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6 DE MAIO DE 2016 39

poupança de recursos públicos. Ademais, é perfeitamente defensável que, reunidas as condições de segurança

e de qualidade adequadas, a continuidade da integração da pessoa cuidada no agregado familiar constitui um

benefício para o próprio, para a família e para todo o arquétipo do sistema social, de saúde e de segurança

social.

A Europa enfrenta um grave problema de envelhecimento demográfico, originado por causas tão diversas

quanto profundas, sejam estas de ordem social, cultural, política ou económica, e que se evidencia, de um lado,

no decréscimo de jovens e de pessoas em idade ativa e, do outro, no aumento da proporção de pessoas idosas

na população total.

Infelizmente, Portugal não só não é exceção à preocupante realidade que se acaba de descrever, como

constitui mesmo um dos países Europeus onde a proporção de idosos é maior, apenas suplantado pela Grécia,

Alemanha e Itália, conforme o gráfico infra demonstra:

Recentes indicadores oficiais dão conta de que, em Portugal, entre 2009 e 2014, a população portuguesa

com 65 e mais anos subiu de pouco mais de 1,9 milhões para mais de 2,1 milhões, o que representa um aumento

de idosos de 18,3% para 20,3% (Instituto Nacional de Estatística, Estatísticas Demográficas 2014, outubro de

2015).

Algumas regiões do País apresentam mesmo indicadores ainda mais expressivos, como são os casos da

Área Metropolitana de Lisboa, da região Centro e do Alentejo, com uma percentagem de idosos superior a

20,4%, 23% e 24,5%, respetivamente.

A estes elevados números acresce o facto de se estimar que, entre nós, existam cerca de 35 mil idosos em

situação de isolamento, beneficiando cerca de outros 80 mil de apoio domiciliário e encontrando-se igual número

a residir em lares e outras instituições de apoio à terceira idade.

Segundo o estudo da Comissão Europeia “Long-Term Care for the elderly – Provisions and providers in 33

European countries”, publicado em 2012, embora fundamentalmente a partir de dados de 2009, na Europa

existiam, em 2007, cerca de 20,7 milhões de idosos dependentes, estimando-se então que, desse universo, 8,4

milhões recebessem cuidados por parte de cuidadores formais, enquanto que 12,3 milhões beneficiavam de

cuidados prestados por cuidadores informais. Convém, a esse propósito, ter presente que, não raro, os idosos

podem receber simultaneamente cuidados prestados por cuidadores formais – seja em regime de semi-

institucionalização ou mesmo no domicílio – e por parte de cuidadores informais, neste caso normalmente em

ambiente domiciliário.

O mesmo estudo assevera, ainda, que, apesar de inexistirem estatísticas rigorosas, os cuidadores informais,

principalmente constituídos por familiares e por amigos dos idosos dependentes, com doenças crónicas, graves

ou incuráveis, constituem o maior grupo de prestadores de cuidados.