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1. Economia Portuguesa: Evolução Recentee Perspetivas para 2022

1.1. Evolução Recente

Enquadramento internacional

A atividade económica mundial apresentou uma forte recuperação em 2021, devendo o crescimento do produto interno bruto (PIB) situar-se próximo dos 6%1, após uma quebra sem precedentes em 2020 causada pela pandemia de COVID-19. Após um crescimento moderado no primeiro semestre, o qual foi influenciado pelo agravamento da pandemia no início do ano em alguns países, espera-seum maior dinamismo a partir do segundo semestre, liderado pelas economias avançadas, refletindoo avanço da vacinação, as medidas de apoio à economia e o impacto de uma maior flexibilidade nasmedidas de restrição à atividade económica. Numa análise trimestral, o PIB real do G20 acelerou,registando um crescimento de 4% em termos homólogos no segundo trimestre de 2021 (3,5% noprimeiro trimestre), tendo superado o nível registado antes da pandemia (quarto trimestre de 2019),impulsionado pelo forte desempenho económico da China, mas ainda com algumas diferenças decrescimento entre os países.

Com a abertura das economias, no primeiro semestre de 2021 assistiu-se a uma recuperação significativa do comércio mundial de mercadorias, o qual regista um crescimento homólogo de 14,2% (quebra homóloga de 5,3% no ano de 2020), com destaque para um crescimento mais robusto das trocas comerciais dos países emergentes. O ritmo de recuperação do comércio mundial ainda está rodeado de incerteza, decorrente do desfasamento entre a capacidade da oferta mundial e as condições da procura, nomeadamente através dos estrangulamentos persistentes do lado da oferta no abastecimento de produtos intermédios essenciais, tais como semicondutores, necessários ao fabrico de produtos, com reflexos na produção industrial e nas exportações das economias avançadas. A esta incerteza acresce alguma potencial perturbação no comércio internacional decorrente da saída do Reino Unido da União Europeia.

A política orçamental da generalidade das economias avançadas manteve-se expansionista em 2021 para apoiar a recuperação económica, acarretando alguns desequilíbrios orçamentais e um aumento do endividamento público. Esta política foi ainda complementada pela manutenção de uma política monetária com orientação muito acomodatícia, com reflexo em taxas de juro de curto prazo (taxas de juro a três meses) historicamente baixas nos EUA e na área do euro (0,7% e -0,4%, em média anual, em 2020).

A taxa de inflação para o conjunto das economias avançadas deverá acelerar para 2,4% em 2021 (0,7% em 2020), devido à forte aceleração dos preços das matérias-primas, estando previsto situar-se em 2,2%, em média anual, na área do euro (0,3% em 2020), de acordo com o Banco Central Europeu (BCE). Esta evolução deve-se, em grande medida, ao contributo da componente energética, bem como ao aumento dos custos de produção, resultantes da disrupção das cadeias de abastecimento, e à retoma da atividade económica.

1 A OCDE prevê um crescimento de 5,7%, enquanto o Banco Central Europeu prevê um crescimento de 6,3% para o PIB mundial, excluindo a área do euro.

11 DE OUTUBRO DE 2021 _____________________________________________________________________________________________________________

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