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18 DE MARÇO DE 2023

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com lições de piano e canto coral, ativa no período de 1941 a 1958, bem como um gabinete médico, entre

outras formações e cursos pedagógicos. A Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura e Recreio

concedeu-lhe o «Diploma de Federada» em 30 de setembro de 1970.

Com a Revolução do 25 de Abril, a Casa do Alentejo abriu as suas portas a todos e não parou de crescer

desde então. Afirmou-se como espaço de convívio da diáspora alentejana, com uma atividade riquíssima de

representação e promoção do Alentejo, divulgando a sua cultura e património, dando voz e espaço às mais

diversas expressões artísticas, culturais, económicas e sociais de cada município alentejano, da região

Alentejo e do seu povo.

Ao longo destas décadas a Casa do Alentejo tem sido palco de inúmeras atividades tais como

apresentações de livros, sessões de poesia, exposições temporárias, conferências temáticas, semanas

gastronómicas, concursos nas áreas das artes plásticas, letras e fotografia, exposições de artesanato,

semanas dedicadas aos concelhos do Alentejo, entre muitas outras, num contributo incalculável para a

dinamização, promoção e preservação da cultura alentejana.

Mas a Casa do Alentejo deu ainda mais e maiores passos, designadamente no seu papel associativo e de

intervenção cívica. Afirma-se como espaço e sede de debate e participação democrática, com um importante

papel no plano político, como, por exemplo, grande defensora da causa da regionalização, ou espaço anfitrião

de conferências, reuniões e iniciativas de variadíssimas associações e movimentos, como o movimento da paz

ou de solidariedade com os povos.

A Casa do Alentejo teve e tem um papel preponderante na proposta de políticas de desenvolvimento para

os vários distritos da região Alentejo, como foi o caso da luta pela construção da barragem do Alqueva, da

potenciação e utilização do aeroporto de Beja ou do desenvolvimento da rede de ferroviária no Alentejo, temas

que sempre foram tratados nos diversos encontros, seminários, conferências e nos congressos do Alentejo,

realizados bianualmente, apesar de no período da ditadura fascista o regime ter criado obstáculos à realização

de encontros da região alentejana.

Em 1991, a Associação Casa do Alentejo foi reconhecida como «Pessoa Coletiva de Utilidade Pública». No

plano cultural são se sublinhar os contributos que a Casa do Alentejo prestou para a candidatura do Cante a

Património Imaterial da Humanidade, continuando agora a apoiar e a dinamizar o meritório trabalho realizado

por centenas de cantadores.

A sede alentejana no Palácio Alverca é alvo de uma admiração geral, sendo que o edifício foi classificado

como Monumento de Interesse Público em 2021. A sede é admirada não só pela sua beleza mas também

como um local especial e vivo na baixa pombalina, onde, os alentejanos partilham a sua cultura e identidade

alentejana com todos os que a visitam.

A embaixada da região Alentejo na área de Lisboa e Setúbal, constituída em 10 de junho de 1923, está

prestes a comemorar os 100 anos de existência. Desde sua constituição, a Casa do Alentejo tem-se revelado

fundamental na promoção e defesa da região que representa, prestando elevados serviços a todos os que

representa, sob o lema «Um Povo, Uma Cultura, Uma Região».

Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário:

1 – Saúda a Associação Casa do Alentejo, a sua direção e os seus associados pela comemoração do

centenário da sua fundação em 10 de junho de 2023, exaltando o seu papel enquanto «embaixada» do

Alentejo na região de Lisboa e Setúbal.

2 – Enaltece os elevados serviços que ao longo da sua existência a Casa do Alentejo tem prestado à

região Alentejo e ao seu povo enquanto promotora da cultura, história e costumes do povo alentejano e fiel

defensora do desenvolvimento e progresso da região Alentejo.

3 – Sugere a atribuição de uma medalha honorífica à Casa do Alentejo.

Assembleia da República, 16 de março de 2023.

Os Deputados do PCP: João Dias — Paula Santos — Bruno Dias — Alma Rivera — Duarte Alves — Manuel Loff.

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