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5 DE FEVEREIRO DE 2016 33______________________________________________________________________________________________________________

23Economia Portuguesa: Evolução Recente e Perspetivas para 2016

tensões geopolíticas no Médio Oriente, na Ucrânia e em África são fatores que podem ter um

impacto negativo na confiança dos agentes económicos e aumentar a sua aversão ao risco.

No contexto interno, os riscos pesam também no sentido descendente

Relativamente ao contexto interno, emerge também um conjunto de riscos descendentes que

pesa sobre o cenário apresentado. Relativamente à herança da crise, uma desalavancagem

menos eficaz do que o esperado e um sistema financeiro com dificuldades em alcançar pro-

gressos significativos em termos de rendibilidade (num contexto de taxas de juro historica-

mente baixas; exposições significativas a ativos imobiliários e títulos de dívida soberana e a

determinadas geografias; níveis elevados de crédito em risco e num processo de adoção de

nova regulação) trarão dificuldades acrescidas à recuperação do investimento e do crescimen-

to económico.

Além disso, a quebra acentuada do investimento nos anos da crise, em conjunto com o au-

mento do desemprego de longa-duração, pode ter efeitos negativos no produto potencial,

crescendo assim menos do que o projetado. Um impacto das reformas estruturais superior ao

previsto penderá em sentido contrário, sendo por isso um risco ascendente. A redução do

preço do petróleo além do esperado pode também trazer consequências positivas, mas essas

tenderão a ser minimizadas caso essa redução seja reflexo de uma travagem mais acentuada

da economia mundial. Além disso, esses desenvolvimentos irão acentuar as dificuldades em

economias como a Angolana e nos mercados emergentes, afetando negativamente a econo-

mia portuguesa.

Riscos relacionados com as hipóteses externas: preço do petróleo, taxa de juro e procura externa

Consideram-se três tipos de choques exógenos, face ao cenário base para o ano de 2016: um

aumento de 20% no preço do petróleo em USD, uma trajetória de taxas de juro de curto prazo

mais elevada em 1 p.p. e uma diminuição da procura externa em 1 p.p..

No primeiro caso, a simulação revela uma desaceleração acentuada do PIB no ano do choque,

com o correspondente impacto negativo no saldo conjunto das balanças corrente e de capital.

Adicionalmente, assiste-se a uma variação em alta dos preços no consumidor, face ao cenário

base, dado o impacto inflacionário do aumento do preço do petróleo.

Quadro I.3.6. Aumento do Preço do Petróleo em 20% 2016

2015 Cenário Cenário Diferencial

base alternativo

PIB real 1,5 1,8 1,6 -0,2

PIB nominal 3,4 3,9 3,7 -0,1

Deflator do consumo privado 0,7 1,2 1,8 0,7

Saldo da balança corrente e de capital 2,0 2,2 1,8 -0,4

Saldo das administrações públicas -4,3 -2,2 -2,1 0,1

Dívida pública 128,8 127,7 127,8 0,0

Taxa de desemprego 12,3 11,3 11,3 0,0 Fonte: Ministério das Finanças.