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5 | II Série C - Número: 045 | 14 de Abril de 2007


estrangeiros quando transitam de ilha para ilha.
A Subcomissão tomou ainda conhecimento de algumas dificuldades pontuais, sentidas por empreendedores individuais, quanto à classificação oficial de certos meios complementares de alojamento.
No que respeita à formação profissional do sector, foram contraditórios os sentimentos expressos por diferentes agentes turísticos. Houve quem descrevesse uma situação ideal: os jovens interessam-se, existem escolas e centros de formação, e há emprego garantido no sector. E houve quem duvidasse da qualidade do ensino ministrado, ou do interesse dos jovens por uma profissão ligada ao sector turístico.

V — Observações de carácter geral

Regista-se uma aposta na comercialização de novos produtos turísticos, como o chamado «mercado da saudade», junto das comunidades açorianas dos Estados Unidos e do Canadá, no mercado crescente dos cruzeiros e na hotelaria de cinco estrelas.
Ao nível dos SPA, onde os Açores têm uma enorme potencialidade natural, este subsector encontra-se ainda numa fase incipiente.
Sente-se a falta de presença de grandes cadeias hoteleiras internacionais, que seriam óptimos veículos promocionais da Região nos grandes circuitos da distribuição turística.
A animação e os grandes eventos, as festas culturais e religiosas, o turismo científico e as actividades marítimas são outras áreas que despontam no leque da oferta turística da Região.
Mas onde existe uma grande potencialidade e uma enorme margem de progressão é no produto «Golfe».
Existem apenas dois campos, em S. Miguel e na Terceira, o que é manifestamente pouco para as características de um mercado que gosta de usufruir de uma diversidade de campos num curto raio de acção.
O combate à sazonalidade, e a atracção de turistas de elevada capacidade de despesa fazem deste segmento da oferta um objectivo primeiro, quer das autoridades quer dos investidores privados. Assim se entende o caminho encetado para a privatização dos campos que eram públicos, e a perspectiva de construção de novos campos associados ao segmento do turismo residencial, além de uma maior preocupação na formação deste desporto junto da juventude.
No que às ilhas de S. Miguel e Terceira diz respeito, a Subcomissão recolheu uma impressão favorável quanto à cobertura das redes de infra-estruturas básicas, fruto de uma aposta de investimento correcta que vem desde a implantação da autonomia.
A Subcomissão constatou, por outro lado, que existe uma aposta prudencial no crescimento de um turismo sustentado e sustentável, em paralelo com o respeito pelos recursos naturais e pela cultura locais, e na garantia de proporcionar o retorno financeiro de quem tem vindo a investir.
De uma forma global, sente-se uma vontade de evitar que o turismo nos Açores cresça a duas velocidades, com grandes diferenças entre o desenvolvimento de S. Miguel, e até da Terceira, e as restantes ilhas do arquipélago.
Todavia, paira uma sombra sobre uma oferta de camas que cresceu duas vezes e meia nos últimos oito anos, a um ritmo muito superior ao da procura, o que tem conduzido a uma baixa nos preços e, por consequência, a maiores dificuldades na própria rentabilidade dos investimentos já feitos.
Esta justa preocupação deve, porém, ser vista de forma articulada com as queixas relativas às acessibilidades por via aérea, e com a estratégia promocional da Região.
De facto, ainda que compreensíveis as preocupações com as acessibilidades aéreas, entre os membros da Subcomissão, não deixaram de ganhar consistência algumas dúvidas sobre uma expectativa de expansão sustentada do turismo assente prioritariamente na solução deste problema.
E, tais dúvidas, radicam na particularidade de a Região ser constituída, não por uma ilha, mas por um extenso grupo de ilhas.
Com efeito, entre os membros da delegação parlamentar, houve quem suscitasse dúvidas sobre a viabilidade de um turismo assente na deslocação de turistas, por via aérea, entre as diferentes ilhas.
Julga o relator que o desconforto das viagens e das esperas nos aeroportos, do tratamento das bagagens, das incertezas nas ligações, dificilmente tornarão atractiva uma visita alargada às principais ilhas dos Açores feita por meios aéreos. É improvável que alguma vez sejam praticados tarifários capazes de viabilizar um produto turístico mais expressivo assente nesse paradigma, ou quem os subsidie.
Na actualidade, a visita a um destino turístico constituído, não por uma ilha isolada, mas por um conjunto de ilhas, apenas se poderá expandir, de forma sustentável, com base em cruzeiros de estadias diárias em cada ilha.
E os Açores têm um potencial extraordinário de oferta diversificada para este segmento de turismo, sempre em torno da natureza (uma paisagem fantástica e intocada, fenómenos exóticos ligados ao vulcanismo, prática de golfe, observação de golfinhos e baleias, mergulho, floresta, folclore, etc.) em várias ilhas, e sem que tal desenvolvimento pressuponha grandes investimentos em infra-estruturas portuárias, nem em mudanças significativas na forma de vida local.
Hoje, os novos navios de cruzeiros estão preparados para não atracar e, mesmo assim, desembarcar milhares de turistas, pela simples razão de que é impensável (e em certos casos mesmo inconveniente) dispor-se de infra-estruturas para atracação de vários navios ao mesmo tempo em cada ilha.