO GOVERNO A COMPARTICIPAÇÃO, PELO ESCALÃO A, DOS CREMES E VESTES

COMPRESSIVAS PARA PESSOAS QUEIMADAS, QUANDO DEVIDAMENTE PRESCRITOS PELO MÉDICO

ASSISTENTE OU DAS ESPECIALIDADES DE DERMATOLOGIA OU CIRURGIA ESTÉTICA

Exposição de motivos

Apesar da melhoria das condições de vida da sociedade portuguesa, as queimaduras mais graves continuam

a acontecer com alguma frequência.

Apesar da baixa prevalência, a elas estão associados condições de elevado impacto físico e psicológico e

continuam a ser uma causa relevante de morbilidade e mortalidade todos os anos.

A maioria das queimaduras resulta dos chamados acidentes domésticos pelo contacto com líquidos quentes

ou superfícies quentes. Há maior incidência no grupo etário do 1-5 anos de idade e acima dos 65 anos e são

motivo de internamento 250/ano de adultos e 200/ano em idade pediátrica.

Segundo a Direção-Geral da Saúde o número de pessoas que sofreram queimaduras durante os anos de

2007-2012 foram os seguintes:

 2007: 1633;

 2008: 1572;

 2009: 1469;

 2010: 1544;

 2012: 1387.

Os tratamentos das pessoas queimadas têm custos muito elevados pelos cuidados muito especializados

envolvidos e, mesmo assim, apesar da evolução técnica, as queimaduras deixam sempre cicatrizes, muitas

vezes deformantes.

Para além dos custos despendidos no tratamento, importa não esquecer os dias de trabalho e/ou de escola

perdidos, o mesmo acontecendo com elementos da família.

Após a alta hospitalar, o doente queimado começa o longo percurso da recuperação, que está associado às

sequelas da queimadura:

1- Uso de vestes compressivas permanentemente (24h/dia), pelo menos, durante os dois primeiros anos

após a queimadura;

2- Cuidados específicos para melhorar as cicatrizes, para o doente usar no banho, e cremes emolientes,

que vão aliviar o prurido, que é uma das queixas relevantes e que, simultaneamente, vão melhorar a qualidade

da pele cicatricial.

A queimadura é um acidente que vai deixar marcas para o resto da vida, sendo mais visíveis as cicatrizes

corporais mas, não menos importantes, as psicológicas, pois as queimaduras são uma das principias causas de

stress pós-traumático, que devem ter acompanhamento por psicologia ou psiquiatria.

Em síntese, um queimado, nos dois primeiros anos após a alta hospitalar, precisa, no mínimo, de uma ou

duas vestes compressivas de 6 em 6 meses, sendo o custo médio de 300 euros cada.

Vai, além disso, ter que despender regularmente em produtos para o banho e em cremes emolientes, em

média, 60 euros por semana.

Há que acrescentar os protetores solares de nível elevado, 50 +, se as queimaduras forem na face ou nas