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II SÉRIE-A — NÚMERO 108

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é nosso)

Quanto à política monetária, projeta-se que esta continue a ser restritiva em 2023, traduzindo o

prosseguimento da normalização da política monetária, iniciado em 2022, a fim de contrariar a subida da taxa

de inflação e a depreciação do euro face ao dólar.

4 − Cenário Macroeconómico

O Relatório do Governo sobre o OE 2023 menciona que para o ano de 2023, prevê-se uma desaceleração

da economia portuguesa, com um crescimento real de 1,3% face ao crescimento estimado de 6,5% para 2022,

prevendo-se assim uma convergência face à área do euro (crescimento de 3,1% e 0,9%, respetivamente, em

2022 e 2023, de acordo com as projeções do BCE) nestes dois anos, mantendo-se a tendência verificada

desde 2017 e apenas transitoriamente interrompida em 2020 com a pandemia.

5 – É, igualmente, indicado que o crescimento estimado do PIB para 2022 é superior em 1,6 pp face ao

estimado no último Orçamento do Estado, em abril passado, resultado de uma melhoria mais acentuada do

consumo privado, bem como das exportações.

Em 2023, o crescimento assentará num maior dinamismo do investimento (3,6%), onde pontuará uma mais

forte efetivação dos investimentos previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Ainda assim, o crescimento do investimento empresarial será impactado pelo aumento da incerteza, pelo

aumento dos custos de financiamento e pelo impacto continuado das restrições nas cadeias de produção e

distribuição globais nos custos e oferta de materiais e equipamento.

Esta alavanca da atividade permitirá amortecer, em parte, a desaceleração do consumo privado, de 5,4%

em 2022 para 0,7% em 2023, num contexto de estabilização da taxa de poupança em níveis inferiores à sua

média histórica.

O crescimento do consumo das famílias é suportado pelas medidas de apoio ao rendimento com efeito no

final de 2022 (cerca de 1,5% do rendimento disponível), bem como pelas constantes na proposta de

Orçamento do Estado para 2023.

6 – Concomitantemente, a conjuntura internacional irá refletir-se num crescimento da procura externa mais

moderado, prevendo-se que as exportações de bens e serviços em 2023 cresçam de forma menos intensa

(3,7%) face ao verificado em 2022. Por seu lado, as importações deverão crescer 4%, acima da evolução da

procura global.

7 − Assim, para 2023, o Relatório do Governo sobre o OE 2023 refere que face às previsões anteriores, o

crescimento é revisto em baixa em 2 pp, dado prever-se que todas as componentes do PIB, à exceção do

consumo público, registem crescimentos inferiores ao que foi projetado no último Programa de Estabilidade,

em março passado.

8 – Neste âmbito, o Relatório do Governo sobre o OE 2023 relembra que Portugal não é imune à guerra na

Ucrânia cujos impactos se fazem sentir desde logo ao nível da energia, tanto no fator preço como no fator

produção.