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0020 | II Série C - Número 030S | 12 de Julho de 2004

 

5.2. Operações de Gestão Activa da Carteira
5.2.1. Cenário de Referência

No Comité de Mercados foram definidas perspectivas para o último trimestre de 2003, que apontavam para a manutenção das taxas de juro oficiais e para uma relativa estabilidade das taxas de rendibilidade nos vários prazos da curva de rendimentos. Apesar de os Bancos Centrais, tanto na Europa como nos EUA, terem mantido as taxas de juro de referência inalteradas, a antecipação quanto ao momento de uma provável subida em 2004, viria a induzir um aumento generalizado das taxas de rendibilidade.
Neste contexto, durante a maior parte do 4.º trimestre, o posicionamento da carteira face ao benchmark foi longo. Paralelamente, o IGCP optou ainda por tirar partido da volatilidade do mercado efectuando uma gestão activa de posições. Estas operações permitiram contribuir para a performance positiva da carteira face ao benchmark no trimestre. Assim, as operações de derivados de taxa de juro contratadas totalizaram cerca de 9 mil milhões EUR.

5.2.2. Posicionamento Estratégico

A posição da carteira no início do trimestre em análise, era considerada relativamente longa face ao benchmark, o que reflectia a expectativa de correcção do nível das taxas de juro após a descida substancial que se havia verificado, de forma algo inesperada, em Setembro. Entre o início e o final do mês, a taxa swap a 10 anos registou uma queda de aproximadamente 35 pontos base, fruto da publicação de uma série de indicadores negativos sobre a evolução macroeconómica dos EUA, levando o mercado a duvidar da robustez do crescimento económico neste país, assim como pela forte subida do EUR face ao USD.
Durante o mês de Outubro, o posicionamento longo da carteira foi mantido, tendo sido registado neste período uma subida significativa das taxas de rendibilidade. Face a um posicionamento já longo da carteira, foi decidido proceder à cobertura total da emissão da OT Junho 2014 através da realização de swaps para taxa variável, em condições pré-definidas.
No início de Novembro, tendo por base o facto das taxas de juro se encontrarem já acima dos máximos observados durante o ano, o IGCP optou por reduzir a exposição longa na maturidade dos 10 anos através do cancelamento gradual de posições, num montante acumulado de 1400 milhões EUR. Na primeira quinzena de Novembro, a taxa swap na maturidade dos 10 anos caiu cerca de 20 pontos base, confirmando as expectativas, pelo que o IGCP decidiu realizar o lock in de ganhos e construir nova posição longa nesta maturidade.
Entretanto, na primeira semana de Dezembro verificou-se uma correcção, com uma redução em cerca de 20 pontos base no bucket dos 10 anos. No entanto, apesar da evolução registada o IGCP considerou que as taxas de juro voltariam à sua trajectória de subida, tal como se tinha verificado em Novembro, pelo que no início do mês de Dezembro reforçaram a posição longa, com a contratação de novos swaps na maturidade dos 10 anos, que se elevaram a 500 milhões EUR.
Complementarmente, no âmbito da cobertura do risco cambial associado à emissão de ECP em USD (sempre que esta alternativa foi considerada mais oportuna), foram ainda contratados swaps de taxa de câmbio no montante de 675 milhões USD.
Deste modo, no decorrer do 4.º trimestre de 2003, o IGCP contratou cerca de 9577 milhões EUR de operações de derivados, relacionadas com a gestão do posicionamento da carteira face à curva de rendimentos e com a cobertura do risco cambial.

5.3. Movimento e saldo da dívida pública

O saldo da dívida directa do Estado no final do trimestre, apurado na óptica da contabilidade pública, ao valor nominal e a câmbios correntes, ascendia a 83 377 milhões EUR (Quadro 4), tendo registado um acréscimo de 345 milhões EUR relativamente ao valor observado no final do 3.º trimestre, ou seja, uma variação de 0,4 por cento. A variação do stock da dívida ao longo do trimestre em apreço ficou a dever-se essencialmente ao financiamento líquido (diferença entre as emissões e as amortizações ao valor de encaixe) no valor total de 418 milhões EUR.
No trimestre em consideração, o volume de emissões ascendeu a 12 213 milhões EUR (Quadro 4), sendo que 9345 milhões EUR traduziu o recurso a financiamento de curto prazo, a que corresponde cerca de 76,5% do total de emissões