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60 II SÉRIE — NÚMERO 1-CEI

1967 ha. Isto são produções que, juntamente com outras,diversificadas, que se fariam, no concelho de Coruche,corresponderiam a um produto agrícola bruto de cerca de6 milhões de contos; reduzindo-se isto a cerca de 30 %,embora possa ser atenuado este número porque foi introduzida unia cultura alternativa, que é o girassol, que está aser produzido em grande quantidade, de qualquer forma,o impacte em termos sócio-económicos é fácil de adivinhar— são menos uns milhões de contos que entram nomercado local, com todo o impacte que se adivinha a níveldos produtores e dos comerciantes, especialmente daquelesmais directamente ligados ao primário, dos trabalhadoresagrícolas, que dependem essencialmente disto e do trabalhosazonal nestas culturas. Portanto, fácil é adivinhar oimpacte sócio-económico que isto vai ter no vale doSorraia.

O Sr. Presidente: — Gostava de lhe fazer mais umapergunta. É óbvio que aquilo que diz respeito à produçãoagrícola não preocupa esta Comissão, por uma razão muitoprática, que é esta: os agricultores, ou os comerciantes, ouo turismo, sofreram uma decisão em que não participaram— a menos que queira informar a Comissão de algo quenão sabemos, e que é se há produtores agrícolas quesofreram esta decisão sem pertencerem à Associação deRegantes.

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — Não, a grandemaioria,..

O Sr. Presidente: — Pertencem à Associação!Participaram na deliberação, portanto, não são prejuízosindemnizáveis.

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — A grandemaioria dos produtores agrícolas pertence à Associação deRegantes, e são beneficiários.

O Sr. Presidente: — Portanto, uma vez que elespróprios sofreram as consequências mas participaram nadecisão, são co-responsáveis na decisão...

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — Não foram sóeles! Foram os comerciantes e a população em geral,nomeadamente os trabalhadores agrícolas.

O Sr. Presidente: — Essa é a minha pergunta: emtermos de comércio e de indústria, porque, em termos deagricultura...

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — Não foram sóos agricultores, efectivamente. Referi os números queafectam o produto agrícola bruto porque esses números sãorepartidos por toda uma comunidade.

O Sr. Presidente: — Uma outra pergunta: se tivessesido um ano em que as quedas fossem relativamentenormais, as consequências teriam um significadoperfeitamente halizável — foi isso o que quis dizer?

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — Sim. Pensoque as coisas devem ser separadas porque, se tivéssemostido um Invemo nonnal (e a barragem do Maranhão enche

essencialmente com as chuvas de Novembro e Dezembro),com certeza teríamos armazenados os 70 ou 80 milhõesde metros cúbicos, necessários à rega do vale do Sorraia.Por aí, eu disse isso muito claramente, a Associação deRegantes não é proprimunente adivinha!...

O Sr. Presidente: — Ainda uma pergunta, antes depassar a palavra a outros colegas da Comissão: quando éque ouviu falar pela primeira vez de que eram necessáriasobras para a reparação da barragem?

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — Não sei dizer,não sei precisar, mas...

O Sr. Presidente: — Muito tempo antes de ser feito oesvaziamento?

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — Não, poucotempo antes. E, quando tive conhecimento das obras, jáelas tinham começado.

O Sr. Presidente: — E essa reunião da Associação dosRegantes que apontou para essa... Não sabe se teria sidomuito tempo antes? Ou se foi na mesma altura, mais oumenos?

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — Não sei, nãosei. Não sei dizer-lhe, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — A sede é em Coruche?

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: — A sede é emCoruche. Mas não sei dizer-lhe. Como referi, a Câmaranão fiú informada de absolutamente nada em relação a esteprocesso, absolutamente nada!

O Sr. Presidente: — Não era essa a questão.

O Sr. Manuel de Azevedo Brandão: —Eu sei, masnão podia saber! Não podia saber porque não fuiinformado de absoluL-unente nada. Quem poderá ter umainformação mais precisa sobre isso, será a Câmara de Moraporque é beneficiária e associada da Associação deRegantes.

O Sr. Presidente: —Tem a palavra o Sr. DeputadoAndré Martins.

O Sr. André Martins (Os Verdes): — Sr. Presidenteda Câmara de Coruche, gostaria de lhe colocar apenas umaquestão, de motnento. Disse-nos que tem a ideia de que,se fosse um Inverno normal, não teria havido os problemasque se avizinham.

O Sr, Manuel de Azevedo Brandão: —Em termossócio-económicos, Sr. Deputado. Mas em termosecológicos penso que seriam essencialmente os mesmos.

O Sr. André Martins (Os Verdes): — Falemos caitermos globais. Se me permite, Sr. Presidente, euexplicitaria um pouco melhor a minha ideia, que é aseguinte: quando me refiro aos efeitos, incluo os efeitoseconómicos e os ambientais porque, do meu ponto de vista,