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3 | - Número: 004 | 18 de Outubro de 2008

deveriam estar sujeitos à crítica. Contudo, também tinham todo o direito de apresentar os seus argumentos de forma justa e equilibrada.
Finalmente, apelou para que a Federação Russa continuasse a participar nas actividades da AP OSCE, nomeadamente na próxima sessão plenária, e na Missão de Observação das eleições norte-americanas.
O Deputado João Soares reuniu também com o Presidente da Duma, Boris Gryzlov. Estiveram também presentes nesta reunião o Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Duma, Konstantin Kosachev e o Presidente da Delegação russa à AP OSCE, Alexander Kozlovskiy.
O Sr. Gryzlov afirmou que era necessário reformar a OSCE, nomeadamente através da aprovação de uma Carta para a Organização. O papel do ODIHR também deverá ser revisto já que esta instituição actua como uma organização independente e sem controlo político. Considerou que nos anos mais recente a OSCE actuou muitas vezes com uma lógica «anti-russa» tendo dado o exemplo da aprovação de uma resolução na última sessão plenária da AP OSCE sobre o «Holodomor».
Sublinhou que a Rússia tinha recuperado muito do seu poder e do seu orgulho e que é um actor fundamental na cena internacional que não pode ser ignorado, nomeadamente na área da segurança euroatlântica e do sector energético.
Referiu que o conflito com a Geórgia era da total responsabilidade do Governo do Presidente Saakashvili (apoiado e armado por alguns países ocidentais) já que este atacou as populações da Ossétia do Sul com o objectivo de as expulsar das suas casas. No ocidente a Rússia, graças sobretudo às notícias dos media internacionais, foi considerada a agressora mas os factos apontam para o contrário.
O Deputado João Soares sublinhou a participação da delegação russa nas actividades da AP OSCE e a importância que atribuía às relações com a Rússia, um país fundamental para o futuro da OSCE. Aquela participação deveria ser reforçada e valorizada para que os pontos de vista da Rússia fossem mais escutados.
Mencionou também as suas iniciativas relativamente ao conflito com a Geórgia, nomeadamente a nomeação de um Representante Especial e a realização de um debate — com representantes dos Governos de Moscovo e Tbilissi — durante a sessão plenária de Toronto.
Afirmou também que não concordava com aqueles que viam neste conflito o ressurgimento de uma nova Guerra Fria. Esta lógica era errada já que o discurso ideológico que separou o Ocidente e a URSS já não fazia sentido. O objectivo da OSCE, e da sua АР, era dialogar e integrar e não isolar. Durante estas conversações, foi ainda abordada a situação no Kosovo, o Tratado CFE, a proposta russa para o estabelecimento de um Tratado de Segurança Colectiva na Europa e o sistema anti-míssil na Polónia e na República Checa.
O último encontro oficial teve lugar no Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento, e teve como anfitrião Alexander Torshin, Vice-Presidente deste órgão.
O Sr. Torshin afirmou que pretendia desenvolver relações amigáveis com a nova presidência da AP OSCE de forma a contribuir para a segurança e cooperação na Europa.
A Europa, e a OSCE, devem olhar para a Rússia de forma diferente. Devem passar a contar com a Rússia e envolvê-la nas suas decisões.
Relativamente ao conflito com a Geórgia e à situação na Ossétia do Sul e na Abkázia afirmou que a Rússia estava a tentar estabilizar a situação na região após a agressão georgiana, tendo apelado à AP OSCE para que envie uma missão que esclareça o que realmente aconteceu no terreno.
O Deputado João Soares defendeu um diálogo construtivo com a Rússia e o envolvimento da delegação russa em todas as actividades da AP OSCE, nomeadamente na plenária de Toronto e na Missão de Observação das eleições norte-americanas.
Referiu ainda que o reconhecimento de novos Estados e de novas fronteiras — primeiro o Kosovo e agora a Ossétia do Sul e a Abkázia — vai contra os princípios de uma Europa unida e sem barreiras. O reconhecimento da independência destes países é um erro porque abre uma «caixa de Pandora» um pouco por toda a Europa e pode conduzir à desestabilização de muitos países e regiões.
Finalmente sublinhou que se deve evitar o regresso à lógica da Guerra Fria e do confronto que muitos, especialmente no Ocidente, querem reavivar.