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políticos, professaram-na e praticaram-na com os resultados que todos

hoje conhecemos.

Produtos financeiros completamente inviáveis, decisões de investimento -

muitas delas sem racionalidade económica, opacas e pouco transparentes

- tomadas muitas vezes por responsáveis que estavam dos dois lados da

barricada, a conceder crédito e a beneficiar dele, conflitos de interesses

evidentes.

Tudo acontecia com uma naturalidade e normalidade inquietante, sobre o

olhar complacente, distante e assaz cúmplice da regulação e da supervisão.

Mas esta realidade, que não prenunciava um bom fim, não impediu que

muitos preferissem olhar para o lado e ignorar o que o estava perante os

olhos de todos e que se caraterizava por uma espiral de irresponsabilidade

em que tinha mergulhado a atividade financeira e bancária.

Hoje temos uma certeza, os custos, desta produção hollywoodesca não

foram pagos por quem a produziu ou pelos seus atores, ou por aqueles que

se portaram como quem está numa sala de cinema a assistir às exibições

realizadas só para convidados, num circuito fechado e para uma elite.

Estes custos, com forte repercussão económica e social, vêm a recair sobre

toda uma economia, nas suas diferentes dimensões e assim, naturalmente,

incidir sobre o cidadão comum que, no final, é chamado “à sala de cinema”

para pagar o bilhete de um filme que não teve um final feliz.

Sinais do inevitável desenlace estavam bem presentes na economia

portuguesa após a eclosão da crise financeira de 2008 e agravaram-se com

a crise das dívidas soberanas de 2011.

Os bancos e os supervisores não foram capazes de responder a esta crise.

Os governos foram chamados a intervir, porquanto estaria em causa o

sistema financeiro e o interesse público.

15 DE OUTUBRO DE 2021 ______________________________________________________________________________________________________

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