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17 DE JANEIRO DE 2023

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endometriose de 10 países concluiu que a média de custos anuais totais por mulher com endometriose é de

9579 €, sendo 6298 € de custos indiretos e 3281 € de custos diretos, dos quais cerca de 95 % (3117 €) dizem

respeito a cuidados com a saúde. Neste estudo, as parcelas mais importantes dos custos com cuidados de

saúde referem-se a cirurgia, 29 % (904 €), exames de diagnóstico 19 % (592 €) e consultas médicas 16 %

(499 €). Os gastos com medicação representaram 10 % (312 €) daqueles custos»8.

A adenomiose é considerada um tipo de endometriose, pois corresponde ao crescimento do tecido

endometrial dentro do músculo do útero. Pode ser focal, quando se localiza numa determinada região do útero,

ou difusa, quando se espalha por toda a parede do útero, deixando-o mais pesado e volumoso.

Os primeiros sintomas de adenomiose podem surgir 2 a 3 anos após o parto, mesmo nos casos em que a

mulher já tem adenomiose desde a infância, e geralmente deixam de surgir após a menopausa, quando o ciclo

menstrual deixa de acontecer. Provoca igualmente sintomas incapacitantes como dor, sangramento intenso ou

cólicas fortes, especialmente durante a menstruação. A adenomiose tem cura através da histerectomia, contudo,

esta cirurgia só acontece quando os sintomas não conseguem ser controlados com medicamentos anti-

inflamatórios ou hormonais.

O Chega considera, assim, que é de elevada importância que exista uma maior divulgação e

consciencialização destas patologias, por forma a que se verifique consequentemente uma maior compreensão

da doença e dos seus impactos na qualidade de vida das mulheres que delas sofrem. Ao alertar e divulgar estas

patologias, ou seja, consciencializar a sociedade para a endometriose e a adenomiose, prendemos a atenção

na identificação precoce dos sintomas, bem como no tratamento mais adequado para minimizar o impacto dos

sintomas na vida destas mulheres.

Em França, por exemplo, em janeiro de 2022, foi apresentada uma estratégia nacional com o objetivo de

gerir, divulgar e diagnosticar a endometriose, onde se salientou que a doença, que atinge uma em cada dez

mulheres, não é apenas um problema feminino, é um problema social e que exige a criação de redes regionais

com o objetivo de garantir atendimento integral, personalizado e transversal em todo o País, fortalecendo a

formação dos profissionais de saúde e a necessidade de investir em estudos científicos para avançar no

conhecimento da doença9.

Portugal tem, atualmente, uma secretaria de Estado específica para a promoção da saúde e a endometriose

deverá sem dúvida ser uma prioridade.

Assim, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentalmente aplicáveis, os Deputados do Grupo

Parlamentar do Chega recomendam ao Governo que:

1 – Proceda à elaboração e implementação da estratégia nacional de combate à endometriose e adenomiose,

nomeadamente, com a promoção de projetos de carácter informativo, dinamizados ao nível local e nacional,

com o objetivo de desenvolver a consciencialização junto da comunidade e nas escolas de forma a alertar para

esta patologia.

2 – Seja criada uma bolsa de financiamento para investigação durante o ano de 2023, com o objetivo de se

aprofundar o conhecimento sobre a génese e tratamento desta patologia, estudada há mais de 100 anos, mas

sem consenso sobre a sua origem.

Palácio de São Bento, 17 de janeiro de 2023.

Os Deputados do CH: André Ventura — Bruno Nunes — Diogo Pacheco de Amorim — Filipe Melo — Gabriel

Mithá Ribeiro — Jorge Galveias — Pedro dos Santos Frazão — Pedro Pessanha — Pedro Pinto — Rita Matias

— Rui Afonso — Rui Paulo Sousa.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

8 Https://mulherendo.pt/mulherendo/. 9 Https://www.womens.es/pt/endometriose-fran%C3%A7a-anuncia-estrat%C3%A9gia-nacional-para-combater-a-doen%C3%A7a/.