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de demissão da Dr.ª Maria José Morgado, ela própria o disse, em várias entrevistas e ontem obtivemos uma versão completamente diferente, na qual ela nos referiu que, afinal, não queria demitir-se mas foi o Sr. Director Nacional que a obrigou a demitir, sendo que esta intromissão nos combustíveis ou nunca teria existido ou, pelo menos, já não era relevante.
Trata-se, pois, de saber qual é o motivo verdadeiro, o que é que corresponde a esta demissão. Assim, gostaria que o Sr. Director nos pudesse dar a entender qual destas versões é a verdadeira e qual é a sua opinião, porque, de outra forma, não podemos saber, uma vez que temos, de facto, várias versões.
Portanto, Sr. Director Nacional, gostaria de saber o que é que aconteceu, em que termos decorreram as suas conversas com a Dr.ª Maria José Morgado e o que é que determinou a sua demissão.
Em segundo lugar, Sr. Director, sobre esta questão da Dr.ª Maria José Morgado e do seu depoimento - e o que está em causa são estas demissões - gostaria de dizer ao Sr. Director que há, desde o início, e bastará ler com alguma atenção as declarações que foram produzidas e as actas das reuniões na 1.ª Comissão, uma afirmação, enfim, não lhe quero chamar insinuação, porque poderia ser depreciativo, mas uma afirmação, uma suspeita levantada por alguns dos Srs. Deputados presentes na 1.ª Comissão e também nesta Comissão no sentido de que existiriam pressões políticas ligadas a casos em concreto, designadamente ao caso e ao julgamento relacionado com a Universidade Moderna, que decorre no tribunal de Monsanto.
De facto, este assunto esteve desde o princípio presente e lembro-me que nas primeiras audições na 1.ª Comissão foram feitas algumas referências a este assunto, designadamente pelo Sr. Deputado Eduardo Cabrita, só que isto até hoje nunca foi esclarecido e portanto foram aparecendo outras versões, nomeadamente a da visibilidade, era uma suposta acusação genérica da Sr.ª Ministra da Justiça, só que, agora, nós ouvimos a Sr.ª Procuradora Geral Adjunta, a Dr.ª Maria José Morgado, dizer, claramente, aqui ontem, que existiu uma conversa consigo imediatamente a seguir à sua tomada de posse, se não estou em erro - e posso estar errado, enfim, porque estou a citar de memória, não escrevi tudo aquilo que aqui foi dito ontem…

O Sr. José Magalhães (PS): - A 25 de Maio!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - 25 de Maio - Muito obrigado, Sr. Deputado José Magalhães!
Portanto, nessa conversa o Sr. Director teria dito que a Sr.ª Ministra da Justiça, Dr.ª Celeste Cardona, e o Sr. Ministro de Estado e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Portas, não gostariam dela e, inclusivamente, teriam medo dela.
Ora, esta é uma afirmação extraordinária, não constitui segredo profissional e, portanto, não se percebe, sequer, por que é que só foi revelada agora; não se percebe por que é que demorou tanto tempo a aparecer esta afirmação, se ela estava lá desde o princípio… De facto, demora a perceber-se, por que é que nunca houve conclusões, em relação a uma afirmação deste tipo, ou porque é que a própria nunca tirou nenhum tipo de conclusão em relação a uma afirmação desse tipo. De facto, isso não se percebe.
Portanto, o que lhe pergunto, Sr. Director, é se alguma vez teve algum género de conversa ou fez alguma referência deste tipo, ou transmitiu ou ouviu da parte da Sr.ª Ministra da Justiça ou mesmo do Dr. Paulo Portas, algum tipo de afirmação deste tipo que, depois, tivesse transmitido à Dr.ª Maria José Morgado. Isto é importante, porque está ligado à tal tese e à tal insinuação política existente e é fundamental ser esclarecido.
Mais relevante, ainda, do meu ponto de vista e em relação ao depoimento da Dr.ª Maria José Morgado, de resto, ainda na sequência desta afirmação anterior, é que, pelos vistos, as suas conversas sobre tudo o que fossem, ou pelo menos por algumas decisões fundamentais estratégicas passariam sempre pelo Sr. Director invocar a Sr.ª Ministra da Justiça e ainda alguém por detrás da Sr.ª Ministra da Justiça. Enfim, é um testemunho indirecto da Dr.ª Maria José Morgado o sentido de dizer que o Sr. Director, de tempos a tempos, dir-lhe-ia: veja lá que a Sr.ª Ministra da Justiça, a pedido do Dr. Paulo Portas, pede isto, pede aquilo, pede aqueloutro…, e portanto, poderia pedir ainda mais, segundo a Dr.ª Maria José Morgado.
Bom, mas, segundo a Dr.ª Maria José Morgado, a Sr.ª Ministra da Justiça teria pedido ao Sr. Director Nacional, por pressão do Dr. Paulo Portas - creio que foi isto o que foi dito, mais palavra, menos palavra - para tirar um homem que estava em Monsanto (foi mais ou menos esta a expressão, mas também aqui poderei ser corrigido por alguém, se não foi esta a expressão). Porquê? Porque teria sabido quem era o homem que anda em Monsanto e, a seguir, veio a instrução para retirar esse homem que andaria em Monsanto.
Enfim, o que a Dr.ª Maria José Morgado estava a dizer, com isto, é que existiriam pressões da parte da Sr.ª Ministra da Justiça, por interferência do Dr. Paulo Portas, para retirar alguém que estaria no Tribunal de Monsanto, a fazer, não percebemos bem o quê, porque aqui as versões também não são rigorosamente coincidentes - ouvimos uma versão, segundo a qual seria apoio logístico, normal, prestado ao Ministério Público, passaria pela análise de documentação e por um apoio técnico, quando confrontada com esta possibilidade, creio que a resposta final da Dr.ª Maria José Morgado foi que, afinal, seria só o motorista, porque o Sr. Procurador não saberia ir para Monsanto e, portanto, precisava de alguém que o levasse lá, para, como chegou a ser dito, a certa altura, não se perder naquele ermo onde está o tribunal de Monsanto…

O Sr. José Magalhães (PS): - Não foi isso que disse!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Foi, foi… Estava ao serviço do ao Sr. Procurador, era o motorista e, efectivamente, transportava-o, porque ele não sabia… Isto chegou a ser dito.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço que não se percam em conversas laterais.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Sr. Director, independentemente disto, o que nós queremos saber é…

Protestos do Deputado do PS José Magalhães.

O Sr. José Magalhães (PS): - Não foi isso que disse!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Devia estar lá fora, nessa altura, Dr. José Magalhães…