O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 DE ABRIL DE 2017

3

não pode ser inibidora para aqueles que desejam avançar, sendo que os restantes poder-se-ão juntar

futuramente.

Após a intervenção foi exibido um pequeno vídeo sobre os passos mais significativos da integração europeia6.

Intervieram, de seguida, os dois oradores convidados: o antigo Presidente da Comissão Europeia e antigo

Primeiro-Ministro de Itália, Romano Prodi, e a Presidente honorária da Fundação De Gasperi, Maria Romana

De Gasperi.

Romano Prodi começou por sublinhar que o projeto europeu conseguiu que três gerações de europeus

vivessem em paz, garantiu mais crescimento, mais Estado Social, liberdade de circulação e uma moeda comum.

No entanto, considerou que após todos os avanços, o projeto europeu entrou numa fase de estagnação e de

medo.Criticou o papel crescente dos Estados-Membros e a diminuição da influência da Comissão Europeia.

Criticou igualmente o papel menos relevante da Europa no mundo como modelo político, social, de valores e de

inovação, em detrimento de um papel de liderança da China e dos Estados Unidos da América. Considerou que

a União Europeia deveria ser protagonista da nova globalização, como o foi no Renascimento, transmitindo ao

mundo um conjunto de valores e de referências, que deveriam ser universais. Acrescentou que, em conjunto, a

União Europeia é a maior potência económica e defendeu o desenvolvimento de mais iniciativas comuns, na

área da defesa, da energia, do ambiente - acrescentando que a União Europeia tem de ser uma experiência de

futuro. No entanto, mais integração não tem de eliminar a diversidade cultural, nem nacional. Concluiu

defendendo que se deveriam formar cidadãos capazes de articular a sua pertença ao espaço nacional e ao

espaço europeu e capazes de construir um futuro comum.

Maria Romana De Gasperi começou por prestar homenagem ao pai e referiu que a ideia da comunidade de

povos é fundada nas ideias de cooperação e de respeito pelos direitos humanos. Considerou que o mercado

comum deve ser conciliado com a necessidade de manter os valores sociais. Defendeu mais integração política,

na medida do que for possível, tendo citado várias intervenções do seu pai sobre os elementos que aproximam

e contribuem para a unificação europeia. Observou que um exército comum europeu se debateu no pós-guerra

e que continua a ser uma opção a considerar, mas que apenas será possível com a participação de todos.

Concluiu recordando a convicção de Di Gasperi de que se a União Europeia não se fizer não se fará no futuro.

Após as duas intervenções foi exibido um pequeno vídeo com testemunhos de jovens italianos sobre a sua

perceção da União Europeia7.

De seguida foi dada a palavra aos Presidentes de Câmaras Parlamentares dos Estados-Membros

fundadores.

O Presidente da Chambre des Représentants do Parlamento da Bélgica, Siegfried Bracke, começou por

recordar as negociações, que deram origem ao Tratado de Roma, que tiveram lugar no Castelo de Val-

Duchesse, perto de Bruxelas, tendo aludido aos princípios fundadores. Considerou que o desafio atual é criar

uma narrativa que possa difundir a ideia de Europa e criticou os que defendem mais regras ou mais Tratados.

Observou que os cidadãos querem paz, prosperidade, empregos, segurança, etc. Considerou que o Livro

Branco sobre o Futuro da Europa deve servir de base para um debate aprofundado sobre o futuro. No entanto,

sublinhou que o grande desafio é sermos capazes de nos definirmos como europeus e explicar porquê,

mantendo as especificidades culturais e linguísticas, mas realçando o que nos une.

O Presidente da Assemblée nationale de França, Claude Bartolone, recordou o processo de construção

europeu e os objetivos que estiveram na sua génese. Considerou que atualmente, talvez pela primeira vez, os

cidadãos estão menos protegidos face aos desafios que se colocam. Aludiu à crise de refugiados e de migrantes

e considerou inaceitável que a União tenha permitido que o Mediterrâneo se tenha tornado um imenso túmulo.

Acrescentou que isso abalou a confiança dos cidadãos na capacidade da União dar resposta, mas não foi o

único fator. Mencionou as políticas de austeridade, a promoção da eliminação dos serviços públicos, o

crescimento das desigualdades como elementos que contribuíram para o descrédito da União Europeia. No

entanto, considerou que o projeto europeu continua a valer a pena e deve ser aprofundado tendo como base os

valores irreversíveis e insubstituíveis, que estiveram na sua génese. Apelou ao reencontro com o desejo de

Europa e sublinhou que nenhum muro protegerá a Europa do Futuro.

6 Vídeo exibido disponível em: https://voutu.be/B4QNdmkluqY 7 Vídeo exibido disponível em: https://voutu.be/NJOXKANn-zE