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II SÉRIE-B — NÚMERO 50

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PROJETO DE VOTO N.º 504/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE PEDRO SOBRAL

Pedro Sobral foi uma figura de referência no mundo editorial, tendo exercido, durante vários anos, o cargo

de administrador da Leya e desempenhado funções como Vice-Presidente da Associação Portuguesa de

Editores e Livreiros (APEL). O seu percurso profissional foi pautado por uma dedicação incansável à promoção

do livro e da leitura, contribuindo decisivamente para a democratização do acesso à cultura e para o

fortalecimento do setor livreiro nacional.

Sob a sua liderança e visão estratégica, a Leya consolidou-se como um dos maiores grupos editoriais de

língua portuguesa, desempenhando um papel fundamental na valorização da literatura nacional e na divulgação

de autores portugueses e lusófonos.

A sua atuação na APEL reforçou o seu compromisso com a defesa dos interesses dos editores e livreiros,

desempenhando um papel ativo na promoção do livro e da leitura em Portugal. Pedro Sobral foi um incansável

defensor do setor, contribuindo para iniciativas que aproximaram os leitores das livrarias e editoras nacionais.

A sua partida representa uma perda irreparável para a comunidade cultural e editorial portuguesa, deixando

um legado que perdurará através do impacto que teve nas gerações de leitores, escritores e editores.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa à família, amigos e colegas de Pedro

Sobral, bem como à equipa da Leya e à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, o mais sentido pesar,

prestando a sua homenagem à memória de um homem que tanto contribuiu para o enriquecimento cultural de

Portugal.

Palácio de São Bento, 27 de dezembro de 2024.

Os Deputados do CDS-PP: Paulo Núncio — João Pinho de Almeida.

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PROJETO DE VOTO N.º 505/XVI/1.ª

DE SAUDAÇÃO PELO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ALEXANDRE O’NEILL

Alexandre Manuel Vahia de Castro nasceu em Lisboa a 21 de dezembro de 1924, sendo conhecido como

Alexandre O’Neill, um dos maiores poetas do Século XX português, cujo centenário do seu nascimento é

celebrado de Norte a Sul do País com diversas iniciativas, como peças, filmes, leituras, exposições e debates.

Autodidata, precursor do surrealismo em Portugal, Alexandre O’Neill dedica-se ainda à atividade publicitária

intervindo ativamente nas primeiras manifestações do surrealismo, cujo Movimento Surrealista de Lisboa é

cofundador em 1947, para mais tarde se afastar da «aventura surrealista – hoje reduzida, como merece, às

alegres atividades de dois ou três incorrigíveis pequenos aventureiros».

Apesar deste afastamento, a poesia de Alexandre O’Neill alia as características próprias da poesia surrealista

a uma visão e sensibilidade pessoal, marcada pela exploração do insólito ou do sem sentido, da ironia, dos

trocadilhos, explorando temas como a crítica social, o amor, o medo ou a identidade nacional.

O espírito de contestação ou sentido de ironia e sarcasmo, apaziguado em certos momentos por um tom

discretamente sentimental lírico é um dos traços mais marcantes e originais da obra de Alexandre O’Neill, que

muitas vezes atinge conscientemente os limites da antipoesia, destacando-se na sua vasta obra «Um Adeus

português» ou o slogan «Há mar e mar, há ir e voltar» ou o «Vai de Metro, Satanás», nunca aceite pelo Metro

de Lisboa.

Assim, reunida em sessão plenária, e motivada pela originalidade da sua obra e percurso pessoal de

irreverência e visão crítica do mundo, a Assembleia da República saúda o centenário do nascimento de

Alexandre O’Neill, publicitário e um dos mais reconhecidos poetas portugueses do Século XX, cuja obra