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Isso é da responsabilidade da PT, deve fazer essa pergunta à PT e não ao Governo, que o Governo nada sabe”. Estas afirmações do primeiro-ministro contrastam com a informação de que o Governo dispunha.

12. Esse conhecimento é, aliás, assumido pelo próprio primeiro-ministro. Na resposta à pergunta nº 51 da CPI, o primeiro-ministro diz explicitamente que “antes do debate parlamentar do dia 24, apenas li notícias divulgadas pela comunicação social sobre o possível negócio de compra da TVI mas desconhecia totalmente o seu fundamento”.

13. Já em 13 de Novembro, o primeiro-ministro reconhecia ter tido conhecimento do negócio PT/TVI, ao comentar a notícia “Sócrates mentiu ao Parlamento sobre a TVI”, publicada pelo seman|rio SOL naquela data: “Porque uma coisa é naturalmente discutirmos aquilo com amigos, como fiz, relativamente às notícias que vinham nos jornais e aos conhecimentos informais, outra coisa é, como disse no Parlamento, como primeiro-ministro o conhecimento oficial e conhecimento prévio que tive desse negócio”. O primeiro-ministro reconhece que, não só conhecia o negócio em curso, como o discutiu com amigos, cujas identidades a CPI não apurou completamente, para além das referências feitas nos depoimentos de Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares quer à CPI quer à Comissão de Ética.

14. Nas respostas enviadas à CPI e nas múltiplas declarações públicas que fez sobre o negócio PT/TVI, o primeiro-ministro distingue dois tipos de conhecimento: formal e informal ou oficial e particular. Como é evidente ambos constituem conhecimento - informação adquirida. O que os pode distinguir é a respectiva origem mas, um e outro, não deixam de ser conhecimento.

15. Diferente questão, é saber como e quando o primeiro-ministro tomou conhecimento do negócio PT/TVI.

O primeiro-ministro afirma nunca ter obtido qualquer informação oficial sobre o negócio PT/TVI por parte das administrações da PT e da PRISA/MEDIA CAPITAL, antes do dia 25 de Junho à noite. Esta afirmação coincide com as declarações dos principais administradores quer da PRISA e da MEDIA CAPITAL, quer da PT, nomeadamente de Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, neste último caso, na versão posteriormente corrigida pelo próprio e que contradiz a sua primeira afirmação.

16. De acordo com aquelas declarações, o conhecimento do primeiro-ministro sobre o negócio PT/TVI não provem de informação oficial prestada pela administração das empresas envolvidas no negócio.

17. A CPI não dispôs de condições para identificar a fonte particular que esteve na origem do conhecimento do primeiro-ministro sobre o negócio PT/TVI, nem quando tal ocorreu.

18. A dificuldade em identificar a fonte particular, através da qual o primeiro-ministro tomou conhecimento do negócio PT/TVI, resulta do facto, demonstrado e comprovado pela CPI, de ele ter extravasado as fronteiras das empresas nele interessadas e de ter chegado ao conhecimento de diversas pessoas sem qualquer ligação ou relação com aquelas empresas ou com aquele negócio em particular e que, nalguns casos, são das relações

8 DE JULHO DE 2010______________________________________________________________________________________________________________

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