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12 DE ABRIL DE 2017

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Europa pode fazer melhor e ser mais criativa quando está mais vulnerável, embora isso possa parecer um

paradoxo. Concluiu a sua intervenção conferindo atualidade às palavras de Di Gasperi: "O futuro não será

construído através da força, nem mesmo com o desejo de conquista, mas sim através da aplicação paciente do

método democrático, o espírito de consenso construtivo e o respeito pela liberdade.".

O Primeiro Vice-Presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, começou a sua intervenção por

recordar momentos da sua vida que se cruzam com a História da Europa, tentando demonstrar o muito que o

projeto europeu alcançou. No entanto, alertou para o facto de muitas vezes a nostalgia do que poderia vir a ser,

mas que nunca será se apoderar dos espíritos, o que, aliado à denegação ou desconhecimento da História,

conduzir à procura de caminhos utópicos e irrealizáveis. Considerou que a União Europeia é um barco onde

estamos todos juntos e, por isso, o Livro Branco apela a que se debata o futuro da União e que, em conjunto,

possamos decidir o futuro. Considerou que a geração atual é europeia e pós-ideológica, mas é também idealista.

Por isso, acrescentou, um mercado único, a ausência de fronteiras e uma moeda única não são um destino

comum, são apenas instrumentos para atingir algo muito melhor. Terminou referindo que os bens são perecíveis,

mas os valores e os princípios não.

O Presidente emérito da República italiana e Senador vitalício, Giorgio Napolitano, iniciou também a sua

intervenção por recordar os acontecimentos que estiveram na génese do projeto europeu, bem como por

enaltecer o papel dos pais fundadores na defesa das suas ideias e na concretização das mesmas. De seguida

aludiu ao projeto da Comunidade Europeia da Defesa como contendo em si o princípio que estaria na origem

da formulação de uma comunidade política europeia por Di Gasperi e Spinelli. passou então em revista os

sucessos de 60 anos de integração e apelou a que todos contribuíssem para contar aos jovens a história deste

projeto, que é feito de maravilhosas histórias pessoais. De seguida referiu que comumente se critica o défice

democrático da União, no entanto, tal esquece a eleição direta para o Parlamento Europeu e o fortalecimento

das suas competências introduzido com o Tratado de Lisboa, que permitem um maior escrutínio democrático

das outras instituições. De igual modo, salientou o papel dos Parlamentos nacionais, referindo a estreita relação

que devem manter com o Parlamento Europeu, com vista a consolidarem e desenvolverem a natureza

democrática do processo de integração europeia. No entanto, considerou que não é este o maior perigo que a

União enfrenta, mas sim o ressurgimento, lamentável e preocupante, dos nacionalismos e a regressão

impressionante no comportamento de vários governos dos Estados-Membros relativamente à União e aos seus

valores. Defendeu por isso que na estrada para a integração, a União não pode ficar paralisada pelos Estados-

Membros que não queiram ir mais longe. A sua intervenção culminou recordando Bronislaw Geremek na defesa

da Europa das culturas em que a diversidade é um trunfo e na citação de Mitterrand, que em 1995, no

Parlamento Europeu afirmou "A Europa das culturas contra a Europa do nacionalismo, porque o nacionalismo é

a guerra".

A quinta intervenção coube ao antigo Comissário Europeu, antigo Primeiro-Ministro de Itália e Senador

Vitalício, Mário Monti, que começou por declarar que a União Europeia está em crise, mas que apesar disso

continua corajosamente a lutar pelo Estado de Direito, por sistemas democráticos baseados na separação de

poderes, pelo respeito dos direitos fundamentais, pela proteção do ambiente e do clima. De igual modo, elogiou

a capacidade da União de manter uma governação multilateral e criticou "a lei do mais forte". Defendeu que a

Europa só terá futuro se conseguir integrar mais, melhor unir e souber suprir as suas deficiências, não apenas

para se defender, mas para defender e promover eficazmente os seus valores. Criticou o egoísmo dos

representantes nacionais no conselho Europeu, que deixaram de se preocupar com os interesses nacionais e

comuns europeus, defendendo muitas vezes os interesses dos seus partidos e de uma qualquer conjuntura.

Concluiu referindo que se o maior risco do fim da Europa é a atitude nacionalista de alguns governos nacionais,

então é necessário reconquistar os povos europeus para serem mais exigentes na escolha dos governantes e

das classes dirigentes nos Estados-Membros.

De seguida interveio Sofia Corradi, que criou o Programa Erasmus, que contou que a ideia surgiu a partir da

sua própria experiência de estudo nos Estados Unidos da América e na dificuldade do reconhecimento dos

créditos que obteve. Considerou que esta era uma experiência não apenas ao nível do conhecimento, mas

sobretudo de enriquecimento pessoal e de conhecimento do outro. Assim o programa Erasmus foi pensado não

para aprender línguas estrangeiras, nem para proporcionar estudos a estudantes brilhantes, nem para suprir