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5 DE JULHO DE 2024

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promoção dos direitos das mulheres e a igualdade de género. Licenciada em Filologia Germânica, foi assessora

principal no Ministério da Habitação e dirigente do Graal – Associação Movimento Internacional de Mulheres e

figura próxima de Maria de Lourdes Pintasilgo, em cuja campanha presidencial assumiu um papel-chave.

Fátima Grácio sucedeu à antiga Primeira-Ministra na liderança da Fundação Cuidar o Futuro em 2004,

ocupando o cargo até 2010. Nos seus mandatos organizou projetos de preservação e divulgação do pensamento

de Pintasilgo, com vários artigos e antologias de textos de e sobre Maria de Lourdes Pintasilgo, incluindo a obra

Cuidar a Democracia, Cuidar o Futuro. Ao mesmo tempo, organizou o processo de recolha e digitalização do

acervo inicial do Arquivo Maria de Lourdes Pintasilgo e do Graal.

Fátima Grácio assumiu responsabilidades no MPLA em Angola, seu país de origem. Regressada a Portugal,

esteve sempre implicada na afirmação cidadã das mulheres, trabalhando nos projetos do SAAL no Porto, a

seguir ao 25 de Abril, e em projetos de alfabetização e animação sociocultural no norte do País. Em 1999, Fátima

Grácio foi candidata independente em 3.º lugar na lista do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral do Porto às

legislativas desse ano, tendo aderido ao Bloco a seguir a estas eleições. Foi muito ativa nessa campanha, tendo,

entre outras coisas, organizado uma das principais iniciativas, uma conversa no Café Piolho com Miguel Portas,

Maria de Lurdes Pintasilgo e Manuel António Pina.

Pertenceu à Comissão Coordenadora distrital do Porto nos anos seguintes. Foi também dirigente nacional,

eleita para a Mesa Nacional e para a Comissão de Direitos do Bloco. Foi novamente candidata na listas

bloquistas às legislativas de 2002 e 2005 e integrou a delegação do Bloco ao 1.º Congresso do Partido da

Esquerda Europeia em Atenas. A mudança para Lisboa afastou-a da militância partidária, mas manteve a

proximidade política, apoiando o Bloco em várias campanhas eleitorais. No referendo à despenalização do

aborto em 2007 foi uma das vozes em defesa do Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim.

Em 2017, aquando da condecoração de Maria de Lourdes Pintasilgo, a título póstumo, com a Grã-Cruz da

Ordem da Liberdade, foi Fátima Grácio quem representou a homenageada e recebeu a condecoração.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pelo falecimento de

Fátima Grácio e apresenta as suas condolências aos seus familiares e amigos.

Assembleia da República, 2 de julho de 2024.

(Substituição do texto da iniciativa a pedido do autor)

Morreu este domingo, aos 80 anos, Fátima Grácio. A sua vida foi marcada pelo compromisso com a

promoção dos direitos das mulheres e a igualdade de género. Licenciada em Filologia Germânica, foi assessora

principal no Ministério da Habitação, dirigente do Graal e figura próxima de Maria de Lourdes Pintasilgo, em cuja

campanha presidencial assumiu um papel-chave.

Fátima Grácio sucedeu à antiga Primeira-Ministra na liderança da Fundação Cuidar o Futuro em 2004,

ocupando o cargo até 2010. Aqui, organizou projetos de preservação e divulgação do pensamento de Pintasilgo,

incluindo a obra Cuidar a Democracia, Cuidar o Futuro. Ao mesmo tempo, organizou o processo de recolha e

digitalização do acervo inicial do Arquivo Maria de Lourdes Pintasilgo e do Graal.

Fátima Grácio assumiu responsabilidades no MPLA em Angola, seu país de origem. Regressada a Portugal,

esteve sempre implicada na afirmação cidadã das mulheres, trabalhando nos projetos do SAAL no Porto, a

seguir ao 25 de Abril, e em projetos de alfabetização e animação sociocultural no norte do País. Em 1999 foi

candidata independente em 3.º lugar na lista do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral do Porto às legislativas,

tendo aderido ao Bloco a seguir a estas eleições. Foi muito ativa nessa campanha tendo, entre outras coisas,

organizado uma das principais iniciativas, uma conversa no Café Piolho com Miguel Portas, Maria de Lurdes

Pintasilgo e Manuel António Pina.

Pertenceu à Comissão Coordenadora distrital do Porto nos anos seguintes. Foi também dirigente nacional,

eleita para a Mesa Nacional e para a Comissão de Direitos do Bloco. Foi novamente candidata nas listas

bloquistas às legislativas de 2002 e 2005 e integrou a delegação do Bloco ao 1.º Congresso do Partido da

Esquerda Europeia em Atenas. A mudança para Lisboa afastou-a da militância partidária, mas manteve a

proximidade política, apoiando o Bloco em várias campanhas eleitorais. No referendo à despenalização do