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22 DE JULHO DE 2022 11

universais e indivisíveis, disse ele, e não podemos ficar calados quando são violados. Determinação e clareza

de propósito são fundamentais para defender os nossos valores e princípios, enfatizou, e a OSCE deve construir

resiliência diante da ameaça atual.

A propósito do que estava a ser debatido, o Deputado André Coelho Lima disse:

Prezada Senhora Presidente, caros colegas,

Estamos diante de uma atrocidade que pensávamos ser impossível de

acontecer no século XXI. Uma invasão de um país a outro, entre dois estados-

membros da OSCE. Nós estamos sentados a assistir a vidas a serem tiradas,

crianças a morrer, muitas vidas inocentes perdidas sem motivo. Ou melhor ainda,

por uma razão imperialista. Todos nós gostávamos de ajudar de alguma forma,

mas é difícil saber como.

Acho que, até 24 de fevereiro, todos pensávamos que a preocupação com o

ser humano estava acima de todos os projetos e intenções nacionais. Infelizmente,

isso ainda não é verdade. É verdade para a maioria de nossos países, mas não para uma autocracia como a

Rússia, o maior país do mundo.

Dito isso,

Todos condenamos a Rússia e suas ações. Sem sombra de dúvidas.

Mas, além dessa condenação unânime, não achamos que a OSCE e especialmente a APOSCE poderiam

ter um papel maior e mais decisivo? Dado que a OSCE é, como sabemos, a única organização além das Nações

Unidas que reúne a Rússia e a Ucrânia, bem como os países da União Europeia e os Estados Unidos da

América?

Dizendo de outra forma:

O nosso papel não seria mais útil manter todos os países da OSCE dentro da organização em vez de fora

da organização? Apesar da nossa condenação unânime, não seríamos mais úteis para a Ucrânia debater e

discutir com os Deputados russos do que em vez de simplesmente não os ter aqui?

Seria, naturalmente, um debate muito difícil. Talvez não nos levasse a lugar nenhum. Mas pelo menos

tentamos. E isso, dada a circunstância particular da OSCE, devemos fazer.

E também,

Olhando para o tema do item complementar proposto por Farah Karimi dos Países Baixos «Envolvimento

eficaz da juventude para sociedades seguras, inclusivas e democráticas», Portugal pensa que devemos tentar

uma abordagem mais política e menos diplomática à guerra na Ucrânia. Para envolver a comunidade

internacional, para envolver os jovens e as organizações juvenis num movimento global: um movimento de paz.

Devemos criar uma agenda e, portanto, um evento, dedicado não a discutir a guerra, mas a discutir a paz.

Discutir não o presente, mas o futuro.

Em vez das habituais iniciativas bilaterais e de portas fechadas, muitas vezes não são tão frutíferas como

todos nós que as queríamos.

Portugal pensa que devemos tentar uma iniciativa mais disruptiva, liderada por jovens, reunindo jovens de

todo o Mundo, mas dirigida à juventude russa, aos russos do futuro mais do que aos russos do presente.

Esta guerra só pode ser vencida por dentro, mudando mentalidades, tendo os russos do futuro como o nosso

objetivo. Mandando uma mensagem de amor, de encontro, de amizade entre as pessoas, em uma palavra,

mandando uma mensagem de humanidade!

Este, Sr.ª Presidente, é o contributo de Portugal.

E pedimos a todos que tentem, acho que tanto em

(1) responsabilidade especial da OSCE neste conflito, dado que ambos os países fazem parte da nossa

organização; mas também,

(2) Sobre como devemos tentar abordagens diferentes, fora da formalidade de nossas reuniões, envolvendo

aqueles que não são diretamente representados por nós, tentar uma agenda mais política e menos diplomática