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4 | - Número: 016 | 14 de Fevereiro de 2009

exemplo, à União Europeia, à Liga Árabe, à Organização da Conferência Islâmica, à Cooperação Económica Ásia-Pacífico, à Ibero-América, à União Africana e ao Conselho da Europa, naturalmente, entre outros organismos — ou dificilmente passaremos das boas intenções. Ou conseguimos integrá-la na agenda interna dos Estados ou dificilmente ultrapassaremos a retórica e os belos discursos. Ou conseguimos mobilizar a sociedade civil ou colocamos em perigo o nosso objectivo principal, que é o de alcançar pequenas melhorias no terreno, capazes de trazer uma esperança renovada aos povos.
São estes os três desafios principais da Aliança.
A Aliança das Civilizações centra os seus esforços na cooperação intercultural e no desenvolvimento das práticas de boa governação da diversidade cultural. Actualmente, colabora ainda com todos os seus membros para que sejam desenvolvidas e implementadas estratégias nacionais para o diálogo intercultural, tendo em vista medidas a tomar nas áreas da educação, da juventude, dos média e da integração das minorias.
Neste sentido, apostamos nomeadamente na criação de redes no terreno, envolvendo os actores da sociedade civil e o sector privado, cujo objectivo é desenvolver actividades conjuntas que permitam reduzir as tensões multiculturais e criar pontes entre as comunidades.
A cooperação com o Conselho da Europa desempenha um papel decisivo na concretização dos nossos objectivos. Através da sua competência incomparável na área dos direitos humanos, da experiência adquirida, da queda do muro de Berlim, que aconteceu no seguimento dos processos de transição democrática na Europa, do seu empenho de longa data em reforçar a cooperação cultural e a coesão social a nível continental, da sua firme dedicação ao desenvolvimento do diálogo intercultural, tanto dentro das sociedades europeias como entre a Europa e as regiões vizinhas, o Conselho da Europa é um parceiro fundamental para a Aliança das Civilizações.
É com prazer que o incluo no grupo de amigos que apoiam a Aliança e já tive oportunidade de avaliar a importância do apoio dado pelas principais instituições do Conselho da Europa — o Comité de Ministros, a vossa Assembleia, o Congresso dos Poderes Locais e Regionais — bem como pelo Secretário-Geral.
Por este motivo o memorando de acordo que irei assinar hoje com o Secretário-Geral do Conselho da Europa adquire, a meu ver, uma importância muito particular.
Neste contexto, gostava de destacar duas questões. Primeiro, a importância do Livro Branco sobre o Diálogo Intercultural, publicado em Maio de 2008 pelo Comité de Ministros, que se assume como uma orientação para os nossos esforços conjuntos, relembrando os princípios fundamentais sobre os quais o diálogo intercultural deve ser construído, apresentando, ao mesmo tempo, directrizes para o desenvolvimento da cooperação entre o Conselho da Europa e a Aliança das Civilizações neste domínio fundamental.
Alegra-me saber que este documento indispensável será publicado nas duas línguas oficiais do Conselho da Europa, ou seja, o francês e o inglês, mas também em línguas tão difundidas como o alemão, o russo, o árabe, o espanhol, o italiano e, assim o espero, o português. Segundo, o papel específico desempenhado pelo Centro Norte-Sul que, devido à sua localização em Lisboa e à sua qualidade de ponte entre a Europa e as regiões envolventes, constitui um parceiro natural podendo afirmar-se como força motora para a criação e o desenvolvimento de sinergias entre o Conselho da Europa e a Aliança.
Estou a referir-me especificamente ao espaço mediterrânico, onde se decide o futuro do diálogo entre as culturas e as religiões. É do nosso interesse fazer progredir estes intercâmbios com base na reciprocidade e na transparência. A Aliança das Civilizações participa nesta iniciativa e conta com a colaboração do Centro Norte-Sul para multiplicar as hipóteses de sucesso da mudança e marcar a diferença.
Já planeámos, aliás, algumas actividades conjuntas, como o Fórum de Lisboa, em Novembro, que se centrará, e bem, sobre uma das questões mais actuais que é o princípio da universalidade dos direitos humanos e a sua implementação a nível internacional e regional, no âmbito do 60.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Em suma, tenho a ousadia de esperar que o memorando assinado hoje represente um momento de viragem decisivo nas nossas relações e que exista a partir de agora um antes e um depois. Pela minha parte, garanto-vos que não irei poupar esforços no sentido de evitar que a cooperação entre a Aliança e o Conselho da Europa seja um jogo que acabe a zeros e no sentido de garantir que, juntos, façamos sempre parte da equipa vencedora.