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4 | II Série C - Número: 023 | 20 de Janeiro de 2007

(ii) Ambiente e energia: a cooperação energética entre os países do Magrebe e da Europa funciona bem.
Há aqui um potencial que equilibra o relacionamento da Europa com a Rússia e com outros países da Ásia central. O partenariado entre a Argélia, Itália, Portugal e Espanha em matéria de gás é exemplar e fundamental; (iii) Quanto ao terrorismo, estamos em face de um fenómeno grave, uma ameaça forte, mas há que estar ciente que nenhum país europeu vai acabar por isso nem pôr em causa a sua soberania. Sendo uma ameaça grave, não é uma ameaça total, se compararmos com outras ameaças. O terrorismo, se é certo que manipula divergências com outras religiões, é sobretudo no seu campo político que faz mais prejuízos. Um grupo fundamentalista pretende sobretudo adquirir poder político para aceder ao poder no seu próprio país, no seu próprio campo político. Este é o verdadeiro objectivo final e por isso há que estar muito atento nesses países e em toda a comunidade internacional; (iv) Quanto ao Médio Oriente, continuamos confrontados com o terrível conflito israelo-palestiniano, mas a paz e estabilidade na região não depende apenas da resolução deste grave conflito. Há um conflito interpalestiniano que assume hoje em dia o carácter de guerra civil e há também a questão do Iraque.
Qualquer que tenha sido a causa, a situação actual é uma situação interna iraquiana e regional. É necessário ter uma visão clara e não sentimental da situação. É previsível uma retirada das tropas americanas, mas há que ponderar qual será o futuro imediato. Penso que deve haver uma combinação de forças provenientes de vários países árabes e asiáticos, e não a OTAN ou a União Europeia. Há que analisar a situação em toda a sua complexidade, falar sobre as soluções e não apenas sobre as causas dos problemas e ter, sobretudo, a coragem de falar francamente sobre os assuntos. Este é também o grande mérito deste Fórum, onde podemos falar de forma aberta e franca, e por isso felicito o Presidente Radi pela forma como tem vindo a conduzir esta reunião. 7 — Tiveram lugar intervenções dos demais intervenientes, cujos textos base se anexam. (cf. Anexo 4) (a). 8 — Depois de um debate alargado entre todos os presentes, o Presidente Radi procedeu ao encerramento dos trabalhos constatando que praticamente todas as intervenções tinham procedido à identificação dos mesmos problemas que assolam os países do Mediterrâneo. De registar foi também, de acordo com o Presidente do Parlamento marroquino, a concordância dos intervenientes relativamente às análises e às propostas de resolução desses problemas. Agora haveria, segundo o Presidente Radi, que passar para a realização de propostas concretas de mudança, pondo todos os protagonistas a dialogar e a trabalhar em conjunto para encontrar essas soluções. O Presidente Radi salientou também a necessidade de os países do sul do Mediterrâneo realizarem essa importante tarefa que é a realização de um projecto de integração sul-sul. Efectivamente, referiu, a UMA (União do Magrebe Árabe) foi constituída há cerca de 15 anos, mas até agora não foi possível alcançar grandes resultados. O sul e o leste do norte de Africa não têm conseguido até agora, conjuntamente, construir um projecto único de desenvolvimento e de progresso para toda a região. Se existisse uma unidade e conjugação de interesses seria também mais fácil para os países do sul da Europa negociarem com a União Europeia. Esta é uma das grandes fraquezas do Mediterrâneo sul e se fosse possível ultrapassá-la os países da orla sul poderiam tirar ainda mais benefícios dos acordos de associação com a União Europeia. O Presidente Radi referiu também a importância das remessas dos emigrantes para os seus países de origem, nomeadamente Marrocos, que tem cerca de 3 milhões de emigrantes no estrangeiro. Contudo, salientou, a melhor ajuda para os países do Mediterrâneo são os investimentos directos, que transferem tecnologias, dão origem a postos de trabalho e geram riqueza e impostos. A grande solução para os problemas de atraso no desenvolvimento dos países do Sul do Mediterrâneo reside, assim, na captação de investimento externo, na transferência de tecnologia e, sobretudo, numa aposta decisiva de investimento maciço no sistema educativo.
9 — O apoio prestado pela Embaixada de Portugal em Rabat revelou-se da maior utilidade e relevância, assim como o trabalho desenvolvido pelos serviços da Assembleia da República, tanto para a preparação logística como no apoio substancial à Conferência. Palácio de São Bento, 20 de Dezembro de 2006.

(a) A documentação encontra-se disponível, para consulta, nos serviços de apoio.

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