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16 DE DEZEMBRO DE 2016

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—Quis saber da delegação portuguesa por que motivo era a eleição de Trump tão importante para

Portugal.

 Guerra no Donbass:

—5% do PIB atual da Ucrânia refere-se a despesas militares;

—Nos territórios ocupados de Lugansk e Donetsk, estão estacionados cerca de 700 carros de combate

russos, além de sistemas de mísseis de última geração, sendo tais territórios dominados por milícias pró-

russas;1

—O resultado da guerra, para a Rússia, foi a perda do seu melhor cliente no abastecimento de gás, no

caso, a União Europeia;

—Neste momento, o conflito no leste do país é mais político do que militar, assistindo-se a uma certa

desmobilização de energias por parte de franceses e alemães, que tentam a todo o custo impor uma solução

compromissória. Temem os ucranianos que Putin, desagastado pelas sanções económicas europeias, pelo

crescimento da despesa militar, e pelo desgaste da sua imagem política, encare a possibilidade de resolver a

questão ucraniana pela força, numa operação do tipo “Blitz”, possivelmente, a partir do início da primavera.

—A posição ucraniana relativamente à consulta popular sobre o secessionismo a leste é favorável, desde

que sejam asseguradas a anteriori condições objetivas de segurança nos territórios ocupados para que a

mesma possa ordeira e democraticamente ter lugar (em concreto, a Ucrânia pretende fim dos combates,

estanquicidade das fronteiras com a Rússia, retirada de material e meios de origem russa, apoio e recolocação

de milhares de refugiados civis em parte incerta, fugidos das zonas de combate, e a interposição de uma

força-ONU / OSCE de monitorização eleitoral).2

—Diversos países da União Europeia, encabeçados pela França e Alemanha, estão a pressionar a

Ucrânia no sentido de aceitar uma solução mitigada, consistindo na aceitação da realização de consultas

populares em paralelo com a gradual implementação de condições de segurança. Relembrou que, neste

momento, existem vários milhares de Non Identified People (NIP) em fuga das zonas de combate.

 Situação da Europa e relações com a União Europeia:

—Na opinião do senhor Prystaiko, estão a germinar no espaço europeu alguns anteprojetos de “ditadores-

pigmeu” _ na Bulgária e na Moldávia _, a juntar a outros já conhecidos _ Hungria, Áustria, etc.), evidenciando

um recrudescimento dos populismos europeus.

—Entendem que o resultado do referendo holandês sobre o Acordo de liberalização de circulação de

ucranianos no espaço europeu, na medida em que inviabilizou a sua institucionalização, constituiu, em

primeira linha, um rude golpe para a própria União, pois pôs a une a ausência de visão, condução e estratégia

políticas.

—Neste momento, são já muitos os países que, atingidos pelas consequências na economia dos seus

países, das sanções económicas impostas à Rússia, tentam furar o bloqueio, com o argumento de que são

pequenos países cuja proximidade da Rússia as leva a ter de agir, no sentido de garantir a sua independência.

 Relações com a Rússia:

—A Rússia sempre necessitou de estender a sua esfera de influência a uma distância muito longa de

Moscovo.

—As relações bilaterais são historicamente marcadas pela intimidade entre povos: o povo “RUS” é

originário das planícies da europa central que passam, sobretudo pela atual Ucrânia. Qualquer cidadão

ucraniano é fluente em russo. O cristianismo ortodoxo foi trazido para a Ucrânia pelo Duque de Kiev, a Rússia

tende a ver o antigo Príncipe de Kiev como parte do Grande Império Czar. Por tudo isto, a Rússia tende a

1 Curiosamente, assiste-se neste momento à eliminação física seletiva de antigos comandantes das milícias pró-russas, através de

atentados que exigem meios, no mínimo, anormalmente elaborados. 2 Lateralmente, informações obtidas de fontes não-oficiais da OSCE, apontam para a confirmação da tese ucraniana da

impraticabilidade da realização da consulta nas atuais condições.