O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0017 | II Série C - Número 030S | 12 de Julho de 2004

 

3.2. Perspectivas de evolução

3.2.1. Perspectivas de médio prazo

As Previsões de Outono divulgadas pelos principais organismos internacionais mantiveram a perspectiva de consolidação da recuperação económica em 2004. Depois do FMI ter adoptado um cenário idêntico em Setembro, também a CE e a OCDE revelaram algum optimismo face à evolução da actividade económica, revendo globalmente em alta as suas previsões de crescimento. No entanto, ao passo que nos EUA se antecipa um crescimento vigoroso da actividade em 2004 e em 2005, na área do euro o crescimento, apesar de alguma aceleração, continuará a situar-se abaixo do nível potencial (estimado em torno de 2,5%) em 2004. Apenas em 2005 se deverá assistir a um dinamismo mais significativo desta área económica.
No que respeita à evolução do nível geral de preços, as previsões apontam para uma inflação média inferior a 2% no período 2004-05, tanto na área do euro, como nos EUA. De destacar as previsões de manutenção de uma trajectória de descida algo acentuada para a inflação nos EUA (nomeadamente pelo FMI e pela CE), o que sustenta o cenário de manutenção das taxas directoras em níveis reduzidos por um período de tempo alargado.
Em Portugal, uma recuperação sustentada da actividade económica está dependente de uma consolidação do cenário macroeconómico internacional. A primeira estimativa do INE para as Contas Nacionais aponta para uma queda do PIB em 2003 em torno de 1,3%. Em 2004 espera-se uma recuperação da actividade, prevendo-se para 2005 a retoma de um ritmo de crescimento mais em linha com o potencial.

3.2.2. Perspectivas de curto prazo

O enquadramento macroeconómico da economia mundial no início de 2004 apresenta-se substancialmente diferente daquele que se observou durante grande parte do ano que agora terminou. Com efeito, os indicadores de confiança registaram subidas significativas na segunda metade de 2003, com especial destaque para a confiança dos industriais (nos EUA, o ISM atingiu o valor máximo dos últimos 20 anos, ao passo que na Alemanha o IFO subiu sucessivamente desde Maio, ultrapassando a média de longo prazo). Esta tendência, aparentemente sustentada, permite perspectivar um cenário de crescimento mais acentuado este ano, não obstante os desequilíbrios que continuam a existir.
Na área do euro, a produtividade tem vindo a apresentar um ritmo de crescimento modesto o que, em conjunto com a potencial perda de mercados de exportação decorrente da apreciação do euro, tenderá a limitar a melhoria financeira das empresas. Assim, espera-se que o investimento ainda não assuma o papel de motor da economia. O consumo privado, dependente da rapidez da recuperação do mercado de trabalho, que se espera lenta, e também do crescimento da massa salarial, condicionada em parte pelo nível elevado dos défices orçamentais, também não deverá atingir ritmos de crescimento muito elevados. Assim, as previsões oficiais da CE apontam para uma ligeira aceleração do ritmo de crescimento, com o ponto médio do intervalo de previsão a passar de 0,4% para 0,5%, do último trimestre de 2003, para o primeiro deste ano.
Por outro lado, as taxas de juro registaram uma trajectória de subida durante grande parte do 4.º trimestre, quando se começou a antecipar a possibilidade dos bancos centrais iniciarem um ciclo de subida de taxas na primeira metade de 2004. Este cenário começou, entretanto, a dissipar-se, tendência que se poderá manter no curto prazo, tendo em consideração a forte possibilidade de descida da inflação homóloga nos meses de Fevereiro e Março.
Deste modo, o movimento de descida iniciado em Dezembro poderá manter-se, tendo em consideração a possibilidade de uma ligeira descida dos indicadores de confiança (mantendo no entanto níveis elevados e compatíveis com um crescimento sustentado). Num prazo mais alargado (até ao final do ano), a tendência deverá ser novamente para um movimento de subida das taxas.
No caso de Portugal, os mercados financeiros deverão acompanhar a tendência de evolução dos mercados europeus, com o diferencial, entre as taxa de rendibilidade da OT a 10 anos e do Bund alemão para a mesma maturidade, a manter um nível abaixo de 10 pontos base.

4. Mercado Secundário da Dívida Pública

4.1. Taxas de rendibilidade da dívida pública

No trimestre em apreço a curva de rendimentos da dívida pública portuguesa manifestou um comportamento muito idêntico ao verificado na área do euro, onde se observou um ligeiro steepening. De facto, nos prazos mais curtos as subidas foram menos significativas, o que poderá estar relacionado com a perspectiva de manutenção das taxas directoras em níveis reduzidos por um período relativamente alargado.
Por outro lado, a inclinação da curva swap registou uma ligeira diminuição, acompanhando o comportamento da curva de rendimentos nos EUA e reflectindo um alargamento do swap spread nos prazos mais curtos, visto que nos dois anos passou de cerca de 13 pontos base no final de Setembro, para cerca de 28 pontos base no final de Dezembro). Tal evolução também se verificou nas maturidades intermédias e longas, como resulta da análise do Gráfico 1.

Gráfico 1

Evolução da Curva de Rendimentos (Taxas Swap)

Fonte: IGCP.

4.2. Diferenciais de custo de financiamento

No decorrer do 4.º trimestre de 2003, de registar que o diferencial entre as taxas de rendibilidade da dívida pública