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0004 | II Série C - Número 030S | 12 de Julho de 2004

 

de desinflação não desejada. Para a área do euro, o FMI prevê uma inflação média de 2% em 2003 e 1,6% em 2004.
Em Portugal, uma recuperação sustentada da actividade económica está dependente de uma consolidação do cenário macroeconómico internacional. As recentes previsões do FMI apontam para uma queda do PIB em 2003. Em 2004 espera-se uma significativa aceleração da actividade (para 1,6%), estando ainda assim adiada para 2005 a retoma de um crescimento mais em linha com o potencial.

3.2.2. Perspectivas de curto prazo

As previsões da Comissão Europeia para a área do euro apontam para uma aceleração do ritmo de crescimento, com o ponto médio do intervalo de previsão a passar de 0,2% para 0,4%, do 3.º para o 4.º trimestre. No entanto, o facto da procura interna continuar a revelar pouco dinamismo, levará a que a recuperação seja moderada.
Durante o 3.º trimestre as taxas de juro de longo prazo apresentaram uma trajectória de subida significativa, em conformidade com a melhoria dos principais indicadores de confiança. No início de Setembro as taxas registaram uma descida, pelo que o nível agora atingido pelas taxas parece ser compatível com a actual fase do ciclo económico, não se antevendo uma alteração significativa das taxas de juro de longo prazo até final do ano, quer nos EUA quer na área do euro.
Em Portugal, os mercados financeiros deverão acompanhar a tendência de evolução dos mercados europeus, com o diferencial, entre as taxas de rendibilidade da OT a 10 anos e do Bund alemão para a mesma maturidade, a manter um nível próximo de 10 pontos base.

4. Mercado Secundário da Dívida Pública

4.1. Taxas de rendibilidade da dívida pública

No trimestre em apreço, as taxas de rendibilidade da dívida pública registaram um aumento significativo, com os títulos a 10 anos a subirem, entre o início e o final do trimestre, cerca de 20 p.b. na dívida pública alemã e de 40 p.b. nos EUA. Esta evolução reflectiu a revisão em alta do crescimento económico esperado para as principais economias mundiais, em particular para os EUA, reflectindo igualmente a menor probabilidade associada a um cenário de deflação, que tinha levado as taxas de longo prazo aos mínimos dos últimos 45 anos no 2.º trimestre.
Nos meses de Julho e Agosto, e no início de Setembro, as taxas de rendibilidade das obrigações registaram subidas quase ininterruptas em todos os prazos, tendo os mercados obrigacionistas acumulado, num curto período, a maior perda desde 1994. Na realidade, de meados de Junho (altura em que as taxas atingiram o seu ponto mínimo do 2.º trimestre) até à primeira semana de Setembro (o ponto máximo no 3.º trimestre) as taxas de rendibilidade das obrigações a 10 anos subiram cerca de 150 p.b. no caso da dívida pública dos EUA e quase 90 p.b. no da dívida alemã (e dos outros emitentes do Euro, designadamente Portugal, onde as taxas registaram uma subida idêntica). Assim, no final deste período, as taxas de rendibilidade das obrigações norte-americanas estavam já quase 40 p.b. acima das taxas de rendibilidade alemãs, o que não acontecia desde Novembro de 2001. No entanto, no decorrer do mês de Setembro as taxas de rendibilidade reverteram parte das subidas dos meses anteriores, reflectindo alguns sinais de incerteza sobre a retoma nos EUA, pelo que no final do trimestre, o diferencial entre as taxas de rendibilidade da dívida norte-americana e da dívida alemã era, em resultado, praticamente nulo.
Nos prazos mais curtos (v.g. 2 anos), as taxas de rendibilidade também registaram uma subida, embora numa fase inicial tenha sido lenta (até final de Julho), reflectindo, a expectativa de os principais bancos centrais virem a subir as taxas directoras num horizonte mais dilatado.
No caso concreto de Portugal, as taxas de rendibilidade das OT registaram uma evolução semelhante. Após as descidas das taxas de juro registadas durante o mês de Setembro, no final do 3.º trimestre a curva tinha registado uma deslocação quase paralela, com as taxas a subirem cerca de 20 p.b. em todas as maturidades.

4.2. Diferenciais de custo de financiamento

Entre o início e o final do 3.º trimestre, o diferencial entre as taxas de rendibilidade da dívida pública alemã e as taxas de rendibilidade da dívida pública portuguesa e de outros países do euro (Espanha, Itália e Bélgica) alargou cerca de 2 p.b. (Gráfico 1), em linha com o alargamento que se registou igualmente no diferencial da dívida alemã e a curva swap. O diferencial entre as taxas de rendibilidade dos títulos de dívida pública portugueses e alemães manteve um valor reduzido (em torno de 10 p.b.). Na origem deste alargamento generalizado terá estado uma melhoria gradual dos indicadores avançados da actividade económica para a economia alemã.

Fonte: IGCP.

4.3. Volumes de negociação

No 3.º trimestre de 2003 e no âmbito do mercado secundário da dívida da República, destaca-se o início da negociação de BT no Mercado Especial da Dívida Pública (MEDIP/MTS Portugal) em 14 de Julho passado, na sequência do relançamento da emissão deste tipo de instrumento pelo IGCP. Este novo segmento funciona de acordo com regras análogas ao segmento das Obrigações do Tesouro (OT). Deste modo, no final do trimestre em análise estavam admitidas à negociação duas linhas, a BT 23 Julho 2004 e a BT 19 Março 2004.
O volume de transacções no MEDIP (considerando OT e BT) atingiu os 36 743 milhões EUR no 3.º trimestre, o que equivale a um novo máximo no volume médio diário de cerca 557 milhões EUR (face ao anterior máximo de 552 milhões EUR). Na EuroMTS, o volume de negociação com