O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

49

Vim, posteriormente, pelo estudo do relatório do RARDE, a verificar

que, efetivamente, aquilo que eu pensava que poderia acontecer aconteceu

mesmo. Isto é, para fazer a observação em microscopia eletrónica de

varrimento, que exige vácuos muito elevados, normalmente é preciso fazer

uma limpeza das amostras e essa limpeza faz-se com ultrassons. Ora, se eu

tiver partículas, não metálicas, já na forma corroída de óxidos, e as submeter

aos ultrassons, aquilo sai tudo. Portanto, em grande parte daquilo que foi

observado pelo RARDE, após uma limpeza das amostras, em microscopia

eletrónica de varrimento tinha sido retirada parte dos vestígios possíveis. E,

portanto, a minha metodologia seria a de um embebimento prévio daquilo

em resinas, para que fixassem tudo, e só depois é que faria a observação.

Esse erro, por acaso, foi cometido. Porquê? Porque os ingleses não andavam

à procura de pequenos vestígios, era mesmo de «tudo ou nada» — lembro

que na altura havia o IRA e, normalmente, as questões das explosões do IRA

vinham na primeira página, não era coisa soft.

Provavelmente, o método que eles utilizaram não foi o mais cuidadoso

para os vestígios que foram encontrados ou, melhor, que foram estudados

num corpo que já estava enterrado há não sei quantos anos, 10 anos… não

sei há quantos anos, mas há uma série de anos. São situações que, se calhar,

não são correntes nesta atividade forense.

Outra coisa para a qual chamo a atenção dos Srs. Deputados e que

ficou perdida no meio de toda esta história, mas faz parte da minha

experiência pessoal nestas Comissões, é uma história macabra acessória, que

ficou para trás. Esta história foi relatada numa das Comissões, não sei se na

IV, e tem a ver com o Engenheiro Moreira, que tinha um avião semelhante.

Este sujeito fez umas experiências e ia relatá-las, suponho, a um ministro —

já não sei exatamente quem era —, acho que disse isto publicamente, e foi

encontrado morto dois dias depois.

II SÉRIE-B — NÚMERO 56______________________________________________________________________________________________________________

1548