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7 DE JANEIRO DE 1995

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mento, sobretudo na aquisição de bens de equipamento, estando, pois, relacionada com a retracção da procura global (— 1,6% em 1993 e 4,1 % em 1992). A FBCF do sector público administrativo cresceu nominalmente 7,8% no ano, o que representa no total da FBCF uma quota de 16,3% (14,9% em 1992).

. O consumo público também apresentou uma taxa de crescimento real positiva de 0,3 %, embora apresentando um decréscimo relativamente à taxa registada no ano anterior, que foi de 1,5%.

Como resultado da entrada em funcionamento do mercado único europeu e a consequente abolição dos controlos aduaneiros, registou-se alguma perturbação no apuramento das estatísticas do comércio externo no seio dos países membros da Comunidade Europeia. No entanto, estima--se que quer as exportações quer as importações de bens e serviços nacionais registaram decréscimos em volume no ano de 1993, respectivamente, de — 4,1% e — 3,4%. Constata-se, assim, que a procura interna terá reagido de forma menos desfavorável do que a procura externa dos nossos parceiros comerciais. A balança de transacções correntes apresentou um défice ligeiro de — 0,2% do PIB, para o que terá contribuído um ganho nos termos de troca de 0,5%. As transferências unilaterais privadas apresentaram uma redução de mais de 1 %, relativamente ao ano transacto, situando-se em 4,7% do PIB.

Relativamente à oferta, registou-se um agravamento generalizado da produção nos diferentes sectores de actividade, correspondente à fase recessiva do ciclo. No entanto, o sector económico mais atingido terá sido o sector primário, cujo VAB decresceu 7,4% em volume. Também a indústria transformadora apresentou uma taxa de variação em volume negativa de 4 pontos percentuais (— 2,5% em 1992) e o sector da construção caiu 0,5% (2,5% em 1992). O VAB dos serviços, embora tenha apresentado uma taxa de variação real positiva de 0,4%, registou uma desaceleração de 3,9 pontos percentuais. Apenas o sector energético terá evoluído favoravelmente, tendo o VAB crescido 3,5% no ano, em termos reais, o que equivaleu a um acréscimo em volume de 1,5 pontos percentuais em relação à taxa verificada no ano anterior.

A situação da oferta em 1993 teve os seus reflexos no mercado de trabalho. De facto, o emprego total decresceu 2 % face ao ano transacto, e em todos os sectores, com especial incidência no secundário. O peso relativo do sector terciário na economia voltou a crescer em 1993, representando 55% do emprego total. A taxa de desemprego sofreu um agravamento de 1,5 pontos percentuais, situando-se em 1993 nos 5,5%.

Face ao comportamento relativamente rígido da procura de trabalho e ao nível elevado de oferta manifestado, verificou-se um abrandamento dos salários, que terão crescido, em termos nominais, 6,2%, para o total da economia, e representado um decréscimo real de 0,5%. A produtividade do trabalho terá crescido 1% em 1993.

Neste ano, a inflação continuou a sua trajactória descendente, com um crescimento do IPC, em termos médios anuais, de 6,5%, representando uma quebra de 2,4 pontos percentuais em relação à taxa verificada em 1992. As taxas de inflação de bens transaccionáveis e não transaccionáveis desaceleraram, respectivamente, 2,8% e 2,2%. De notar que, ao contrário do ano anterior, o efeito atenuante da desinflação importada terá sido menos relevante, quer pela evolução do escudo quer pelo fraco abrandamento dos preços verificado nos países fornecedores. A desaceleração dos preços terá sido de origem interna, fruto essencialmente do arrefecimento da actividade económica, mas também patente na evolução dos preços dos bens não transaccionáveis, sobretudo na sua componente de bens administrados. O deflactor do PIB, como melhor indicador na inflação interna que o IPC, cifrou-se em 6,5%, quando em 1992 se cifrara em 13%.

Em termos de convergência nominal entre Portugal e a média europeia, verificou-se uma diminuição do diferencial de inflação, que passou de 4,6% em 1992 para 3,2% em 1993 (a taxa de inflação, IPC, na União Europeia desacelerou menos de 1 %).

A política monetária e cambial desenvolveu-se no quadro do início da livre circulação de capitais. O Banco de Portugal interveio, ao longo do ano, no mercado cambial em defesa do escudo e no sentido de preservar a tendência de descida das taxas de juro oficiais. A moeda nacional veio a depreciar-se, em relação à taxa de câmbio efectiva, em termos de média anual, cerca de 6%. Num contexto de agravamento da situação económica na generalidade dos países da Comunidade Europeia e inerente diferenciação de problemas nacionais a enfrentar, gerou dificuldades acrescidas na coordenação de políticas macroeconómicas, criando instabilidade no seio do SME, o qual veio a sofrer uma importante revisão, em Agosto de 1993, através do alargamento das bandas de variação para +15% ou — 15%.

2 — O mercado de capitais Alguns aspectos gerais

O mercado de capitais no ano de 1993 foi marcado pelo início da completa liberalização dos movimentos de capitais com o exterior, ocorrida no final do ano de 1992, permitindo a dí-muição do diferencial existente entre as taxas de juro internas e externas, bem como um afluxo crescente, por parte de não residentes, na aquisição de títulos nacionais. Também o anúncio, em