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17 DE JULHO DE 2019

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ofícios locais (singulares de cada território), os sistemas agroalimentares (vinha, olival, leite e derivados,

frutícolas, hortícolas e leguminosas) e agroflorestais (pinhal, montado, eucaliptal), a produção de energia

(fotovoltaica, eólica, hídrica, biomassa, petroquímica), os recursos minerais (acautelando devidamente as

questões ambientais) e o turismo, moldado e suportado por um património natural, cultural e simbólico

diferenciado, constroem mosaicos económicos com funcionalidades diversificadas que precisam ser

potenciadas. Importa desenvolver a cooperação entre os diferentes clusters, atividades e atores, de forma a

aprofundar as estratégias de especialização inteligente. A intensificação das relações dentro de regiões

funcionais, com fronteiras permeáveis, reforça as dinâmicas da inovação nos clusters consolidados e contribui

para a germinação de protoclusters.

Para promover o desenvolvimento rural e dinamizar os potenciais locais e regionais e para alcançar

a desejada transformação estrutural da economia nacional será decisivo afirmar os territórios

enquanto lugares de oportunidades e de qualidade de vida. Neste âmbito, a ação dos governos e das

lideranças locais e regionais será decisiva para criar ecossistemas regionais de inovação baseados em

colaborações interinstitucionais (público-privadas) e multinível (público-público), que com base na criatividade

e no conhecimento (tácito e explícito) acumulado nos lugares e nas regiões, sejam suscetíveis de dinamizar

combinações únicas de recursos e de ativos em torno de projetos de futuro. As abordagens territoriais

integradas necessitam de ser ativamente promovidas enquanto instrumentos operacionais das estratégias de

desenvolvimento e de alinhamento com as prioridades nacionais e regionais.

Portugal precisa de reforçar os processos de inovação regional, intensificando a especialização em

torno de tecnologias-chave, intensivas em conhecimento e em ativos territoriais, como são as inovações

ambientais, as tecnologias e as infraestruturas verdes e a economia azul. Simultaneamente, podendo-se ativar

novos modelos de organização territorial que facilitem o desenvolvimento da indústria 4.0 e da economia

circular e que aprofundem as estratégias de especialização inteligente na intrínseca articulação com os

territórios alvo de Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC). A digitalização da economia, através,

nomeadamente, da geração e utilização de dados abertos e de processos baseados em big data e em

serviços de cloud, necessita de estar ao serviço da inovação e de dinâmicas mais ajustadas às necessidades

dos cidadãos. Assim, cada um dos ecossistemas territoriais de inovação deve progredir no seu ciclo de vida,

através de impulsos que acelerem a integração na revolução industrial 4.0 e a valorização das esferas

ambiental e da responsabilidade social, enquanto alavancas da inovação e de intensificação dos processos de

empreendedorismo.

Nas regiões menos desenvolvidas, as interfaces e infraestruturas empresariais e tecnológicas

ligadas à agricultura, à floresta, ao turismo, às energias renováveis, aos recursos natural,

arquitetónico, cultural artístico (incluindo as artes e os ofícios tradicionais) e paisagístico precisam de

estar conectadas com os principais centros de decisão e inovação, de forma a dinamizarem um

desenvolvimento económico mais diversificado através de vantagens comparativas. A agricultura e a floresta

devem ser promovidas enquanto atividades com importantes funções económicas, em ligação com as

indústrias conexas, devendo garantir-se inovação e diferenciação, gerando produtos de maior valor

acrescentado. Neste contexto, é fundamental potenciar o seu contributo para o desenvolvimento dos territórios

rurais e para a projeção externa do País, tendo ainda em conta outros valores e vetores como a paisagem, a

cultura e o turismo. Também as economias residenciais e de consumo (decorrentes do turismo interno e

externo, dos emigrantes em férias ou dos residentes imigrantes) são fundamentais para aumentar a dotação

de bens e serviços transacionáveis. Por outro lado, é necessário reforçar a atenção na educação e nas

competências, o que significa intervenções centradas na criação de sistemas mais eficientes de educação,

emprego e formação, assegurando que as intervenções em matéria de capital humano são diferenciadas e

ajustadas de acordo com as necessidades e os desafios de desenvolvimento de cada região.