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PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES

Ponderados os riscos do cenário do MF, a incerteza do panorama macroeconómico

atual e as projeções existentes para a economia portuguesa, o cenário

macroeconómico subjacente à POE/2025 afigura-se como provável e prudente. Como descrito no presente Parecer, o cenário macroeconómico encontra-se

globalmente alinhado com as projeções mais recentes para a economia portuguesa

apresentadas por outras instituições, que incorporam a informação mais recente

relativa à evolução das principais economias parceiras de Portugal, aos preços das

matérias-primas nos mercados internacionais, assim como às decisões de política

monetária por parte do BCE. Além disso, a análise do cenário macroeconómico em

apreço confirmou que estas se encontram devidamente enquadradas quando

ponderado o grau de incerteza inerente às previsões do MF.

Ainda assim, importa apontar que as projeções para 2024, em particular para as

componentes do PIB, apresentam algumas incoerências face aos dados conhecidos

para a primeira metade do ano. O cruzamento da previsão para o conjunto do ano

de 2024 com a informação estatística já disponível até ao 1.0 semestre permite

aproximar o crescimento implícito esperado para a segunda metade de 2024. Nas

previsões para o consumo privado, a estagnação antecipada no 2 ° semestre

contrasta com as medidas de política económica com concretização neste período,

designadamente a revisão das tabelas de retenção na fonte de IRS em setembro e

outubro, que aumentam o rendimento disponível dos empregados. No caso do

investimento, o crescimento esperado de, aproximadamente, 7% para a segunda

metade de 2024, aparenta estar alicerçado numa evolução do investimento

público de difícil concretização. No caso do deflator do PIB, a previsão de 3, 1 % em

2024, que tem subjacente uma redução do deflator de cerca de 0,6% na segunda

metade de 2024, é baseada uma perda de termos de troca no mesmo período, o

que se afigura improvável. A subavaliação da evolução do deflator do PIB reflete-se

igualmente na projeção para o PIB nominal. Em suma, identificam-se riscos em

sentido negativo para as previsões para 2024 do investimento e positivas para o

consumo privado, deflator do PIB e, assim, o PIB nominal, relevante para o cálculo

dos rácios orçamentais.

Subsistem alguns riscos relevantes sobre o atual cenário do MF. Em particular, salienta-se a possibilidade de a conjuntura internacional poder deteriorar-se de

forma mais expressiva, em 2024 e 2025, do que o antecipado pelos atuais cenários

macroeconómicos, o que poderá penalizar de forma mais intensa as perspetivas de

procura externa e afetar negativamente as exportações. Para além da evolução

recente do sector industrial, estes riscos podem ser reforçados, entre outros, por

tensões geopolíticas relevantes, associadas à fragmentação do comércio mundial,

dos fluxos de capital e da difusão tecnológica, com impacto no crescimento da

produtividade; conflitos armados, com potencial para introduzir novas

perturbações nas cadeias de produção e de alimentar o recrudescimento do preço

das matérias-primas energéticas e de enfraquecer a confiança e o investimento; e o

risco de volatilidade nos mercados financeiros, nomeadamente devido a uma

evolução da inflação, e consequentemente da política monetária, diferente da

antecipada. No caso da procura interna, refira-se, pela positiva, a possibilidade de

uma maior propensão ao consumo por parte das famílias, aliada a taxas de

10 DE OUTUBRO DE 2024 _____________________________________________________________________________________________________________

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