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5 DE FEVEREIRO DE 2016 29______________________________________________________________________________________________________________

19Economia Portuguesa: Evolução Recente e Perspetivas para 2016

No respeitante à procura externa, antecipa-se uma desaceleração das exportações, em linha

com a procura externa relevante4, bem como uma moderação das importações em volume,

explicado por um menor diferencial entre o deflator das exportações e das importações. As-

sim, é de esperar que o ajustamento das contas externas persista: o saldo conjunto da balança

corrente e de capital deverá fixar-se em 2,2% do PIB, aumentando a capacidade líquida de

financiamento da economia portuguesa, ao mesmo tempo que a balança corrente deverá

atingir um excedente equivalente a 0,9% do PIB, reforçando o resultado de 20155.

A taxa de desemprego deverá situar-se em 11,3% (-1 p.p. face ao esperado para 2015 e -2,6

p.p. face a 2014). A redução do desemprego deverá ser acompanhada por um aumento da

produtividade aparente do trabalho e por um crescimento do emprego ligeiramente inferior

ao registado em 2015 em resultado do desfasamento típico face à atividade económica e pela

aproximação ao desemprego estrutural. Espera-se, ainda, que a distribuição sectorial do em-

prego continue a refletir a reafectação de recursos da estrutura produtiva dos sectores de

bens não transacionáveis para os sectores de bens transacionáveis.

O consumo público deverá estabilizar, resultado da continuação do processo de ajustamento

da despesa pública. As alterações de política salarial deverão traduzir-se num impacto positivo

no deflator.

A inflação medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) deverá atingir os 1,2% em 2016

(0,5% em 2015), num contexto de equilíbrio de tensões – quer inflacionistas, quer deflacionis-

tas – nos mercados internacionais de commodities. Esta subida da inflação em cerca de 0,7 p.p.

face a 2015 traduzirá uma maior pressão ascendente sobre os preços. Para tal contribui a me-

lhoria da procura interna e uma redução do hiato do produto, a aceleração das remunerações

por trabalhador associado ao aumento do salário mínimo e à reposição dos cortes salariais na

Administração Pública, bem como o efeito da desvalorização cambial do euro. O diferencial

face à evolução dos preços no conjunto da área do euro deverá tornar-se positivo (+0,7 p.p.).

No seu conjunto, estas projeções são consistentes com a correção dos desequilíbrios macroe-

conómicos, quer de natureza interna quer externa.

Previsões macroeconómicas e orçamentais de entidades internacionais

Relativamente a 2016, a OCDE e o FMI perspetivam uma desaceleração da taxa de crescimento

do PIB, o que compara com a expectativa de aceleração de 0,3 p.p. do MF e 0,1 p.p. da Comis-

são Europeia. A procura externa melhora o seu contributo, residindo a diferença, sobretudo,

na dimensão da diminuição da procura interna. Por outro lado, para o mercado de trabalho, as

previsões do MF estão em sintonia com as das restantes três instituições, enquanto para os

preços subsistem algumas diferenças.

4 Não se antecipam ganhos de quota de mercado. 5 Perspetivando-se uma evolução positiva da taxa de investimento e de poupança da economia portuguesa.