O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 DE JANEIRO DE 2020

17

após terem sido picadas por vespas asiáticas.

Quando a reação alérgica é muito intensa passa a anafilaxia, que é a reação alérgica generalizada por todo

o corpo (sistémica) que, no extremo, pode evoluir para um choque anafilático, que é um colapso

cardiorrespiratório, em que há mesmo risco de morte. A reação anafilática pode ocorrer não apenas quando o

alergénio é ingerido mas também quando este é inalado ou por contacto direto (pele).

Segundo a Direção-Geral de Saúde a anafilaxia tem aumentado em Portugal e a sua prevalência na Europa

está estimada em 0,3%. Os dados epidemiológicos mostram uma incidência de anafilaxia de entre 1,5 – 8 por

100 000 pessoas/ano, com um aumento dos casos de anafilaxia nos últimos anos.

Os sintomas da alergia manifestam-se através de comichão e urticária, náuseas, vómitos e dor abdominal

intensa, hipotensão arterial, desmaio, taquicardia, dificuldade em respirar, inchaço nos lábios, língua e

pálpebras, e até inchaço na zona interna da garganta, com risco de asfixia. Os sintomas podem ter início

segundos após o doente entrar em contacto com a substância a que é sensível ou até uma hora depois. O

quadro típico é o de colapso cardiorrespiratório em poucos minutos. O diagnóstico e a intervenção imediata são

fundamentais para evitar que seja fatal.

A resposta mais célere e eficaz à anafilaxia, que pode salvar vidas, revertendo o choque anafilático, passa

pela caneta autoinjetável de epinefrina substância normalmente conhecida por adrenalina. A epinefrina é uma

hormona que aumenta a pressão arterial e aumenta os níveis de glucose no sangue, sendo naturalmente

libertada como uma resposta para preparar o corpo para uma reação rápida, em momentos de stress.

A epinefrina aumenta a pressão arterial através do estreitamento dos vasos sanguíneos e regulariza a

respiração descontraindo os músculos dos pulmões. Adicionalmente, aumenta a frequência cardíaca e reduz o

inchaço que se pode formar devido à reação alérgica.

Às pessoas que sejam gravemente alérgicas a uma determinada substância, desencadeando um choque

anafilático, é recomendado, por motivos de segurança, trazerem consigo um kit de emergência com adrenalina

para autoadministração, prescrito pelo médico, pois a injeção deve ser administrada o mais rapidamente

possível.

Por exemplo, devido às restrições nas viagens aéreas, em particular a bordo do avião, é emitida uma

declaração médica permitindo que estas pessoas se façam acompanhar sempre do seu kit de emergência. Para

além de duas injeções de adrenalina, o kit deverá conter também anti-histamínicos e corticosteroides.

Porém, a injeção de adrenalina tem um custo elevado, ou seja, 35,94 € com comparticipação, se não,

ascende aos cinquenta e sete euros numa das duas marcas que comercializa a epinefrina. Para além do preço

excessivo, a validade deste medicamento é curta, não ultrapassa um ano, levando a que os doentes

periodicamente despendam este valor, que se soma aos gastos adicionais diários, como é o caso das alergias

alimentares, associados às restrições e especificidades da alimentação ou à medicação necessária.

Os doentes com alergias graves, nomeadamente às picadas de insetos e aos alergénicos alimentares, têm

vindo a reclamar a gratuitidade da respetiva injeção, mediante a prescrição médica, uma vez que a

comparticipação é apenas de 37% queixando-se também da frequente falta de stock do medicamento nas

farmácias.

Acresce ainda mencionar que, dado o crescente aumento de situações anafiláticas, nomeadamente

relacionadas com a alimentação, torna-se importante não só a gratuitidade do kit de adrenalina para estes

doentes alérgicos mas também garantir que todas unidades de saúde garantam adrenalina injetável e que as

farmácias assegurem em stock canetas de adrenalina.

Por outro lado, dado o número crescente de crianças alérgicas, em particular a alergénicos alimentares, é

importante que as escolas passem a realizar ações para sensibilizar a própria comunidade escolar para: as

adversidades das alergias; as medidas de redução da exposição a alergénios; práticas e comportamentos

inclusivos das pessoas com alergia alimentar; primeiros socorros.

Tendo em consideração:

– O aumento crescente dos casos da anafilaxia provocado por alergénicos alimentares ou ao veneno das

abelhas e vespas;

– A recomendação às pessoas com alergias graves de se fazem acompanhar com um kit de emergência;

– Que apenas 37% do valor da caneta de adrenalina é comparticipado mediante de receita médica;

– A necessidade de garantir nas unidades de saúde adrenalina injetável;