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6 DE OUTUBRO DE 2023

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João Castro — Rosário Gambôa — Tiago Estevão Martins — Sara Velez — Cristina Sousa — Eduardo

Oliveira — Dora Brandão — Francisco Pereira de Oliveira — Diogo Cunha — José Rui Cruz — Mara

Lagriminha Coelho — Pedro do Carmo — António Pedro Faria — Rita Borges Madeira — Romualda Nunes

Fernandes — Irene Costa — Maria Da Luz Rosinha — Raquel Ferreira — Pedro Coimbra — José Pedro

Ferreira — Susana Amador — Jorge Botelho — Nelson Brito — Patrícia Faro — Luís Soares — Joaquim

Barreto — Isabel Guerreiro — Ricardo Pinheiro — João Azevedo Castro.

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PROJETO DE VOTO N.º 450/XV/2.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE AVELINO TAVARES

Faleceu no passado dia 26 de setembro, aos 85 anos, Avelino Tavares, criador do Mundo da Canção (MC),

projeto editorial ímpar que, antes e depois do 25 de Abril, foi o espaço de presença de uma «canção

diferente», uma canção de reinsistência e luta contra o «cançonetismo apodrecido».

Avelino Tavares nasceu em 1938, em Oliveira de Azeméis, tendo-se mudado para o Porto, onde passou a

infância. Faz os seus estudos em França, conhece a Europa e tem, pela primeira vez, contacto com grandes

nomes da música francesa – Georges Brassens, Serge Reggiani, Léo Ferré, Barbara,… – que, mais tarde,

trará ao Porto, a cidade para onde regressa para tomar conta da Tipografia Aliança, uma empresa familiar

donde partiu para a música.

É no Porto que acompanha pelos jornais o Maio de 68 e o seu impacto na música que se ouve fora do

Portugal fascista, juntando-se aos que tentam corajosamente trazer para Portugal o eco dessa revolução

cultural. Em dezembro de 1969, lança o primeiro número da revista Mundo da Canção com o então Padre

Fanhais na capa.

O MC foi a primeira publicação periódica portuguesa a divulgar as canções marcantes do seu tempo.

Diluídas entre canções comercias, o MC deu voz «aos baladeiros», cantautores como Zeca Afonso, José

Mário Branco, ou Sérgio Godinho. Em março de 1973 a PIDE invadiu as instalações da Tipografia Aliança e

apreendeu parte dos 30 mil exemplares do número 34, o qual chegaria às bancas depois do 25 de Abril.

Na década de 80, o MC alarga a sua atividade à importação e distribuição de discos de músicas

alternativas excluídas dos circuitos comerciais.

Em 1981, Avelino Tavares abre, no centro da cidade, a MC Discoteca, iniciando-se, como o produtor de

espetáculos que trouxe ao Porto nomes imortais, como Paco de Lucia, Carlos Paredes, Gal Costa, Astor

Piazzola, Miles Davis, Pablo Milanés ou Cesária Évora.

Avelino Tavares foi produtor de vários festivais, como o Festival de Jazz do Porto, o Praia Blues, o

Intercéltico do Porto, e tantos mais espalhados pelo País.

Assim, a Assembleia da República manifesta o seu pesar pela morte de Avelino Tavares, divulgador e

programador incontornável na história da cultura e da música portuguesa, dotado de uma capacidade de

sonhar e executar projetos inovadores que rasgaram horizontes e o colocaram na história da divulgação da

música em Portugal, endereçando à família e amigos as suas sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 29 de setembro de 2023.

As Deputadas e os Deputados do PS: Rosário Gambôa — Carla Sousa — Bruno Aragão — Clarisse

Campos — Sara Velez — Gil Costa — Cristina Sousa — Pompeu Martins — António Pedro Faria — Maria

João Castro — Sérgio Monte — Ana Bernardo — Fátima Correia Pinto — Anabela Real — Palmira Maciel —

Eurídice Pereira — Lúcia Araújo da Silva — Susana Barroso — Catarina Lobo — Jorge Gabriel Martins —

Cristina Mendes da Silva — Norberto Patinho — Agostinho Santa — Bárbara Dias — Tiago Brandão

Rodrigues — Tiago Barbosa Ribeiro — Susana Correia — Gilberto Anjos — António Monteirinho — João

Azevedo — António Sales — Tiago Estevão Martins — Eduardo Oliveira — Dora Brandão — Francisco Pereira