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14 | - Número: 035 | 28 de Junho de 2008

Sr. Presidente, Caros Colegas: A Grande Europa está ainda no topo dos negócios do turismo internacional e atingiu 48% das entradas turísticas mundiais, em 2007.
Mas temos que estar cientes de que o turismo mundial está a crescer a uma taxa de 6% ao ano, enquanto a Europa tem uma taxa de crescimento mais baixa, de 4%. Isto significa que o turismo europeu está a perder quota de mercado, o que não é um drama em si, tendo em consideração que algumas partes importantes e populosas do mundo estão a acordar naturalmente para a realidade do turismo e viagens.
A Europa deve estar consciente de que um sector económico que representa 11% do PIB, que envolve mais de 1,4 milhões de empresas, essencialmente PME, sustentando directamente mais de 24 milhões de bocas, especialmente das novas gerações, requer a maior atenção na preservação da competitividade na nova ordem global, cheia de novos competidores, novos destinos, novos produtos e novos conceitos.
Basicamente, a Europa necessita de se preocupar mais em ter um turismo melhor do que ter melhor turismo. A Europa pode procurar ser um destino popular em qualquer lugar, mas devia preocupar-se em ser um destino de sucesso.
E o sucesso, hoje em dia, requer um casamento feliz entre a economia, o ambiente, a cultura e as preocupações sociais. Tudo aquilo a que se pode chamar desenvolvimento sustentável do turismo.
Segredo? Reconciliar os aspectos da quantidade e da qualidade. O turismo sustentável necessita de ser economicamente viável, trazer prosperidade e bem-estar às localidades locais, melhorar a qualidade do emprego e distribuir benefícios sociais evidentes.
Satisfazer os visitantes é o maior objectivo. A transmissão boca a boca ainda é a melhor forma de marketing.
Mas o turismo sustentável significa, apesar de tudo, respeito! Respeito pelo património cultural e tradições locais.
Respeito pelas paisagens nas zonas rurais ou centros históricos urbanos.
Respeito pela diversidade biológica.
Respeito pelo ambiente.
Este é um compromisso e uma responsabilidade, quer pessoais quer colectivas. Estes são, também, os desafios-chave referidos na «Acção por turismo europeu mais sustentável», um relatório publicado pela Comissão da União Europeia, no início de 2007.
Sr. Presidente, Caros Colegas: Quando acontecem crises na saúde, desastres naturais ou actos terroristas, o turismo e o sector das viagens são os primeiros a reagir e a serem afectados, na medida em que a segurança pessoal e colectiva é um assunto muito sensível, com enormes repercussões nas decisões turísticas, assim como o ambiente criminal e o sentimento de insegurança. As autoridades nacionais, regionais e locais, juntamente com o sector privado, deviam fazer desta questão uma preocupação fundamental, e assegurar os padrões de segurança nas áreas públicas, locais turísticos, instalações e serviços, assim como nas redes de transportes.
Não há 100% de segurança, mas é possível fazer 100% de esforço. Muitas vezes ouvimos a pergunta: Será o turismo de massas uma ameaça ou uma oportunidade? Poderíamos dizer: ambas as coisas. Baseado em experiências infelizes, nomeadamente na costa mediterrânica, poderíamos dizer aos países da Europa central e de leste, que estão a dar os primeiros passos no desenvolvimento do turismo: não façam desta oportunidade uma ameaça aos vossos recursos naturais e culturais, submetendo-os à pressão da sobreconstrução.
Sobrepopulação e congestão, significam que a «capacidade de carga» dos locais turísticos está esgotada.
O resultado é: visitantes desapontados, rotura nas comunidades locais, degradação de locais turísticos e recursos naturais destruídos. Malta é um caso de estudo em que a «capacidade de carga» resultou numa definição de políticas da estratégia turística do país.
Um recente contributo para este fluxo extra no turismo de massas veio do «fenómeno do low-cost», representando novas oportunidades de viajar, mas maiores problemas no controlo do tráfego aéreo, nos outros transportes e no alojamento. Outras pressões sobre as paisagens e sobre as características locais, requerem uma abordagem integrada à gestão da congestão e do planeamento espacial, a fim de evitar a especulação imobiliária. Acolher em Londres os Jogos Olímpicos de 2012 é um grande investimento, uma aposta no desenvolvimento sustentável e um desafio à segurança para as autoridades públicas e para o sector privado.
Olho para o turismo como tendo um papel privilegiado na dimensão social da actividade económica. O direito ao acesso ao turismo, por parte de todas as classes de diferentes recursos, encontra por vezes dificuldades em tornar-se uma realidade. Os serviços turísticos precisam de ir ao encontro das necessidades dos viajantes com requisitos especiais. Famílias com crianças, pessoas portadoras de deficiência, classes de baixos rendimentos, todos precisam de condições especiais de acessibilidade, no lado das infra-estruturas, transportes, acomodação e preços especiais. Um outro aspecto que o turismo não se pode evitar de olhar cautelosamente, é o impacto das mudanças climáticas nos padrões tradicionais e formas de vida no sector.
Isto é uma realidade em mudança, não para um amanhã distante, mas para uma realidade actual de vida, com consequências especiais nas montanhas, ilhas e regiões costeiras.
O turismo e os transportes, e sobretudo estes, contribuem em cerca de 4% para as emissões globais de gases com efeito de estufa. A recente revolução nos voos aéreos de low-cost leva-nos a uma profunda